Salário mínimo sem aumento real por 6 anos? Armínio Fraga, ex-chefe do Banco Central, aponta essa medida como essencial para conter os gastos públicos
O economista Armínio Fraga defendeu que o Brasil congele o salário mínimo “em termos reais” por um período de seis anos. A declaração foi dada durante a Brazil Conference, realizada neste fim de semana na Universidade de Harvard e no MIT (Massachusetts Institute of Technology), em Cambridge, nos Estados Unidos.
Declaração do ex-presidente do BC
Durante sua participação no evento, o ex-presidente do Banco Central (1999-2003) destacou a importância de um ajuste fiscal no país e comentou sobre os elevados gastos públicos, especialmente com a previdência social. Segundo Fraga, o congelamento real do salário mínimo seria necessário por pelo menos seis anos para conter o desequilíbrio nas contas.
O que significa congelamento real
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Congelar o salário mínimo em termos reais significa manter seu valor apenas com a correção da inflação, sem ganhos adicionais de poder de compra. Hoje, pela legislação vigente, o salário mínimo pode ter um aumento real de até 2,5%. A política de reajuste acima da inflação foi uma das promessas centrais do presidente Lula durante a campanha.
Previdência é principal foco de despesas
Fraga apontou a previdência como um dos maiores entraves fiscais do país. “A conta da previdência é enorme e está piorando rapidamente, como mostram diversos estudos. As regras precisam ser revistas com urgência”, alertou o economista.
Reforma profunda do Estado
O ex-presidente do Banco Central também defendeu mudanças estruturais mais amplas. “Os gastos com folha salarial e previdência consomem cerca de 80% do orçamento público, algo fora dos padrões aceitáveis”, afirmou, ao defender uma reestruturação mais radical do Estado brasileiro.
Críticas à postura dos EUA
Comentando o cenário internacional, Fraga demonstrou preocupação com o comportamento do ex-presidente dos EUA, Donald Trump. “Me assusta ver o presidente norte-americano tratar o Canadá e o México com desrespeito. É uma postura alarmante”, afirmou durante sua fala na conferência.
Brasil deve manter cautela internacional
Para o economista, o Brasil precisa agir com prudência diante do cenário internacional. “É fundamental que o país preserve sua independência e adote posições mais cautelosas no cenário global”, concluiu Fraga.