Projetos de desenvolvimento, especialmente hidrelétricas, submergiram comunidades, deixando um legado de perda e memórias que resistem sob as águas, como em cada história de cidade brasileira submersa.
O Brasil, em sua busca por desenvolvimento energético, viu comunidades inteiras serem literalmente engolidas pelas águas. Sob reservatórios de hidrelétricas, jazem histórias e identidades de uma cidade brasileira submersa após outra, revelando um padrão no avanço nacional que levanta questões sobre planejamento e o custo humano de tais projetos.
A promessa de prosperidade frequentemente mascarou a tristeza e a perda de identidade cultural dos moradores deslocados. Rios, antes fontes de vida, tornaram-se agentes da submersão, transformando o lar dessas populações e criando uma dolorosa relação com a paisagem alterada. A história de cada cidade brasileira submersa é um testemunho dessa dualidade.
Entre o avanço e a saudade: o custo humano das hidrelétricas
A construção de grandes barragens foi frequentemente justificada como essencial para o progresso do país. Contudo, para as populações que viram suas casas e histórias cobertas pelas águas, a realidade foi de desenraizamento e uma difícil adaptação. A narrativa oficial do desenvolvimento muitas vezes se sobrepôs às memórias de sofrimento.
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A submersão de cidades como Petrolândia Velha (PE), Jaguaribara Velha (CE), Canudos Velho (BA), Sento Sé Velho (BA) e Remanso Velho (BA) ilustra esse processo. Cada localidade carrega uma história única de perda e da luta pela preservação da identidade, mesmo diante da força das águas.
Petrolândia Velha: a igreja símbolo de uma cidade brasileira submersa
Submersa nos anos 80 pela Usina Hidrelétrica Luiz Gonzaga, a Velha Petrolândia teve sua população transferida compulsoriamente. Das águas, emergiu um símbolo poderoso: a Igreja do Sagrado Coração de Jesus. Parcialmente submersa, a igreja tornou-se o emblema da cidade perdida e um ponto focal para a memória e o turismo.
Em períodos de seca, outras ruínas reaparecem, reavivando lembranças. A igreja submersa transformou Petrolândia na “Atlântida Brasileira”, envolta em lendas e na dor da perda de um modo de vida, especialmente para os moradores mais antigos.
Ecos de outras águas: Jaguaribara, Canudos e o legado de Sobradinho
Jaguaribara Velha (CE) foi submersa pelo Açude Castanhão em 2001. A Nova Jaguaribara foi planejada com participação popular, buscando preservar laços e símbolos. Contudo, a mudança alterou drasticamente o modo de vida e, paradoxalmente, a seca que revela as ruínas é aguardada com emoção.
Canudos Velho (BA), palco da histórica guerra, foi inundado pelo Açude Cocorobó na década de 1960. Muitos viram a submersão como uma tentativa de apagar a memória da resistência popular. Hoje, o Parque Estadual de Canudos busca preservar essa história.
Na Bahia, Sento Sé Velho e Remanso Velho foram sacrificadas nos anos 70 pela Barragem de Sobradinho. O deslocamento atingiu milhares de famílias, e as ruínas que emergem na seca trazem à tona a dor da perda de terras férteis e de um modo de vida ligado ao rio.
São Rafael velha, cidade localizada no Rio Grande do Norte, também é uma dessas cidades submersas espalhadas no Brasil.
Que bobagem
Não foi a história da vida de seus pais ou avós.
Me desculpe. Infelizmente muitas vezes é necessário tomar-se medidas drásticas para o desenvolvimento e em muitos casos acabam-se com verdadeiros tesouros que muitas vezes são irreparáveis como a Usina de Itaipu, a qual soterrou as Cataratas de Sete Quedas. Entretanto por outro lado, muitos que foram desalijados aproveitaram o seu dinheiro e foram para o atual Mato Grosso do Sul ou Barreiras, na Bahia e hoje são grandes fazendeiros e muitos milionários. Podemos fazer o crescimento desenvolmentista se o fazemo-lo com ótimos planejamentos públicos.
Concordo plenamente com o seu discurso. A história é a memória de lugares e pessoas tem de ser o eixo principal para o desenvolvimento.