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Conheça a Bucyrus-Erie 4250-W, a maior dragline do mundo já construída. Uma maravilha da engenharia que moveu montanhas e deixou uma marca indelével na história industrial.
Big Muskie, oficialmente designada Bucyrus-Erie Model 4250-W, detém o título impressionante de maior dragline do mundo. Esta máquina monumental não foi apenas um feito de engenharia; ela redefiniu a escala da mineração no século XX.
Sua construção representou uma proeza logística e técnica. Sua operação, por mais de duas décadas, foi uma demonstração de força e capacidade incomparáveis. Mesmo após seu desmantelamento, o legado da Big Muskie como um ícone industrial e tecnológico perdura.
Construindo a maior dragline do mundo
Nos anos 60, a Central Ohio Coal Company (COCCo), uma subsidiária da American Electric Power (AEP), enfrentou um desafio. A crescente demanda por energia exigia mais carvão. Para isso, era preciso remover enormes camadas de terra e rocha, a sobrecarga, que cobriam o valioso carvão Meigs Creek No. 9. A solução foi a criação de uma máquina sem precedentes.
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A Bucyrus-Erie Company, renomada fabricante de equipamentos pesados, aceitou o desafio. O resultado foi o Model 4250-W, que ganharia o apelido de Big Muskie. Sua montagem ocorreu diretamente no local da mina Muskingum, em Ohio, entre 1967 e 1969. Este processo, que durou mais de dois anos, envolveu o transporte de componentes em centenas de vagões de trem e caminhões, e exigiu cerca de 200.000 horas de trabalho.
As dimensões impressionantes da Big Muskie
As dimensões da Big Muskie eram verdadeiramente colossais. Sua altura atingia entre 222 e 240 pés, o equivalente a um prédio de aproximadamente 22 andares. Seu peso operacional era de cerca de 13.500 toneladas americanas (aproximadamente 12.250 toneladas métricas). A lança, de onde a caçamba era suspensa, media impressionantes 310 pés de comprimento.
A caçamba da Big Muskie era sua ferramenta mais icônica: com capacidade para 220 jardas cúbicas, ela podia mover 325 toneladas de material de uma só vez. Vazia, a caçamba pesava 240 toneladas. Para operar, esta maior dragline do mundo era totalmente elétrica, alimentada por uma tensão de 13.800 volts e consumindo eletricidade equivalente a uma cidade com cerca de 27.500 residências.
A Big Muskie em ação na mina Muskingum
A principal missão da Big Muskie era a remoção da sobrecarga, expondo as camadas de carvão para que máquinas menores pudessem extraí-lo. Ela operou incansavelmente na mina Muskingum de maio de 1969 até janeiro de 1991. Trabalhava 24 horas por dia, 364 dias por ano.
Ao longo de seus 22 anos de serviço, a Big Muskie moveu mais de 600 milhões de jardas cúbicas de material – um volume que supera o dobro da escavação original do Canal do Panamá. Este esforço monumental descobriu aproximadamente 20 milhões de toneladas de carvão. Apesar de seu tamanho, era operada por uma equipe relativamente pequena, composta por cinco a sete pessoas altamente qualificadas por turno.
Força e o fim de uma era para a maior dragline do mundo
O gigantismo da Big Muskie, que era sua maior força, paradoxalmente tornou-se também sua principal vulnerabilidade. Mudanças nas regulamentações ambientais, como a Lei do Ar Limpo (Clean Air Act) nos EUA, reduziram a demanda pelo carvão com alto teor de enxofre que ela extraía. Além disso, os custos operacionais, especialmente o de eletricidade, tornaram-se proibitivos.
Novas tecnologias de mineração, menores e mais eficientes, também surgiram. A Big Muskie foi desativada em janeiro de 1991. Apesar dos esforços para preservá-la como museu, os custos eram astronômicos. Em 1999, a decisão final foi seu desmantelamento para sucata.
Legado da Big Muskie
Apesar de não existir mais em sua forma original, o legado da maior dragline do mundo é multifacetado. Sua icônica caçamba de 240 toneladas foi preservada. Hoje, ela é a peça central do Miner’s Memorial Park, em Ohio, um testemunho de sua grandiosidade industrial.
Talvez o aspecto mais notável de seu legado seja a recuperação ambiental da vasta área onde operou. Grande parte da antiga mina Muskingum foi transformada no “The Wilds”, um renomado centro de conservação de vida selvagem com 10.000 acres. Outra porção deu origem ao Jesse Owens State Park, oferecendo recreação pública. A história da Big Muskie é, portanto, um símbolo poderoso da engenharia humana, da capacidade industrial de uma era e da impressionante transformação ecológica que pode seguir o fim da mineração.
