O corredor Mumbai-Ahmedabad, o primeiro projeto de trem bala da Índia, avança com tecnologia Shinkansen e financiamento japonês, prometendo revolucionar o transporte e impulsionar a economia. A construção do trem bala com 508 km e investimento de US$ 13 bilhões, obra terá trechos prontos em 2026 para revolucionar o transporte no país
A Índia está avançando em um projeto de infraestrutura histórico, o Corredor Ferroviário de Alta Velocidade Mumbai-Ahmedabad (MAHSR). Popularmente conhecido como o primeiro trem bala do país, o empreendimento é um testemunho da sólida parceria estratégica entre Índia e Japão. Embora ainda em construção, a obra já atinge marcos significativos e promete transformar as viagens interurbanas.
Entenda os detalhes do projeto MAHSR, desde a colaboração nipo-indiana e a tecnologia empregada até os impactos econômicos e a visão de futuro para a modernização da malha ferroviária indiana.
O primeiro trem bala da Índia, a visão e o impacto do corredor Mumbai-Ahmedabad
O projeto MAHSR é a primeira incursão da Índia na tecnologia ferroviária de alta velocidade. Com 508 km de extensão, ele conectará Mumbai, o centro financeiro do país, a Ahmedabad, um importante polo industrial. A expectativa é que o trem bala reduza o tempo de viagem entre as duas cidades, das atuais 6-7 horas para aproximadamente 2 horas.
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O projeto está em fase avançada de construção. A inauguração de um primeiro trecho, entre Surat e Bilimora, está prevista para 2026, com a linha completa até Mumbai totalmente operacional em 2028. O corredor contará com 12 estações e os trens atingirão uma velocidade máxima de 320 km/h.
A aliança Índia-Japão, tecnologia Shinkansen e apoio financeiro como pilares do projeto
O Japão é um parceiro indispensável no projeto, fornecendo assistência financeira e técnica. Cerca de 81% do custo total é financiado por um empréstimo de baixo custo da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), com termos altamente favoráveis: taxa de juros de 0,1% ao ano e um período de reembolso de 50 anos, com 15 anos de carência.
A Índia utiliza a renomada tecnologia Shinkansen do Japão, incluindo material rodante e sistemas de via e sinalização. O projeto também tem um forte componente da iniciativa “Make in India”, com transferência de tecnologia para a fabricação local de componentes e o treinamento de aproximadamente 1.000 engenheiros indianos em técnicas específicas do Shinkansen.
Os marcos da construção do trem bala Mumbai-Ahmedabad
A construção do trem bala Mumbai-Ahmedabad tem alcançado marcos impressionantes. Até o final de 2024, 100% da aquisição de terras necessárias foi concluída, superando um dos maiores desafios iniciais do projeto. Mais de 70% das obras civis já estavam em estágios avançados em 2025.
A infraestrutura inclui 465 km de viadutos, 28 pontes de aço e 24 pontes fluviais. Um dos maiores feitos de engenharia é a construção do primeiro túnel ferroviário submarino da Índia, com 7 km de extensão. A construção utiliza tecnologias digitais de ponta, como Inteligência Artificial (IA), LiDAR e robótica para aumentar a eficiência e a segurança.
Economia, empregos e sustentabilidade
O projeto MAHSR está posicionado para entregar benefícios econômicos e sociais substanciais. Projeta-se que o trem bala impulsione a economia em 2,7%, fortalecendo o vínculo entre os polos de Mumbai e Ahmedabad.
A obra já gerou milhares de empregos diretos e indiretos e criará mais postos na fase operacional. O projeto também deve impulsionar o turismo e o desenvolvimento imobiliário ao longo do corredor. Em termos de sustentabilidade, o trem bala emite significativamente menos CO₂ por ageiro-quilômetro que carros ou aviões, e suas estações são projetadas para serem ecologicamente corretas.
O MAHSR como projeto-piloto para uma rede nacional de alta velocidade
O corredor Mumbai-Ahmedabad é apenas o começo de uma visão maior. Ele serve como projeto-piloto para a futura rede ferroviária de alta velocidade da Índia, conhecida como o “Quadrilátero de Diamantes”, que visa conectar as quatro megacidades do país: Delhi, Mumbai, Kolkata e Chennai.
O projeto está alinhado com o Plano Ferroviário Nacional 2030, que busca criar um sistema ferroviário “preparado para o futuro”. A Índia também já trabalha no desenvolvimento de seus próprios trens de alta velocidade, com o objetivo de se tornar autossuficiente e um líder global em ferrovias de alta velocidade.