Você sabia que existe um lugar no Brasil onde o vermelho clássico da Coca-Cola simplesmente não é bem-vindo? Em Parintins, no Amazonas, a marca muda sua identidade visual e adota o azul. Entenda por que isso acontece — e o que essa transformação revela sobre cultura, tradição e paixão. Descubra tudo agora!
Na cidade de Parintins, localizada em uma ilha no meio do Rio Amazonas, cerca de 370 km a leste de Manaus, existe uma rivalidade folclórica que ultraa os limites da imaginação. De um lado, o Boi Garantido, representado pela cor vermelha. Do outro, o Boi Caprichoso, que carrega a bandeira azul. Essa disputa cultural e artística é o coração do Festival Folclórico de Parintins, considerado um dos maiores e mais vibrantes eventos do Brasil. E é justamente nesse contexto que acontece algo inusitado: a Coca-Cola, mundialmente conhecida por seu rótulo vermelho, muda de cor e adota o azul (lata azul da Coca-Cola) — algo que ocorre apenas ali, e em nenhum outro lugar do planeta.
O que é o Festival Folclórico de Parintins e porque a lata azul da Coca-Cola é presente?
Reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), o festival ocorre anualmente entre os dias 27 e 29 de junho e movimenta toda a economia e cultura local.
O evento gira em torno da disputa entre os bois-bumbás Caprichoso e Garantido, mas também inclui apresentações de danças, quadrilhas, bois mirins (como Estrelinha, Tupy e Mineirinho), além de espetáculos visuais no Bumbódromo, arena em formato de boi onde ocorrem os embates noturnos. A ilha onde a Coca-Cola é azul.
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Com mais de 100 mil habitantes temporários durante o festival, Parintins se transforma em um palco de cor, som e tradição. A cidade literalmente se divide: os caprichosos evitam qualquer item vermelho, e os garantidos rejeitam tudo que tenha azul. Inclusive marcas internacionais.
Por que a Coca-Cola muda de cor em Parintins?
O rótulo vermelho da Coca-Cola é um dos elementos visuais mais reconhecidos no mundo. No entanto, durante o Festival Folclórico de Parintins, a marca adota um comportamento único. Em apoio ao Boi Caprichoso, a Coca-Cola lança uma edição limitada com rótulo azul.
Essa adaptação é estratégica: a rivalidade entre os bois é tão forte que consumidores simplesmente se recusariam a comprar o produto em vermelho, se fossem torcedores do Caprichoso. Por isso, há anos, a Coca-Cola produz embalagens personalizadas durante o evento.
Esse gesto também fortalece o vínculo entre a marca e a comunidade local, mostrando respeito às tradições culturais. Em edições anteriores, a Campanha “Isso é Parintins” da Coca-Cola chegou a vencer prêmios de marketing por sua autenticidade e sensibilidade cultural.
Outras marcas também entram na dança
Não é só a Coca-Cola que se adapta à realidade da ilha. Em 2025, por exemplo, a cervejaria Brahma também lançou latas personalizadas com os bois Caprichoso e Garantido, ilustradas pelo artista local Ronan Marinho. Além disso, a marca entrega anualmente um caminhão de cerveja para o boi vencedor, celebrando a vitória com um desfile entre o Bumbódromo e o curral da agremiação campeã.
A companhia aérea Azul Linhas Aéreas também entrou no clima. Em apoio ao Boi Garantido, a empresa alterou temporariamente sua identidade visual, slogan e trilha sonora. Entre 25 de junho e 1º de julho, a Azul programou 196 voos extras para Parintins, reforçando seu papel como patrocinadora e facilitadora do turismo cultural.
Essas ações evidenciam a força do evento como motor de engajamento, identidade e consumo.
Como chegar à ilha onde a Coca-Cola é azul?
Parintins está localizada na Ilha Tupinambarana, às margens do Rio Amazonas. Há duas formas principais de o à cidade:
Por via fluvial
É a forma mais tradicional, embora demorada. A viagem de barco entre Manaus e Parintins pode durar até 18 horas, dependendo das condições do rio e do tipo de embarcação. Durante o festival, centenas de barcos de pequeno, médio e grande porte atracam no porto da cidade.
Por via aérea
Para quem busca mais agilidade, o Aeroporto Municipal Júlio Belém, em Parintins, recebe voos comerciais e fretados. Em 2024, o terminal registrou mais de mil pousos e decolagens durante os dias do festival, com cerca de 20 mil ageiros circulando na região.
A viagem aérea entre Manaus e Parintins dura menos de uma hora e é a melhor opção para turistas que desejam aproveitar ao máximo o evento.
Quanto custa participar do Festival de Parintins?
Os ingressos para o festival são disputados, e esgotam com meses de antecedência. Os setores do Bumbódromo são divididos entre Cadeiras Tipo 1 e 2, além das Arquibancadas Central e Especial.
Preços para 2025 (valores médios):
- aporte para 3 noites: de R$ 2.880 (Cadeira Tipo 2) a R$ 4.800 (Arquibancada Central)
- Ingressos avulsos por noite: a partir de R$ 1.100
Apesar dos preços elevados, os lugares se esgotam rapidamente. Além disso, há programação gratuita espalhada pela cidade, com apresentações de rua, ensaios abertos e eventos paralelos.
Parintins: mais que um festival, uma identidade
Durante o Festival, Parintins se transforma numa cidade binária: azul ou vermelha. Casas, roupas, estabelecimentos comerciais e até alimentos são cuidadosamente escolhidos de acordo com a cor do boi que se torce.
A rivalidade é intensa, mas respeitosa. O que poderia ser um confronto, na verdade, é uma das maiores celebrações culturais do Brasil, que une dança, canto, encenação, alegorias e ancestralidade indígena.
A força dessa identidade é tamanha que multinacionais adaptam marcas centenárias para se manterem relevantes no contexto local — como fez a Coca-Cola ao trocar o vermelho pelo azul.
Quando a Coca-Cola foi azul pela primeira vez?
A primeira edição da Coca-Cola azul em Parintins remonta a meados dos anos 2000. A marca, já consolidada como patrocinadora do evento, percebeu que seu tradicional rótulo vermelho causava rejeição entre os torcedores do Caprichoso.
Foi então que, em um movimento inédito, a empresa lançou a edição especial azul, mantendo todos os elementos clássicos da marca, mas com uma mudança cromática completa.
Desde então, a iniciativa foi repetida todos os anos, com variações de design e campanhas específicas para o evento. Essa prática é exclusiva de Parintins, e não ocorre em nenhum outro local do mundo.
O caso da Coca-Cola azul em Parintins é frequentemente citado em cursos de marketing, branding e antropologia como exemplo de adaptação cultural estratégica.
A decisão de alterar a cor de um produto mundialmente padronizado demonstra:
- Sensibilidade cultural: A marca reconhece e respeita o valor simbólico das cores para os moradores da cidade.
- Aproximação com o consumidor: Torna-se parte do cotidiano e da paixão local.
- Flexibilidade e inovação: Mostra que até grandes corporações podem — e devem — se adaptar.
Edição limitada: item de colecionador
A Coca-Cola azul em Parintins não é vendida fora da cidade. As latas são produzidas exclusivamente para a ocasião e em quantidade limitada, o que as torna itens cobiçados por colecionadores de todo o Brasil.
Nas redes sociais, é comum ver pessoas trocando ou revendendo as embalagens após o festival, muitas vezes por valores muito acima do preço original.
Além da versão azul, a Coca-Cola também costuma lançar latas vermelhas com estampas personalizadas do Boi Garantido, agradando os dois lados da disputa.
A ilha mágica onde marcas se rendem à cultura
A história da ilha brasileira onde a Coca-Cola é azul mostra que tradição, cultura e identidade local podem ser mais fortes do que qualquer padrão global. Em Parintins, o marketing aprende com o povo.
Durante três noites — e nos meses que antecedem — a cidade vibra em azul e vermelho. E enquanto as vozes ecoam no Bumbódromo, a lata azul da Coca-Cola é aberta para brindar não só uma festa, mas um povo que transformou sua cultura em patrimônio.
A ilha onde a Coca-Cola é azul é mais do que uma curiosidade publicitária — é um lembrete de que o Brasil é feito de particularidades incríveis. Parintins prova que a força da cultura popular pode, sim, dobrar até as maiores marcas do planeta.
Se você nunca visitou, prepare-se. Ver uma Coca-Cola azul é surpreendente, mas viver a energia do Festival de Parintins é algo que palavras não explicam — só sentindo.
Começou em “meados dos anos 2000”. Ou seja, lá por volta de 2500.
Meados de 2000, acho que seria 1000 não?
Se a primeira edição da Coca-Cola azul em Parintins remonta a meados dos anos 2000, isso significa que foi por volta do ano 2005.
“Meados” de uma década se refere à metade dela. Portanto:
* Meados dos anos 1000 seria por volta do ano 1005.
* Meados dos anos 2500 seria por volta do ano 2505.
Como o contexto é a Coca-Cola em Parintins e você mencionou “anos 2000”, a referência correta é ao século XXI.
Poderia vender em Porto Alegre também, metade vermelho e matade azul.
Também achei que fosse em Porto Alegre, mas como não coloco meus pés na arena, não saberia dizer como é a embalagem da Coca-Cola lá.
Pensei que fosse por causa de um certo partido político. 😂