O Brasil está avançando em tratativas com a Índia para fortalecer sua capacidade de defesa. As negociações envolvem a possível compra do sistema de mísseis superfície-ar Akash, desenvolvido pela Índia, e uma parceria estratégica para construção conjunta de navios de guerra.
O Brasil está em negociações com a Índia para adquirir o sistema de mísseis Akash, uma tecnologia de defesa desenvolvida internamente por Nova Déli.
O interesse começou no ano ado, quando uma delegação militar brasileira acompanhou uma demonstração ao vivo do sistema em solo indiano.
Na época, o Akash já havia sido vendido à Armênia em um contrato de alto valor, o que aumentou sua visibilidade no mercado global.
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A tecnologia chamou atenção por sua capacidade de interceptar múltiplas ameaças aéreas ao mesmo tempo, incluindo aviões, helicópteros e drones.
Relatos da imprensa especializada indicaram que o comandante do Exército Brasileiro teria demonstrado preferência pelo sistema indiano, em comparação com alternativas oferecidas por outros países, como a China.
Nova ofensiva da Índia para vender armas
O avanço nas negociações com o Brasil ocorre no momento em que o governo do primeiro-ministro Narendra Modi adota uma política agressiva de exportação de equipamentos militares.
Após conquistar espaço em setores como eletrônicos e medicamentos, a Índia quer transformar armas, navios e helicópteros em produtos de exportação estratégica.
Como parte dessa iniciativa, o banco estatal EXIM ou a oferecer financiamento de longo prazo e com juros reduzidos para países interessados, mesmo aqueles com alto risco político ou dificuldades de crédito.
No início deste ano, o EXIM abriu um escritório no Brasil, ampliando a presença indiana no continente sul-americano.
Financiamento pode viabilizar compra brasileira do sistema de mísseis Akash
O apoio financeiro do banco EXIM é visto como uma das chaves para viabilizar o possível acordo entre Brasil e Índia.
Segundo fontes da indústria ouvidas pela agência Reuters, a falta de financiamento adequado vinha sendo um obstáculo para que a Índia competisse com países como França, Turquia e China, cujos pacotes incluem linhas de crédito facilitadas.
Agora, com a nova política de financiamento em vigor, o Akash volta ao centro das atenções. O Exército Brasileiro confirmou que recebeu resposta a um pedido de informações feito aos desenvolvedores do sistema, mas ressaltou que ainda não tomou uma decisão final sobre a compra.
Expansão diplomática e militar indiana
Além do financiamento via EXIM, a Índia está investindo em diplomacia militar. O governo de Nova Déli vai aumentar o número de adidos de defesa em suas embaixadas, permitindo que acordos estratégicos possam ser negociados diretamente entre os governos, sem depender apenas das empresas fabricantes.
Esse esforço marca uma mudança importante na postura externa indiana. De acordo com a Reuters, ao menos 15 fontes confirmaram que o país asiático está conduzindo uma ofensiva coordenada para vender armamentos em regiões que historicamente dependiam da Rússia ou de países ocidentais.
Bharat Electronics abre escritório em São Paulo
Como parte das iniciativas no Brasil, a empresa estatal indiana Bharat Electronics, que fabrica componentes do sistema de mísseis Akash, abriu um escritório de marketing em São Paulo. A presença local tem o objetivo de facilitar o contato com autoridades e oferecer e técnico.
A Bharat Electronics é uma das principais fornecedoras do setor de defesa na Índia e já atua em diversas exportações, inclusive em parceria com o governo. A instalação em território brasileiro é vista como um movimento estratégico para consolidar futuros contratos.
Índia também quer construir navios de guerra para o Brasil
Além do Akash, a Índia também busca fechar um acordo para a construção de navios de guerra destinados à Marinha do Brasil. Mesmo enfrentando limitações internas em sua capacidade de construção naval, autoridades indianas veem o Brasil como um parceiro estratégico com potencial de longo prazo.
Fontes brasileiras e indianas confirmaram à Reuters que esse projeto está em avaliação, ainda em fase inicial. A proposta, no entanto, faz parte do mesmo pacote de iniciativas voltadas ao fortalecimento da cooperação militar entre os dois países.