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A cidade brasileira que pode ser a próxima Mariana porque tem barragens perigosas e falhas

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 16/05/2025 às 21:18
Minas Gerais e seus "gigantes adormecidos": ⛏️ Toda cidade brasileira próxima a barragens de rejeito vive sob risco.
Minas Gerais e seus “gigantes adormecidos”: ⛏️ Toda cidade brasileira próxima a barragens de rejeito vive sob risco.

Minas Gerais, coração da mineração no Brasil, abriga centenas de barragens de rejeitos, muitas perigosamente próximas a áreas urbanas. Este artigo investiga o perigo constante que ronda mais de uma cidade brasileira no estado, e questiona se uma nova tragédia está anunciada.

Sob a paisagem montanhosa de Minas Gerais, estado com a maior concentração de barragens de mineração do Brasil, “gigantes adormecidos” representam um perigo constante para inúmeras comunidades. São as barragens de rejeitos, estruturas essenciais para a indústria, mas que, quando mal geridas ou construídas por métodos de risco, como o antigo alteamento a montante, podem se romper, causando desastres de proporções catastróficas em cidades brasileiras.

A memória recente e dolorosa de Mariana e Brumadinho assombra cada cidade brasileira situada nas proximidades dessas imponentes, porém vulneráveis, estruturas. Este artigo analisa a real dimensão desse risco em Minas Gerais, questionando se as lições foram efetivamente aprendidas e se o colapso de mais uma dessas barragens é uma tragédia que pode estar se desenhando novamente.

O cenário mineiro: um estado sobre barris de rejeitos

Minas Gerais é o epicentro do risco de barragens de mineração no Brasil. Aproximadamente 1,8 milhão de mineiros vivem em um raio de 10 quilômetros de barragens em algum nível de alerta. Dados de fevereiro de 2025 da Agência Nacional de Mineração (ANM) indicavam 104 barragens em alerta ou emergência no país, com uma concentração significativa em Minas.

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Duas barragens no estado estavam em Nível de Emergência 3 (risco iminente de ruptura): Serra Azul da ArcelorMittal em Itatiaiuçu e Forquilha III da Vale S.A. em Ouro Preto. Outras quatro estruturas da Vale em Minas Gerais estavam em Nível 2. Muitas dessas estruturas utilizam o perigoso método de alteamento a montante, agora proibido, mas cujo legado de risco persiste.

As profundas cicatrizes de Mariana e Brumadinho e a persistência do risco para cada cidade brasileira afetada

A cidade brasileira que pode ser a próxima Mariana porque tem barragens perigosas e falhas

Os desastres de Mariana (2015) e Brumadinho (2019) são os maiores da história da mineração brasileira. Em Mariana, o rompimento da Barragem de Fundão (Samarco/Vale/BHP) causou 19 mortes e devastou a bacia do Rio Doce. Em Brumadinho, o colapso da Barragem B1 da Vale resultou na morte de 272 pessoas e contaminou o Rio Paraopeba. Ambas foram construídas a montante e tinham histórico de alertas de instabilidade.

Especialistas afirmam que Brumadinho poderia ter sido evitado se as lições de Mariana tivessem sido aprendidas. Outros incidentes em Minas, como em Itabirito (2014, três mortes) e os dois rompimentos em Miraí (2006 e 2007), reforçam a vulnerabilidade sistêmica em mais de uma cidade brasileira no estado.

A legislação, a fiscalização e os planos de emergência para proteger cada cidade brasileira em Minas Gerais

A Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB), endurecida após Brumadinho pela Lei nº 14.066/2020, proíbe o alteamento a montante e exige a descaracterização dessas estruturas. A ANM é o principal órgão fiscalizador, classificando riscos e exigindo Planos de Segurança (PSB) e Planos de Ação de Emergência (PAEBM).

O PAEBM deve incluir estudos de ruptura, mapas de inundação, sistemas de alerta sonoro (sirenes) e simulados com as comunidades. No entanto, a capacidade de fiscalização da ANM é um ponto crítico, com déficit de pessoal e limitações orçamentárias apontadas pelo TCU.

A vida sob constante ameaça

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Viver sob a sombra de uma barragem em risco gera profundo sofrimento. Um estudo em Barão de Cocais (MG), ameaçada pela barragem Sul Superior da Vale, revelou que 88,7% dos entrevistados reportaram problemas de saúde (ansiedade, depressão) após o alerta de colapso em 2019, mesmo sem o rompimento.

A comunicação falha dos riscos e a desconfiança nas empresas e autoridades minam a percepção de segurança. A “lama invisível” dos impactos indiretos, como aumento da criminalidade em áreas evacuadas e desestruturação social, agrava o trauma em cada cidade brasileira afetada.

Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 5.000 artigos publicados nos sites G, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no [email protected]

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