Analisamos as alegações sobre a maior fazenda de milho do Brasil. Descubra a real escala de produção de milho do Grupo Bom Futuro e da SLC Agrícola e quem realmente lidera nesta cultura
A alegação de que o Grupo Bom Futuro seria a maior fazenda de milho do Brasil, com 583 mil hectares, circula no agronegócio. Paralelamente, a SLC Agrícola se destaca como grande produtora. Mas quem realmente detém a maior área dedicada a essa cultura essencial?
entenda os números por trás desses gigantes. Esclarecendo a diferença entre área cultivada total e a área específica de milho, analisando dados recentes para entender a verdadeira dimensão da produção de milho de cada empresa e seu papel no cenário nacional.
O Grupo Bom Futuro e a suposta maior fazenda de milho
O Grupo Bom Futuro é um dos maiores conglomerados agrícolas do Brasil, gerenciando mais de 650.000 hectares em área cultivada total, abrangendo diversas culturas como soja, algodão e milho, além da pecuária. A cifra de 583 mil hectares mencionada na alegação inicial provavelmente se refere a essa área total, e não exclusivamente ao milho.
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Dados mais recentes, de 2023, indicam que o Grupo Bom Futuro cultivou aproximadamente 100.600 hectares de milho, somando a primeira e a segunda safras (safrinha). A produção de milho do grupo foi estimada em cerca de 600.000 toneladas. O milho é fundamental em seu sistema de rotação com a soja e para a alimentação animal em suas operações.
SLC Agrícola, um gigante na produção de milho com dados transparentes e crescimento
A SLC Agrícola S.A. é outra potência do agronegócio brasileiro. A afirmação de que cultivou 82.392 hectares de milho na safra 2019/20 é precisa, conforme seus relatórios. Desde então, a empresa expandiu significativamente sua área de milho.
Na safra 2022/2023, a SLC Agrícola plantou 137.585 hectares de milho segunda safra, resultando em uma produção de 1.071.551 toneladas. No primeiro trimestre de 2025, a área consolidada de milho foi de 122.767 hectares. A empresa é reconhecida pela alta produtividade, superando a média nacional.
Quem realmente cultiva a maior fazenda de milho?
Comparando os dados mais recentes e específicos para a cultura do milho, a SLC Agrícola tem reportado uma área dedicada ao milho superior à do Grupo Bom Futuro (122.000-138.000 ha da SLC contra 100.600 ha do Bom Futuro). É crucial distinguir a área total de um grupo agrícola da área específica de uma única cultura.
Embora o Grupo Bom Futuro gerencie uma área total maior, a SLC Agrícola demonstra uma alocação de área para o milho consistentemente maior nos últimos dados. Isso sugere um foco estratégico mais intensivo da SLC no milho em termos de extensão cultivada, quando comparado ao Bom Futuro, que tem no algodão sua cultura de maior dominância individual.
O Cenário do Milho no Brasil, os grandes produtores e a busca pela maior fazenda de milho
O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores mundiais de milho, com a segunda safra (safrinha) respondendo por mais de 77% da produção nacional. O Centro-Oeste, especialmente Mato Grosso, lidera a produção.
Além do Grupo Bom Futuro e da SLC Agrícola, outros grandes atores como o Grupo Amaggi (que produz mais de 1,5 milhão de toneladas de soja, algodão e milho em fazendas próprias) e diversas cooperativas (Coamo, C. Vale) e indústrias de processamento (Inpasa, Bunge) compõem a complexa cadeia do milho. Definir a “maior fazenda de milho” é desafiador sem um ranking unificado e padronizado.
O futuro da produção de milho em larga escala no Brasil
Grandes produtores como o Grupo Bom Futuro e a SLC Agrícola têm investido em sustentabilidade e tecnologia. O Bom Futuro destaca-se na Integração Lavoura-Pecuária (ILP), uso de bioinsumos e possui o Selo Prata do GHG Protocol. A SLC Agrícola possui certificações como RTRS e Renovabio para seu milho, utiliza plantio direto, culturas de cobertura e agricultura digital.
Esses avanços são essenciais para aumentar a produtividade e a sustentabilidade. A disputa pelo título de maior fazenda de milho continuará a ser dinâmica, mas a precisão dos dados e o compromisso com práticas responsáveis serão cada vez mais importantes para todos os grandes produtores do setor.