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Arqueólogos descobriram um artefato de bronze de 1.600 anos que era utilizado para beber bebidas como vinho, cerveja e suco de frutas

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 22/02/2025 às 20:52
bronze, arqueólogos
O dispositivo de bronze ajudou a filtrar grãos grandes e polpa. Universidade de Karabük

Descoberto artefato de bronze de 1.600 anos, utilizado para beber vinho, cerveja e suco de frutas

Arqueólogos fizeram uma descoberta fascinante na antiga cidade de Hadrianópolis, no oeste da Turquia. Durante escavações, encontraram um artefato de bronze incomum, cravejado de buracos. O objeto, com formato semelhante a uma casquinha de sorvete e medindo 9 cm de comprimento, surpreendeu os especialistas. Ele estava preso a um anel, provavelmente usado para carregá-lo.

A peça chamou a atenção por seu uso prático. Cerca de 1.600 anos atrás, os moradores da região consumiam bebidas como vinho, cerveja e sucos de frutas.

Mas havia um problema: essas bebidas frequentemente continham grãos grandes, polpa e resíduos indesejados do processo de produção. Para lidar com essas impurezas, eles criaram uma solução inovadora: um filtro de bronze reutilizável.

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Esse filtro podia ser acoplado à ponta de um canudo feito de materiais vegetais, como junco ou cana. Assim, ao beber, as pessoas evitavam que pedaços sólidos chegassem à boca. A descoberta revela não apenas a engenhosidade dos antigos habitantes, mas também um aspecto do cotidiano da época.

Com o formato de um cone de sorvete, o dispositivo é cravejado de furos e coberto com um anel de transporte. 
Universidade de Karabük

Um dispositivo de bronze prático e reutilizável

Ersin Çelikbaş, arqueólogo da Universidade de Karabük e líder das escavações, destacou a praticidade do artefato.

Segundo ele, o filtro era limpo e reutilizado repetidamente durante o século V d.C. “Hoje, os canudos são feitos de plástico, mas no ado, os canudos eram feitos de materiais vegetais e, com a adição de bronze filtrado, as pessoas na antiguidade desfrutavam de suas bebidas de forma mais confortável e saudável“, explicou Çelikbaş ao Türkiye Today.

A cidade de Hadrianópolis, nomeada em homenagem ao imperador romano Adriano, foi habitada do primeiro século a.C. ao sétimo século d.C. Durante o século V d.C., era um centro agrícola próspero.

Os moradores cultivavam grãos e frutas, como cevada, trigo, maçãs, uvas e romãs. Esses produtos eram amplamente usados para fabricar vinho, cerveja e sucos.

Hadrianópolis: um centro agrícola e cultural

Além do filtro de bronze, arqueólogos encontraram outros artefatos e estruturas importantes em Hadrianópolis. As descobertas incluem igrejas, banhos, uma estrutura defensiva, tumbas de pedra, uma vila, cisternas de água, um castelo e a muralha externa da cidade. Também foram encontrados mosaicos vibrantes, que retratam animais e rios, revelando o lado artístico da antiga cidade.

Hadrianópolis ficou conhecida como a “Zeugma do Mar Negro” devido à riqueza cultural e aos achados arqueológicos.

A cidade foi habitada durante os períodos Calcolítico Tardio, Romano e Bizantino Inicial. No entanto, foi misteriosamente abandonada. Arqueólogos acreditam que o abandono pode ter sido causado por um terremoto ou uma invasão, mas a causa exata ainda é desconhecida.

Descobertas que revelam o cotidiano antigo

Os achados em Hadrianópolis não se limitam ao filtro de bronze. No início deste ano, pesquisadores desenterraram duas fichas feitas de osso.

Segundo os arqueólogos, essas peças podem ter sido usadas por soldados romanos em jogos de tabuleiro durante o século V d.C. Esses jogos eram comuns entre militares, servindo como atempo em tempos de paz ou entre batalhas.

Outra descoberta significativa ocorreu no outono ado: um pingente de bronze decorado com a imagem do Rei Salomão. A representação mostra o rei cavalgando e usando uma lança para derrotar o diabo. Esse achado sugere aspectos religiosos e simbólicos que faziam parte da cultura local.

Projeto de preservação do patrimônio

O Ministério da Cultura e Turismo da Turquia coordena as escavações em Hadrianópolis por meio do “Projeto Patrimônio para o Futuro”. Essa iniciativa tem como objetivo preservar e destacar a importância histórica da região. As escavações seguem revelando detalhes valiosos sobre o modo de vida, costumes e inovações tecnológicas dos antigos habitantes.

A descoberta do filtro de bronze destaca uma faceta inusitada desse ado. Mostra que, mesmo há 1.600 anos, as pessoas buscavam formas práticas e eficientes para tornar o consumo de bebidas mais agradável. Um objeto simples, mas que revela muito sobre a criatividade e o cotidiano de uma civilização antiga.

Com informações de smithsonianmag

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail [email protected].

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