Preços reagiram às incertezas climáticas e ao comportamento do mercado internacional, mantendo tendência positiva
O mês de março foi marcado por fortes oscilações no mercado internacional de café. A instabilidade climática e a incerteza em torno da safra brasileira de 2025 dominaram os movimentos de preços do café.
O clima no Brasil e no Vietnã, os dois grandes produtores, seguiu no centro das atenções.
Safra brasileira em alerta
A seca prolongada de 2024 e as altas temperaturas causaram perdas significativas na produção de café arábica no Brasil.
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Já o conilon apresentou melhor desempenho. Em março, a volta da umidade às regiões cafeeiras brasileiras foi bem-vinda, ainda que de forma irregular.
A previsão de chuvas mais consistentes, principalmente em Minas Gerais, reduziu o estresse hídrico.
Isso fez com que o mercado recuasse das máximas, afastando o contrato de maio da marca de 400 centavos de dólar por libra-peso.
Segundo Gil Barabach, consultor da Safras & Mercado, as condições climáticas seguem como fator determinante. “A umidade voltou, e isso trouxe certo alívio. Mas a situação ainda exige atenção”, afirmou.
Vietnã também pressiona preços
No Vietnã, as chuvas também foram irregulares. A falta de umidade contribuiu para a volatilidade nos preços do robusta.
Com a previsão de chuva nos próximos dias, o mercado iniciou uma correção. Esse movimento em Londres teve reflexo direto sobre os preços do arábica em Nova York, puxando os valores para baixo.
Apesar das correções, a volatilidade deve continuar. A baixa oferta física de café é um dos motivos. “Essa combinação de incerteza climática e disponibilidade limitada tende a manter o mercado agitado”, avaliou Barabach.
Alta histórica e correções
O contrato de maio em Nova York chegou a um recorde em 5 de março: 409,95 centavos de dólar por libra-peso. Mas o mercado corrigiu nas semanas seguintes. No dia 14, os preços atingiram a mínima do mês, com 373,25 centavos.
A oscilação do dólar, aliada a tensões comerciais envolvendo os EUA, também mexeu com o setor. No acumulado até 27 de março, o contrato de maio subiu 1,5%, encerrando em 378,80 centavos.
Mercado interno lento, mas com valorização
No Brasil, a comercialização foi lenta em março. Com pouca oferta e vendedores cautelosos, os negócios foram pontuais. No Sul de Minas, o café arábica bebida boa subiu 3,6%, fechando a R$ 2.560,00 por saca. Já o conilon tipo 7, em Vitória (ES), teve leve alta de 0,25%, indo para R$ 1.980,00.
A expectativa agora gira em torno da chegada da nova safra.