Projetos de desenvolvimento, especialmente hidrelétricas, submergiram comunidades, deixando um legado de perda e memórias que resistem sob as águas, como em cada história de cidade brasileira submersa.
O Brasil, em sua busca por desenvolvimento energético, viu comunidades inteiras serem literalmente engolidas pelas águas. Sob reservatórios de hidrelétricas, jazem histórias e identidades de uma cidade brasileira submersa após outra, revelando um padrão no avanço nacional que levanta questões sobre planejamento e o custo humano de tais projetos.
A promessa de prosperidade frequentemente mascarou a tristeza e a perda de identidade cultural dos moradores deslocados. Rios, antes fontes de vida, tornaram-se agentes da submersão, transformando o lar dessas populações e criando uma dolorosa relação com a paisagem alterada. A história de cada cidade brasileira submersa é um testemunho dessa dualidade.
Entre o avanço e a saudade: o custo humano das hidrelétricas
A construção de grandes barragens foi frequentemente justificada como essencial para o progresso do país. Contudo, para as populações que viram suas casas e histórias cobertas pelas águas, a realidade foi de desenraizamento e uma difícil adaptação. A narrativa oficial do desenvolvimento muitas vezes se sobrepôs às memórias de sofrimento.
-
Agro é o novo Bitcoin? Por que Bill Gates, Mark Zuckerberg e Jeff Bezos estão apostando tudo em terras agrícolas
-
O novo rei da soja? Estado pouco lembrado no agro quebra recorde de 30 anos com safra histórica
-
Promessa política quebrada e obras inacabadas: chegou ao fim a espera! Ponte com 1.300 m de extensão e 16 m largura é enfim inaugurada no Brasil!
-
Recebeu ‘Pix’ errado, não devolveu e achou que sairia impune: agora terá que pagar mais por não devolver o valor
A submersão de cidades como Petrolândia Velha (PE), Jaguaribara Velha (CE), Canudos Velho (BA), Sento Sé Velho (BA) e Remanso Velho (BA) ilustra esse processo. Cada localidade carrega uma história única de perda e da luta pela preservação da identidade, mesmo diante da força das águas.
Petrolândia Velha: a igreja símbolo de uma cidade brasileira submersa
Submersa nos anos 80 pela Usina Hidrelétrica Luiz Gonzaga, a Velha Petrolândia teve sua população transferida compulsoriamente. Das águas, emergiu um símbolo poderoso: a Igreja do Sagrado Coração de Jesus. Parcialmente submersa, a igreja tornou-se o emblema da cidade perdida e um ponto focal para a memória e o turismo.
Em períodos de seca, outras ruínas reaparecem, reavivando lembranças. A igreja submersa transformou Petrolândia na “Atlântida Brasileira”, envolta em lendas e na dor da perda de um modo de vida, especialmente para os moradores mais antigos.
Ecos de outras águas: Jaguaribara, Canudos e o legado de Sobradinho
Jaguaribara Velha (CE) foi submersa pelo Açude Castanhão em 2001. A Nova Jaguaribara foi planejada com participação popular, buscando preservar laços e símbolos. Contudo, a mudança alterou drasticamente o modo de vida e, paradoxalmente, a seca que revela as ruínas é aguardada com emoção.
Canudos Velho (BA), palco da histórica guerra, foi inundado pelo Açude Cocorobó na década de 1960. Muitos viram a submersão como uma tentativa de apagar a memória da resistência popular. Hoje, o Parque Estadual de Canudos busca preservar essa história.
Na Bahia, Sento Sé Velho e Remanso Velho foram sacrificadas nos anos 70 pela Barragem de Sobradinho. O deslocamento atingiu milhares de famílias, e as ruínas que emergem na seca trazem à tona a dor da perda de terras férteis e de um modo de vida ligado ao rio.
E em Palmas To tambem desabrigaram oz moradores das margens do Rio Tocantins p fazer uma barragem
Rubineia, no Noroeste Paulista, também foi submersa. A Globo, no início dos anos 1970, apresentou a novela Fogo sobre Terra com essa temática. A cidade de Divineia seria submersa e havia a divisão das pessoas sobre tal ação. A novela teve várias sequências censuradas pelo governo militar por tratar da temática, tida como de segurança nacional na época.
SÃO João Marcos, no Rio ee Janeiro, era uma das mais prósperas cidades da época e foi parcialmente inundada para uma construção de uma usina.