Descoberta revela colônia militar romana e estrutura rara usada na produção de materiais de construção há 1.800 anos
Escavações arqueológicas na cidade de Gloucester, no Reino Unido, revelaram um impressionante assentamento romano datado de 1.800 anos.
A descoberta foi feita pela equipe da Cotswold Archaeology e inclui estruturas antigas, objetos cerimoniais e um forno de cal raramente preservado.
Colônia militar romana no coração da Grã-Bretanha
As escavações começaram em setembro de 2020, quando arqueólogos investigavam um terreno em Barnwood, em uma área destinada a um novo desenvolvimento.
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Durante os trabalhos, foram encontrados vestígios significativos de ocupação romana, principalmente dos séculos II a IV.
O local, segundo as análises, era uma colônia militar romana, formada por soldados que fundaram uma comunidade bem estruturada.
Entre as evidências, surgiram construções romanas, um poço com cerâmica de valor cerimonial ou cultural e até o túmulo de uma mulher adulta.
Ela teria morrido entre os 40 e 44 anos, mas não foram encontrados artefatos no sepultamento, apenas seus calçados.
Solo fértil e o ao rio facilitavam a vida romana
O assentamento foi construído em terras consideradas muito férteis, o que favorecia a agricultura e a criação de animais.
Além disso, o Rio Severn, nas proximidades, oferecia o a recursos naturais como peixes, aves e juncos usados em coberturas de palha. A região também era estratégica do ponto de vista comercial.
A ocupação se estendeu por outros períodos históricos, incluindo as eras medieval e pós-medieval. No entanto, o destaque principal das descobertas permanece na fase romana do local.
Forno de cal impressiona arqueólogos pela conservação
O grande destaque da escavação foi o achado de um forno de cal romano com aproximadamente 13 por 9 pés (cerca de 4 por 2,7 metros).
Os blocos de pedra utilizados em sua construção ainda estavam intactos, cravados na argila original.
A estrutura contava com uma saliência interna e uma parede divisória rara, com quatro metros de extensão, que permitia melhor ventilação e resfriamento da pedra.
O forno era usado na produção de cal viva, essencial para a criação de argamassa, cimento e gesso, componentes fundamentais nas construções romanas da época.
Segundo os arqueólogos, esse material era usado tanto em sobrados como em vilas luxuosas da região.
Ligação com outras cidades romanas
A localização do forno entre as colinas calcárias de Cotswolds e a Floresta de Dean favorecia o o a recursos como calcário e carvão.
Acredita-se que ele abastecia cidades próximas como Glevum (Gloucester) e Corinium (Cirencester). Uma construção suntuosa, identificada nos anos 1970, reforça a importância da produção local de cal na época.
Apesar de sua importância, o forno de cal foi abandonado no século III, por motivos que ainda não foram esclarecidos.
Mesmo assim, sua estrutura excepcional oferece aos pesquisadores um olhar detalhado sobre as técnicas construtivas utilizadas pelos romanos.
A equipe da Cotswold Archaeology resumiu a descoberta dizendo que ela revela não apenas como os romanos viveram, mas também como construíram o mundo ao seu redor.