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Bahia pode perder MAIS de 2 MIL KM de ferrovias após empresa optar por investir 24 BILHÕES em outros estados

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 19/10/2024 às 20:04
Atualizado em 20/10/2024 às 01:50
O Piauí enfrenta a necessidade de qualificar quase 85 mil trabalhadores para a indústria até 2027, incluindo requalificação de profissionais.
O Piauí enfrenta a necessidade de qualificar quase 85 mil trabalhadores para a indústria até 2027, incluindo requalificação de profissionais.

O futuro da malha ferroviária da Bahia está em risco, e a situação parece ser ainda mais complicada do que muitos imaginam.

A concessão da Ferrovia Centro Atlântica (FCA), que atravessa estados importantes como Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo, está em vias de sofrer uma grande transformação.

Com mais de R$ 24 bilhões de investimentos programados, a empresa VLI Logística pode estar prestes a abandonar um trecho vital para o estado baiano, deixando mais de 2 mil quilômetros de trilhos fora de operação.

Mas o que está por trás dessa decisão, e como isso pode afetar o futuro econômico da região?

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Conforme informações divulgadas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a situação da FCA será debatida em uma audiência pública em Salvador, marcada para o dia 18.

A proposta gira em torno da prorrogação do contrato da VLI por mais 30 anos, o que envolve a gestão de 7,8 mil km de ferrovias em vários estados.

No entanto, há um ime: a empresa deseja devolver 2,1 mil km de trilhos, dos quais 291 km são da Bahia, segundo a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb).

Descontinuidade ameaça economia baiana

O contrato de concessão da FCA com a VLI expira em agosto de 2026.

No entanto, a proposta da renovação inclui a descontinuidade do trecho que liga Minas Gerais à Bahia, conhecido como corredor Minas-Bahia.

Esse corredor, essencial para o transporte de cargas no estado, já vinha sendo alvo de críticas por parte do governo baiano e entidades do setor produtivo, que há décadas denunciam o “abandono” da malha ferroviária. Agora, com a possível saída da VLI, a incerteza toma conta da economia local.

A gestão da VLI no trecho que vai de Corinto (MG) até Campo Formoso (BA) e Candeias, na Região Metropolitana de Salvador, é um ponto de grande preocupação.

Sem esse corredor, a Bahia pode enfrentar sérios problemas logísticos, prejudicando setores estratégicos como o comércio e a indústria.

Mobilização política cresce

A iminente perda de parte dessa malha ferroviária uniu baianos e mineiros em uma mobilização sem precedentes.

Deputados estaduais das Assembleias Legislativas da Bahia e Minas Gerais (Alba e ALMG) têm trabalhado juntos para tentar impedir a interrupção do trecho Minas-Bahia.

De acordo com informações da própria ANTT, existem quatro opções para o futuro dessa operação: manter a VLI à frente com um novo formato de gestão, ar a concessão para um novo operador, ou realizar um chamamento público para encontrar outra solução.

Para o lado baiano, a estratégia de pressionar o governo federal já foi posta em prática.

Um ofício foi enviado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedindo a manutenção da operação até que um novo operador seja definido, além da modernização da malha ferroviária do estado e a criação de uma Parceria Público-Privada (PPP) para o corredor Minas-Bahia.

Enquanto isso, os mineiros também estão se organizando.

Durante uma audiência pública realizada em setembro na Assembleia de Minas Gerais, prefeitos, deputados e outras lideranças locais cobraram a continuidade da operação.

O consenso é de que a decisão deve ocorrer em nível federal, com a pressão sendo exercida pelas bancadas de ambos os estados no Congresso Nacional.

O futuro da Ferrovia Centro Atlântica

A VLI, em nota, reafirmou que a operação no corredor Minas-Bahia continuará até que a ANTT defina o futuro da concessão.

Enquanto isso, a empresa apresentou quatro possíveis caminhos: manter a operação como está, com ajustes, ou realizar uma nova licitação para transferir a concessão para outro operador.

Esse processo vem sendo acompanhado de perto, e a decisão terá um impacto direto no transporte de cargas entre os estados.

A Ferrovia Centro Atlântica desempenha um papel crucial para a logística do país, conectando diversas regiões e impulsionando o crescimento econômico.

No entanto, a descontinuidade de parte dessa malha ferroviária pode representar um grande retrocesso, especialmente para a Bahia.

Com a iminente saída da VLI da operação em solo baiano, a economia regional corre o risco de ser gravemente prejudicada.

O que vem pela frente?

Com a audiência pública marcada para Salvador, a expectativa é de que o governo e a sociedade possam encontrar uma solução para garantir a continuidade da operação do corredor Minas-Bahia.

A Bahia, que já sofre com problemas logísticos, não pode se dar ao luxo de perder uma estrutura tão importante para o escoamento de sua produção.

A pergunta que fica é: será que o estado conseguirá impedir essa descontinuidade, ou a decisão bilionária da VLI terá impactos irreversíveis para a economia baiana?

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Alexandre Theodoro
Alexandre Theodoro
23/10/2024 12:21

País de ‘M’ gestão de ‘M’ dá nisso o eterno gigante adormecido.Lamentável

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, agens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: [email protected]. Não aceitamos currículos!

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