Com a baixa importação de fertilizantes em razão do conflito entre a Ucrânia e a Rússia, o presidente Jair Bolsonaro está buscando novas alternativas de mineração de potássio na Amazônia, inclusive em terras indígenas
Os conflitos entre a Ucrânia e a Rússia trouxeram um grande déficit de importação de fertilizantes ao mercado brasileiro e uma série de discussões sobre as reservas minerais da Amazônia. Assim, durante a última quarta-feira, (02/03), o presidente Jair Bolsonaro se posicionou a favor de um Projeto de Lei que permita a mineração de potássio em áreas da região, inclusive em terras indígenas, sem levar em consideração os impactos dessas atividades.
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Brasil sofre com déficit de fertilizantes em razão da baixa importação do produto, causada pelos conflitos entre Ucrânia e Rússia
As últimas semanas vêm sendo bastante tensas para o mercado global, em razão dos conflitos constantes e diretos entre a Ucrânia e a Rússia. Assim, apesar da guerra não ter causado influências diretas sobre o território brasileiro, o mercado nacional de fertilizantes vem sofrendo bastante com um déficit na importação do produto. Isso acontece pois a maior parte desses granéis que chegavam ao Brasil partiam da Rússia, que agora mantém as suas exportações suspensas por tempo indeterminado.
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Com isso, uma discussão sobre a mineração de potássio para o uso em fertilizantes no Brasil foi iniciada e o presidente Jair Bolsonaro afirmou que “Com a guerra Rússia/Ucrânia, hoje corremos o risco da falta de potássio ou aumento do seu preço. Nossa segurança alimentar e o agronegócio (Economia) exigem de nós, Executivo e Legislativo, medidas que nos permitam a não dependência externa de algo que temos em abundância”. O presidente se mantém altamente favorável à medidas para a liberação das atividades de mineração em locais não antes permitidos, como por exemplo as terras indígenas na Amazônia.
Assim, o presidente clama aos parlamentares pela aprovação de um projeto de lei que permita tais atividades, mesmo com a existência e o bem estar dos povos indígenas em jogo nesta questão, em razão da baixa importação do produto. Devido a esses comentários feitos no seu Twitter, o presidente vem sendo bastante criticado, tanto por grupos ambientalistas quanto pelos próprios povos que vivem nessas terras indígenas e estão ameaçados em razão do projeto que o presidente pretende levar adiante.
Apesar da grande abundância de potássio nos territórios da Amazônia, prática de mineração na região pode trazer sérios problemas para os povos indígenas
A grande reserva de potássio que a Amazônia possui é inegável e o potencial de produção de potássio na Bacia Amazônica é semelhante ao da região dos Urais, na Rússia, e Saskatchewan, no Canadá, de acordo com um levantamento geológico do Serviço Geológico do Brasil – RM. No entanto, o garimpo e a mineração dessa substância ainda são questões bastante discutidas no cenário nacional, uma vez que a ilegalidade nessas atividades coloca em risco a vida de milhares de indígenas que vivem no entorno dessa região e estão sendo ameaçados.
Além disso, esta não é a primeira vez que o presidente se mantém favorável à mineração em terras indígenas, uma vez que o projeto de lei que apoia o garimpo e a mineração artesanal na Amazônia foi apoiado pelo mesmo. Com os comentários do presidente, mineradoras representadas pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) querem que o governo crie um grupo de trabalho envolvendo a Potássio do Brasil para acelerar seu projeto de potássio em Autazes, no Amazonas.
Com isso, a existência desses povos indígenas está cada vez mais ameaçada e, caso o cenário global continue caminhando nesse ritmo de conflitos, a região amazônica poderá sofrer com as atividades de mineração de potássio durante os próximos meses para a produção de fertilizantes, bem como o garimpo ilegal.
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