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Argentina acelera exportação de gás de Vaca Muerta para o Brasil e mira São Paulo como principal destino

Publicado em 06/05/2025 às 17:52
Empresas de Vaca Muerta, na Argentina, avançam na exportação de gás para o Brasil, especialmente São Paulo.
Empresas de Vaca Muerta, na Argentina, avançam na exportação de gás para o Brasil, especialmente São Paulo. Fonte: Bloomberg Línea.

Empresas de Vaca Muerta, na Argentina, avançam na exportação de gás para o Brasil, especialmente São Paulo, substituindo a queda na oferta boliviana e reforçando a segurança energética.

As exportações de gás natural da formação de Vaca Muerta, na Argentina, ganharam impulso e prometem alterar significativamente o cenário energético brasileiro, especialmente em São Paulo. Grandes companhias do setor energético, como TotalEnergies, Gas Cono Sur, Teetrol e Pluspetrol, am pelo menos nove contratos para fornecimento superior a 10,5 milhões de metros cúbicos por dia ao Brasil, segundo fontes do setor. A tendência é de crescimento, com outras cinco ordens em análise.

A estratégia argentina inclui o uso da infraestrutura existente, priorizando a rota Argentina-Bolívia-Brasil, que deve conduzir o gás de Vaca Muerta diretamente até o território brasileiro, aliviando a dependência do Brasil em relação ao gás boliviano — cuja produção enfrenta queda constante nas reservas.

Reservas bolivianas em queda acelerada impulsionam mudança de rota

A decisão de substituir o gás da Bolívia não é por acaso. Dados recentes da consultoria norte-americana Ryder Scott Company revelam que as reservas comprovadas de gás natural boliviano chegaram a 4,04 TCF (trilhões de pés cúbicos) em dezembro de 2022.

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Mesmo somando as categorias “Comprovada + Provável + Possível”, o volume não ultraava 5,15 TCF.

Em dezembro de 2023, as reservas comprovadas subiram para 4,48 TCF, com potencial máximo de 5,24 TCF, considerando o cenário mais otimista. Ainda assim, especialistas e autoridades locais criticam a falta de transparência nos dados.

A certificação de 2024, que deveria estar disponível desde março, ainda não foi apresentada pela YPFB (Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos), o que aumenta a incerteza.

Vaca Muerta mira novos mercados enquanto espera estrutura para GNL

Diante desse cenário, o gás de Vaca Muerta surge como alternativa estratégica para abastecer o Brasil, especialmente enquanto os projetos para sua exportação como Gás Natural Liquefeito (GNL) ainda não saem do papel.

A Bacia de Neuquén, onde está localizada a formação geológica de Vaca Muerta, tem atraído interesse crescente de compradores brasileiros.

“Estamos em busca de suprimento firme, visto que a Bolívia não consegue mais repor os volumes depletados e ficamos à mercê do GNL importado para completar as necessidades do nosso mercado”, afirmou um especialista ouvido pelo portal Petronotícias.

Contratos já assinados focam no Sudeste e utilizam rede boliviana

As operações já contam com aval oficial. O governo argentino autorizou quatro exportações destinadas ao Brasil, com foco especial na região de São Paulo, que concentra boa parte da demanda nacional por gás natural.

A subsidiária Total Austral, ligada à sa TotalEnergies, assinou contrato com a MGAS Comercializadora para fornecer até 1,5 milhão de metros cúbicos por dia, provenientes dos campos San Roque, Aguada Pichana Este e Rincón de la Ceniza, todos localizados em Vaca Muerta.

Além da MGAS, outras comercializadoras brasileiras envolvidas nos contratos são MTX Comercializadora, Edge Comercialização e Gas Bridge.

Obstáculos logísticos e tarifários ainda desafiam expansão

Apesar dos avanços, a exportação de gás argentino enfrenta entraves técnicos e regulatórios.

A estatal argentina Enarsa ainda não concluiu a instalação de um medidor bidirecional no Gasoducto de Integración Juana Azurduy (Gija), essencial para o transporte reverso do gás até a Bolívia. Além disso, questões tarifárias ainda estão pendentes de homologação.

A expectativa é que o custo do transporte fique em torno de US$ 9 por milhão de BTU. “Se chegar no Gasbol a esse preço, acho barato. Mas tem de saber se esse preço é na entrada na Bolívia ou em SP”, pondera um analista do setor.

Expectativas para o mercado de gás em São Paulo

O gás de Vaca Muerta deve ganhar protagonismo em São Paulo, maior mercado consumidor do Brasil, que sofre com a oscilação no fornecimento boliviano.

A diversificação de rotas e fornecedores é vista como uma medida urgente para garantir estabilidade e competitividade energética, tanto para o setor industrial quanto para os consumidores residenciais.

A entrada de gás argentino no mercado brasileiro não apenas reforça a segurança energética do país, como também abre novas possibilidades de negócios bilaterais, consolidando o papel de Vaca Muerta como um dos principais polos produtores da América do Sul.

Com informações do Petronotícias.

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Andriely Medeiros de Araújo

Sou graduanda e atuo como redatora no Click Petróleo e Gás, onde escrevo sobre vagas, concursos, cursos, indústria e temas relacionados. Com cerca de dois anos de experiência na área, já publiquei mais de 3.500 artigos em diversos sites e, diariamente, me dedico a produzir conteúdos informativos e verídicos. Tenho uma grande paixão pela escrita, leitura e cinema.

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