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Anatel avalia riscos geopolíticos da Starlink no Brasil. Agência analisa expansão da empresa de Elon Musk na Amazônia e impacto sobre soberania e segurança nacional

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 24/03/2025 às 20:38
Presença da Starlink de Elon Musk na Amazônia levanta debate sobre soberania digital e controle tecnológico no Brasil
Presença da Starlink de Elon Musk na Amazônia levanta debate sobre soberania digital e controle tecnológico no Brasil

A Starlink, empresa de internet via satélite controlada por Elon Musk, está sob análise da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) por possíveis riscos geopolíticos e estratégicos ao Brasil. A preocupação vai além da tecnologia: trata-se da soberania nacional e do crescente domínio de uma big tech estrangeira sobre a conectividade em áreas sensíveis, como a região amazônica.

De acordo com reportagem do Estadão publicada em 23 de março de 2025, o pedido da Starlink para ampliar a quantidade de satélites operando sobre o Brasil está travado há mais de um ano. A Anatel avalia, além dos critérios técnicos, os possíveis impactos econômicos e de segurança nacional associados à atuação da empresa norte-americana.

Antenas da Starlink instaladas no Brasil: tecnologia de internet via satélite já alcança áreas remotas da Amazônia, enquanto autoridades avaliam impactos regulatórios e geopolíticos.
Antenas da da empresa de Elon Musk instaladas no Brasil: tecnologia de internet via satélite já alcança áreas remotas da Amazônia, enquanto autoridades avaliam impactos regulatórios e geopolíticos.

Atualmente, a Starlink possui mais de 250 mil clientes no Brasil, com forte presença em áreas isoladas da Amazônia Legal, segundo apuração do The Guardian. A empresa fornece internet de alta velocidade em locais onde provedores tradicionais não atuam, beneficiando escolas, comunidades indígenas, postos de saúde e até bases de segurança pública.

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No entanto, essa conectividade também trouxe alertas sobre a dependência tecnológica. Segundo ambientalistas, ONGs e autoridades locais, há receio de que o uso da rede satelital possa facilitar atividades ilegais, como o garimpo em áreas protegidas. Uma matéria do The Guardian, de setembro de 2024, alertou sobre o “domínio silencioso” da Starlink de Elon Musk no território amazônico, destacando a falta de controle estatal sobre sua operação.

Em nota, a Anatel informou que a empresa precisa atender aos critérios regulatórios do país e garantir que sua atuação “não comprometa a autonomia das comunicações brasileiras”.

Itália e outros países já bloquearam ou restringiram a empresa

O Brasil não é o único país a colocar a atuação da Starlink sob escrutínio. Recentemente, a Itália interrompeu negociações com a empresa de Elon Musk, conforme revelou o jornal El País em 19 de março de 2025. Segundo o Ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto, a figura pública de Musk “gera ruídos políticos e estratégicos”, tornando a operação delicada do ponto de vista de segurança nacional.

Ainda segundo o El País, o governo italiano teme que os dados coletados via satélite por empresas privadas possam ser utilizados de forma indevida, violando acordos de confidencialidade ou servindo a interesses de outros países.

A preocupação também foi levantada por autoridades da União Europeia e de países africanos, onde a empresa iniciou operação em regiões instáveis politicamente. Nesses locais, governos alertaram para a necessidade de criar marcos regulatórios específicos para a atuação de empresas de satélite com forte capacidade de vigilância e coleta de dados.

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