A Meta, de Mark Zuckerberg, tentou barrar judicialmente o lançamento de um livro escrito por uma ex-funcionária. A tentativa de censura, no entanto, teve efeito contrário: gerou polêmica, atraiu atenção da mídia e transformou a obra no título mais vendido dos Estados Unidos.
Um livro que a Meta de Mark Zuckerberg tentou impedir de ser vendido se tornou o mais vendido dos Estados Unidos. A obra, escrita por Sarah Wynn-Williams, ex-funcionária da empresa, alcançou o topo da lista do New York Times na categoria não ficção. Também aparece entre os cinco mais vendidos da Amazon.
Tentativa de censura
Antes mesmo do lançamento, marcado para 11 de março, a Meta entrou com um pedido de urgência para impedir a venda e a promoção do livro. A alegação era de que Sarah havia violado um acordo de não difamação assinado quando deixou a empresa.
A decisão do juiz foi favorável à Meta. Sarah foi proibida de promover ou vender a obra por conta própria. No entanto, a editora esclareceu que a decisão não se aplica a ela. O livro continua à venda normalmente.
-
IBM demite 8 mil funcionários para adotar inteligência artificial, mas é forçada a recontratar devido ao inesperado crescimento da demanda
-
Notícias de incêndios estruturais aumentam 6% no primeiro trimestre
-
Abril é o mês com maior volume de ageiros afetados por cancelamentos de voos no ano, revela levantamento da AirHelp
-
Pelo segundo ano consecutivo, remuneração mensal fixa média de diretores de tecnologia no Brasil fica estável, aponta pesquisa Page Executive
O movimento da empresa teve efeito contrário. A tentativa de censura atraiu atenção imediata da mídia e do público. Muitos aram a se interessar pelo conteúdo que a gigante da tecnologia não queria que fosse divulgado.
Lançamento inesperado
Ao contrário do habitual no mercado editorial, o livro não teve uma longa campanha de divulgação. Ele foi anunciado menos de uma semana antes de chegar às livrarias. Mesmo assim, teve forte repercussão.
Não foram enviados exemplares para a imprensa com antecedência. Sarah também não concedeu muitas entrevistas.
Apesar da divulgação limitada, o interesse gerado pelo conflito com a Meta fez o livro disparar nas vendas. Para muitos leitores, a curiosidade superou qualquer falta de informação prévia.
Críticas da Meta
A Meta reagiu com força à publicação. Em comunicado oficial, classificou o livro como um ataque de uma ex-funcionária insatisfeita. Alegou que Sarah foi demitida por comportamento inadequado e desempenho abaixo do esperado.
O diretor de tecnologia da empresa, Andrew Bosworth, disse que a obra é “cheia de mentiras”. Segundo ele, vários episódios descritos nunca aconteceram. Outras pessoas que trabalharam com Sarah também questionaram a veracidade dos relatos.
Katie Harbath, ex-funcionária da Meta que trabalhou na mesma época que Sarah, escreveu um texto em seu blog dizendo que o livro contém erros que prejudicam seu argumento principal. Ainda assim, uma outra ex-funcionária publicou no LinkedIn que se identificou com o conteúdo.
Retrato de uma era
O livro cobre os anos de 2011 a 2017, período marcado por grandes decisões na empresa, que na época ainda se chamava Facebook. Muitos dos episódios citados por Sarah já haviam sido noticiados. A principal novidade está na descrição de bastidores, com detalhes de reuniões e diálogos internos.
Mesmo com divergências de memória ou interpretação, o conteúdo atrai por mostrar os dilemas enfrentados dentro da companhia. Para muitos, é uma oportunidade de entender como decisões controversas foram tomadas naquele período.
Quem leu o livro aponta que ele reforça o que já era de conhecimento público: erros foram cometidos. A novidade está em ver essas falhas pelos olhos de quem estava dentro da sala quando tudo aconteceu.
Última informação relevante
Apesar das críticas e da tentativa de censura, a obra de Sarah Wynn-Williams permanece à venda. O interesse do público aumentou após a intervenção da Meta. Agora, o livro figura entre os mais comentados do país — justamente por tentar ser silenciado.