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Arqueólogos fazem achado extraordinário de cidade engolida pelo oceano construída 140 mil anos atrás

Escrito por Jefferson S
Publicado em 26/05/2025 às 08:47
Atualizado em 27/05/2025 às 12:17
fosseis de 140 mil anos são encontrados em cidade submersa (1)
Ilustração de cidade ancestral sendo engolida pelo oceano e arqueólogos a descobrindo 140 mil anos depois.

Arqueólogos encontram evidências de civilização pré-histórica submersa que desafia tudo que sabíamos sobre nossos ancestrais

Uma descoberta arqueológica revolucionária, revelada pelo Daily Mail neste domingo (25/05) está fazendo cientistas do mundo todo repensarem a origem da humanidade. Pesquisadores descobriram vestígios de uma antiga civilização humana enterrada há mais de 140 mil anos no fundo do oceano, na costa da Indonésia. O achado extraordinário inclui crânios de Homo erectus e milhares de fósseis que revelam segredos perdidos de nossos ancestrais.

A descoberta aconteceu no Estreito de Madura, entre as ilhas de Java e Madura, onde o que antes era terra firme hoje está submerso sob as águas do oceano. Esta região fazia parte de Sundaland, um continente perdido que conectava o Sudeste Asiático em uma vasta planície tropical. O derretimento das geleiras há milhares de anos elevou o nível do mar em mais de 120 metros, engolindo para sempre essa civilização ancestral e seus segredos.

Enterrado sob lodo por 140.000 anos, o crânio só recentemente foi confirmado como Homo erectus, remodelando o que sabemos sobre a vida humana primitiva no Sudeste Asiático.
Enterrado sob lodo por 140.000 anos, o crânio só recentemente foi confirmado como Homo erectus, remodelando o que sabemos sobre a vida humana primitiva no Sudeste Asiático – Reprodução

O continente perdido que abrigou nossos ancestrais por milhares de anos

Harold Berghuis, arqueólogo da Universidade de Leiden na Holanda que liderou a investigação, explica que entre 14 mil e 7 mil anos atrás, o derretimento das geleiras causou uma elevação dramática do nível do mar. “Este período é caracterizado por grande diversidade morfológica e mobilidade das populações hominídeas na região”, destacou o cientista em entrevista ao Daily Mail.

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A Sundaland era uma região próspera que conectava o que hoje conhecemos como Malásia, Indonésia, Brunei e partes do Sudeste Asiático. Esta vasta planície tropical abrigava ecossistemas ricos e diversificados, onde nossos ancestrais desenvolveram estratégias avançadas de caça e sobrevivência.

O continente perdido possuía rios caudalosos, como o antigo Rio Solo, que fluía em direção ao leste através da atual plataforma submersa de Sunda. Os sedimentos encontrados indicam um ecossistema fluvial próspero durante o final do Pleistoceno Médio.

Quando as geleiras começaram a derreter, comunidades inteiras foram forçadas a fugir para o interior ou para ilhas mais altas. Aqueles que não conseguiram escapar a tempo foram tragados pelas águas junto com suas cidades, ferramentas e memórias.

A descoberta dos fósseis começou em 2011, quando mineradores de areia marinha trouxeram à superfície restos fossilizados durante operações de dragagem. No entanto, apenas recentemente os especialistas conseguiram estabelecer a idade e espécie desses achados.

Esta revelação marca um marco importante na paleoantropologia, oferecendo a primeira evidência física direta da presença de ancestrais humanos nas paisagens agora submersas de Sundaland.

Mais de 6 Mil fósseis revelam segredos de uma época perdida

A magnitude da descoberta é impressionante: mais de 6 mil fósseis de vertebrados de 36 espécies diferentes foram recuperados do local. Entre eles estão dragões de Komodo, búfalos, veados e elefantes, todos preservados nas camadas de sedimento e areia.

Os pesquisadores encontraram fósseis de Stegodon, um gênero extinto de grandes mamíferos herbívoros similares aos elefantes modernos. Essas criaturas podiam atingir até 4 metros de altura e pesar mais de 10 toneladas. Seus molares possuíam mais cristas que os primeiros elefantes, mas menos que os elefantes modernos, indicando um estágio evolutivo intermediário.

Diversos tipos de restos de veados também foram descobertos, incluindo ossos e dentes de várias espécies. A presença de veados é significativa porque eles são indicadores-chave do ambiente que existia, tipicamente bosques abertos ou pastagens com água e vegetação suficientes.

Fósseis de animais semelhantes a antílopes apoiam ainda mais a teoria de habitats de pastagem. Esses animais preferem espaços abertos em vez de florestas densas, ajudando a reconstruir a paisagem antiga como áreas de pastagem ou similar à savana.

O que mais impressiona os cientistas são as marcas de corte deliberadas encontradas em alguns ossos. Essas evidências comprovam que os primeiros humanos praticavam estratégias avançadas de caça, demonstrando um nível de sofisticação maior do que se imaginava.

Para determinar a idade dos depósitos, os pesquisadores utilizaram a técnica de Luminescência Opticamente Estimulada (OSL) em grãos de quartzo. Essa análise revelou que os sedimentos do vale e os fósseis datam de aproximadamente 162 mil a 119 mil anos atrás.

Nossos ancestrais mais parecidos conosco viviam em cidades submersas

Os dois fragmentos de crânio do Homo erectus encontrados, um osso frontal e um parietal, foram comparados com fósseis conhecidos do sítio de Sambungmacan em Java. A correspondência próxima confirmou que os fósseis do Estreito de Madura pertencem ao Homo erectus.

O Homo erectus representou um ponto de virada crucial na evolução humana. Eles foram os primeiros humanos primitivos a se assemelhar mais conosco, com corpos mais altos e musculosos, pernas mais longas e braços mais curtos. Essa descoberta expande o alcance conhecido da espécie para a região agora submersa de Sundaland.

Esta descoberta marca o primeiro local de fósseis hominídeos subaquáticos em Sundaland, desafiando crenças anteriores sobre os limites geográficos do Homo erectus. Os achados revelam que nossos ancestrais se adaptaram a uma variedade muito maior de ambientes do que se pensava.

A análise das camadas de sedimento onde os fósseis foram encontrados revelou um sistema de vale enterrado do antigo Rio Solo. Os sedimentos do vale indicam um ecossistema fluvial próspero, sugerindo que a região era um ambiente ideal para a habitação humana.

O estudo oferece insights raros sobre a vida humana antiga e as terras agora perdidas de Sundaland. Fornece um vislumbre dos comportamentos e adaptações das primeiras populações humanas em resposta às mudanças ambientais.

Berghuis e sua equipe demonstram como a combinação de métodos geológicos, arqueológicos e paleoambientais pode revelar capítulos perdidos da história humana escondidos sob o mar. À medida que a tecnologia de exploração subaquática avança, os cientistas esperam descobrir as cidades, fazendas e memórias deixadas para trás nas terras afogadas.

Atualização Importante: Devido à enorme repercussão e aos questionamentos sobre a veracidade dessa descoberta, nossa equipe decidiu aprofundar a apuração e consultar diretamente as fontes acadêmicas que deram origem à pesquisa.

De fato, todo o material de estudo e pesquisa liderado por Harold Berghuis, arqueólogo da Universidade de Leiden, foi publicado na Revista Quaternary Environments and Humans no site de divulgação científica ScienceDirect.

Perfil do Arqueólogo Harry Berghuis na Universidade de Leiden
Perfil do Arqueólogo Harry Berghuis na Universidade de Leiden

O estudo apresenta em detalhes os resultados de mais de cinco anos de escavações no leito marinho do Estreito de Madura, revelando que os fósseis, incluindo dois fragmentos de crânio de Homo erectus, foram datados em cerca de 140 mil anos, reforçando com base científica tudo que foi relatado.

O artigo publicado oficialmente detalha ainda que esses grupos de Homo erectus não estavam isolados, como se pensava anteriormente, mas se deslocavam livremente pelas planícies de Sundaland durante os períodos glaciais, quando o nível do mar estava até 100 metros mais baixo.

“Um vale de nível baixo do final do Pleistoceno Médio do Rio Solo no leito marinho do Estreito de Madura: geologia e idade do primeiro sítio de hominídeos da Sundaland submersa” – scienceDirect

Os vestígios de caça, marcas de corte em ossos de grandes animais e evidências de processamento de alimentos revelam que essas populações dominavam práticas sofisticadas de sobrevivência.

Além disso, os pesquisadores sugerem que pode ter havido contato e até possível troca genética com outros grupos humanos do continente asiático, uma hipótese que está mexendo profundamente com tudo o que se sabia até hoje sobre a evolução humana na região.

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Antônio Pádua
Antônio Pádua
27/05/2025 04:49

Ficou muito confuso e mau explicado, pois, o que se sabe, é que homo erectus viveu muito antes do homo sapiens, dos neandertais .

mario virgilio de carvalho júnior
mario virgilio de carvalho júnior
Em resposta a  Antônio Pádua
27/05/2025 09:29

isto é uma reportagem mal feita. deturpando os fatos. o homo erectus viveu até 110 mil anos atrás. neste local acharam um fossil de um e de outros animais. neste local na epoca da glaciação era terra firme. mas o resto de falar de cidade. que o fato muda o entendimento é mera besteira de mentirso contumaz

Iuri Guimarães
Iuri Guimarães
Em resposta a  Antônio Pádua
27/05/2025 14:09

Ficou mesmo confuso e mau explicado, mas o homo erectus, apesar de ter surgido antes do sapiens, conviveu sim com a nossa espécie e outras espécies de hominideos. No final apenas o sapiens prevaleceu. Teorias indicam que guerras entre as espécies tenham sido uma das causas da extinção das demais.

Damnus Vobiscum
Damnus Vobiscum
27/05/2025 05:09

O homo erectus e sua cidade de 140 mil anos 👏

Marco
Marco
27/05/2025 06:42

Essas reportagens de encher linguiça, falam e querem explicar o que não sabem, um desmente noutro kkk

Jefferson S

Profissional com experiência militar no Exército, Inteligência Setorial e Gestão do Conhecimento no Sebrae-RJ e no Mercado Financeiro por meio de um escritório da XP Investimentos. Trago um olhar único sobre a indústria energética, conectando inovação, defesa e geopolítica. Transformo cenários complexos em conteúdo relevante sobre o futuro do setor de petróleo, gás e energia. Envie uma sugestão de pauta para: [email protected]

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