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Arqueólogos localizaram no Mar Mediterrâneo um naufrágio de 3.300 anos

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 25/04/2025 às 10:51
naufrágio
Ânforas cananeias do naufrágio de 3.300 anos. Crédito da imagem: Autoridade de Antiguidades de Israel. Foto: REPRODUÇÃO

Embarcação antiga revela intensa atividade comercial entre povos do Mediterrâneo Oriental na Antiguidade

Um naufrágio de 3.300 anos foi descoberto a 90 quilômetros da costa de Israel, no fundo do Mar Mediterrâneo. A embarcação repousava a uma profundidade de 1,8 km, um local onde apenas o horizonte é visível em todas as direções. A descoberta é considerada inédita e pode reescrever a história da navegação antiga.

Primeiro navio em águas profundas do Mediterrâneo Oriental

De acordo com o Dr. Jacob Sharvit, chefe da unidade marítima da Autoridade de Antiguidades de Israel, este é o primeiro e mais antigo navio encontrado nas profundezas do Mediterrâneo Oriental. “O navio parece ter afundado em crise, seja devido a uma tempestade ou a uma tentativa de ataque de pirataria”, afirmou Sharvit.

A embarcação, que transportava centenas de ânforas cananeias, confirma que os marinheiros da Idade do Bronze Final já dominavam técnicas de navegação em mar aberto. A localização do naufrágio, longe de qualquer linha de visão terrestre, sugere o uso de corpos celestes, como o Sol e as estrelas, para guiar as viagens.

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Descoberta feita durante estudos ambientais

A descoberta foi realizada por uma equipe da empresa de gás natural Energean, sediada em Londres. Durante um estudo ambiental de rotina no fundo do mar, utilizando robôs submersíveis, a equipe avistou uma formação incomum. “Há cerca de um ano, durante uma pesquisa, vimos a visão incomum do que parecia ser uma grande pilha de jarros amontoados no fundo do mar”, explicou o Dr. Karnit Bahartan, chefe da equipe ambiental da Energean.

Em contato direto com a Autoridade de Antiguidades de Israel, as imagens foram enviadas para análise. A confirmação veio rapidamente: tratava-se de uma descoberta sensacional, muito além das expectativas iniciais.

Detalhes do naufrágio e da carga

O levantamento e o mapeamento realizados pelo robô indicaram que o navio media entre 12 e 14 metros de comprimento. As centenas de ânforas transportadas eram utilizadas para armazenar óleo, vinho e produtos agrícolas como frutas.

O Dr. Sharvit destacou que apenas parte da carga é visível, pois o fundo lamacento esconde uma segunda camada de ânforas e possivelmente vigas de madeira do navio. “O tipo de embarcação identificado foi projetado para transportar produtos relativamente baratos e produzidos em massa”, explicou.

A grande quantidade de ânforas é um indicativo das extensas relações comerciais entre a região de origem do navio e as antigas terras do Oriente Próximo.

Impacto para a arqueologia marítima

A descoberta do naufrágio é considerada um marco. Até então, apenas dois outros naufrágios com carga eram conhecidos da Idade do Bronze Final: o barco do Cabo Gelidonya e o barco de Uluburun, ambos encontrados perto da costa da Turquia.

Esses naufrágios anteriores haviam sustentado a hipótese de que o comércio marítimo antigo era realizado próximo à costa, sempre mantendo contato visual com a terra. A nova descoberta, no entanto, muda essa percepção. “Esta descoberta muda completamente a nossa compreensão das habilidades dos antigos marinheiros”, afirmou Sharvit.

A profundidade em que o navio foi encontrado também preservou sua estrutura de maneira excepcional. Sem intervenção humana ou perturbações causadas por correntes marítimas, o local oferece um raro vislumbre intacto do ado.

Futuro da pesquisa e exibição pública

O Dr. Eli Escusido, diretor da Autoridade de Antiguidades de Israel, anunciou que parte das ânforas resgatadas será exibida no Campus Arqueológico, ainda em construção. Durante o verão, visitas guiadas permitirão ao público conhecer as primeiras peças antes da inauguração oficial, prevista para ocorrer em dois anos.

Escusido também agradeceu à Energean pela colaboração e dedicação em identificar e apoiar os primeiros estudos sobre a descoberta. A parceria entre pesquisadores e empresa privada permitiu que os primeiros entendimentos sobre o naufrágio fossem alcançados rapidamente.

Essa descoberta promete abrir novas janelas para o entendimento da navegação e do comércio marítimo na Antiguidade.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail [email protected].

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