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A descoberta de ouro em Minas Gerais que revelou um tesouro de 85% da produção mundial desse século e transformou radicalmente o Brasil

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 01/06/2025 às 12:21
Atualizado em 02/06/2025 às 14:40
Entenda como a descoberta de ouro em Minas Gerais (fim do séc. XVII) transformou o Brasil Colônia, impulsionando economia, migração e seu rico legado cultural.
Entenda como a descoberta de ouro em Minas Gerais (fim do séc. XVII) transformou o Brasil Colônia, impulsionando economia, migração e seu rico legado cultural.

Entenda como a descoberta de ouro no final do século XVII em Minas Gerais impulsionou um novo ciclo econômico, alterou a demografia e deixou um legado duradouro no Brasil

No final do século XVII, a economia açucareira do Brasil Colônia enfrentava uma crise, enquanto Portugal buscava novas fontes de riqueza. Nesse cenário, a descoberta de ouro em vastas jazidas na região que se tornaria Minas Gerais marcou um ponto de inflexão na história, desencadeando profundas transformações.

Este evento não apenas alterou o eixo econômico da colônia, mas também impulsionou um enorme fluxo migratório, fomentou a urbanização do interior e teve consequências sociais e culturais duradouras. A “febre do ouro” reconfigurou o Brasil de maneira indelével.

A descoberta de ouro pelos bandeirantes e o contexto da época

A busca por metais preciosos no interior do Brasil foi uma constante desde o início da colonização. No final do século XVII, com a crise do açúcar e a dependência econômica de Portugal em relação à Inglaterra (agravada pelo Tratado de Methuen de 1703), essa busca se intensificou. Os bandeirantes paulistas foram cruciais nessa exploração.

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Figuras como Antônio Rodrigues Arzão, por volta de 1693, e Manuel de Borba Gato destacaram-se nas primeiras descobertas significativas de ouro de aluvião nos sertões mineiros. As notícias dessas descobertas se espalharam, iniciando uma corrida sem precedentes para a região.

O impacto da descoberta de ouro, migração, urbanização e a nova economia colonial

A descoberta de ouro em Minas Gerais que revelou um tesouro de 85% da produção mundial desse século e transformou radicalmente o Brasil

A descoberta de ouro provocou um “aluvião humano” em direção a Minas Gerais. Portugueses, paulistas, nordestinos e outros aventureiros migraram em massa, alterando o eixo populacional do litoral para o interior. Surgiram rapidamente vilas e cidades históricas como Vila Rica (atual Ouro Preto), Mariana, Sabará e São João del Rei.

O ouro tornou-se o novo motor da economia colonial, com o Brasil respondendo por cerca de 85% da produção mundial no século XVIII. Contudo, grande parte dessa riqueza foi canalizada para Portugal e, subsequentemente, para a Inglaterra.

Para controlar a exploração, a Coroa Portuguesa criou a Intendência das Minas (1702) e impôs um rigoroso sistema de tributação, incluindo o “quinto” (20% do ouro), a “capitação” (imposto por escravo) e a temida “derrama” (cobrança compulsória para atingir cotas). As Casas de Fundição foram estabelecidas para processar o ouro e cobrar o quinto.

A vida nas Minas após a descoberta de ouro

A sociedade mineradora tornou-se mais diversificada e estratificada que a açucareira. Havia uma elite de grandes mineradores e comerciantes, camadas intermediárias de artesãos e pequenos comerciantes, e uma grande massa de homens livres pobres. Na base, a mão de obra era predominantemente de africanos escravizados, cujo número aumentou exponencialmente.

As tensões eram frequentes, culminando na Guerra dos Emboabas (1707-1709), um conflito entre paulistas e recém-chegados (“emboabas”) pelo controle das minas. A repressão fiscal também gerou revoltas, como a de Filipe dos Santos (1720). A vida dos escravizados nas minas era árdua e perigosa, mas formas de resistência, como fugas, formação de quilombos e a compra de alforrias, eram constantes.

O legado artístico e cultural impulsionado

Em meio a essa sociedade de contrastes, floresceu o Barroco Mineiro, uma rica expressão artística financiada pela riqueza do ouro. Artistas como Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, e o pintor Manuel da Costa Ataíde foram seus maiores expoentes.

Suas obras, como as esculturas dos Doze Profetas em Congonhas (Aleijadinho) e as pinturas em perspectiva nos tetos de igrejas (Ataíde), demonstram originalidade e uma adaptação criativa dos estilos europeus, utilizando materiais locais como a pedra-sabão. As igrejas e o casario colonial de cidades como Ouro Preto e Mariana são testemunhos desse período.

O Brasil moldado pela descoberta em Minas Gerais

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O ciclo do ouro deixou um legado ambíguo. Promoveu a interiorização da colonização e o desenvolvimento de um mercado interno mais articulado. Contudo, o declínio da produção, a partir da segunda metade do século XVIII, revelou a fragilidade de uma economia extrativista. A descoberta de ouro também causou impactos ambientais, como desmatamento e assoreamento de rios.

Apesar da exploração colonial, o ciclo fomentou a integração territorial e semeou ideias de autonomia, como na Inconfidência Mineira. A riqueza do ouro, inseparável da brutalidade da escravidão, moldou profundamente a história, a cultura e a sociedade brasileira.

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Leandro
Leandro
02/06/2025 10:00

Triste em saber que nossa minas Gerais é uma das mais ricas em ouro no mundo e mais absurdo é em saber que os estrangeiros extraem o precioso de nossas terras a troco de nada .nada porque dentro e ao redor de minas Gerais ha mais pessoas pobres que ricas .se fosse pelo menos 10% do lucro das vendas investido na população nao teriasmos favelas abandonadas pessoas ando fome nas ruas teriamos uma população mais valorizadas não precisariamos ter que imigrar pra outros paises por reconhecimento pelo trabalho .a gestao de Minas esta uma verdadeira desumanidade com os demais verdadeiro bom xi bom bom…bom Rico cada vez mais rico e pobre cada vez mais pobre e mais jogadores ganhando absurdo pra se divertir-se em campo jogando bola onde poderia doar a população pelo menos a cada 10 jogos um jogo pra população a desigualdade é muita e absurda por isso tenho em mente essa indignação Vale do rio amargo .doce ou longe matou varias pessoas e ate a data presente nao prendeu ninguém Brasil desigual cade os lucros das vendas dos nossos minerios vendidos a troco de nada .nao vi ate hoje algum político mencionar que os minerios vendidos serão ivestidos em minas gerais so vejo empresas achando ouro e mais ouro e vendendo lucrando gastando nossos direitos em países vizinhos absurdo .pesso a Deus que levante um politico que coloque ordem na casa casa onde que o que sera vendido tambem sera repartido com a população que bom seria ter uma igualdade social entre nossa Minas Gerais amo nossa Minas Gerais. Sou Leandro Eustaquio e nao tenho vergonha de falar o quanto amo minha cidade Bh .Deus olhe por nos e levante um que faça o certo

Antônio Flávio Moreira Pinto
Antônio Flávio Moreira Pinto
Em resposta a  Leandro
02/06/2025 12:07

Bom dia, amigo. Tenho uma notícia mto excelente p vc.
Deus sabe de tudo q amos diante das atrocidades cometidas pelos governos humanos. Ele, o Deus verdadeiro, vai por fim a todos os governos humanos, e vai estabelecer um governo perfeito e justo para governar a humanidade justa.
Leia o capítulo 2:44 do livro bíblico de Daniel e o Salmos 2:1-12.
Mais informações, consulte o Sit JW.ORG

Welinton
Welinton
Em resposta a  Antônio Flávio Moreira Pinto
02/06/2025 22:23

Não acho legal, diante de graves problemas sociais que exigem posições vigorosas, luta por conscientização política e apoio à movimentos contra a desigualdade, coisas do nosso agora, urgentes, que a sugestão de algum consolo vindo de um suposto futuro glorioso tenha alguma utilidade prática, diante desse permanente escândalo exploratório que amos há séculos. Soa, co m todo respeito,meio que um convite a beber num boteco pra ver se melhora a indignação dessa realidade nefasta.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites G, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no [email protected]

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