País fortalece liderança climática com novas iniciativas industriais sustentáveis em setores como alumínio, aviação, cimento e energia limpa
Em julho de 2024, o Brasil reforçou seu papel de liderança climática com a seleção de sete novos projetos de descarbonização pelo Acelerador de Transição Industrial (ITA). Essa iniciativa foi feita em conjunto com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Dessa forma, o número total de projetos apoiados chega a 11, somando um potencial de investimento de US$ 17,5 bilhões em todo o território nacional. Esses novos projetos abrangem quatro setores estratégicos aviação, produtos químicos, alumínio e cimento considerados essenciais para a transição para uma economia de baixo carbono. Com metas ambiciosas, os projetos foram escolhidos por seu potencial de impacto. Eles contarão com e técnico do ITA para superar desafios financeiros, regulatórios e operacionais, além de mobilizar a cadeia de valor nacional e internacional.
Projetos visam reduzir emissões e atrair investimentos sustentáveis
Segundo Faustine Delasalle, diretora executiva do ITA, os projetos representam marcos em suas áreas. Eles visam inspirar transformações mais amplas e sustentáveis na indústria brasileira. Além disso, Rodrigo Rollemberg, secretário de Economia Verde do MDIC, destacou que a parceria com o ITA sinaliza um avanço na neoindustrialização verde, sendo essencial para concretizar os objetivos ambientais do país. Os projetos apoiados incluem empresas de grande porte e consórcios industriais: Solatio, Acelen, Votorantim Cimentos, Mizu Cimentos, Eco Fusion, Alcoa e Companhia Brasileira de Alumínio (CBA). Cinco desses projetos foram revelados ao público pela primeira vez durante o anúncio de julho de 2024, o que fortalece ainda mais a inovação em descarbonização no Brasil.
Energia limpa e biocombustíveis ganham protagonismo na transição
Entre os destaques está o projeto Solatio H2 Piauí. Ele combina 14 GW de fontes renováveis com a construção de uma planta de amônia e hidrogênio verde. A instalação terá capacidade de 3 GW e prevê, até 2030, alcançar 2,2 milhões de toneladas por ano de amônia verde. Além disso, a Acelen Renováveis está desenvolvendo uma cadeia integrada de combustíveis avançados a partir da macaúba, planta nativa do Brasil. O projeto inclui um Agripark com 10,5 milhões de mudas por ano, 180 mil hectares de cultivo, cinco usinas de moagem e uma biorrefinaria. O objetivo é alcançar uma produção anual de 1 bilhão de litros de combustíveis renováveis, como o diesel HVO e o SAF para aviação.
-
Minerva Foods e Elera Renováveis impulsionam comunidades de MG com iniciativa de sustentabilidade vibrante – Projeto Quintais Produtivos
-
Embarcação autônoma com inteligência artificial vai monitorar qualidade da água no rio Xingu com energia solar e dados em tempo real
-
A cerveja que vira bioplástico: como a Itália transforma restos de cerveja em um novo material inovador
-
Enel Brasil impulsiona sustentabilidade com iniciativas inovadoras de Reciclagem e Economia Circular
Setor cimenteiro investe em tecnologias para neutralidade climática
Três projetos no setor de cimento buscarão atingir a neutralidade de carbono por meio de ações integradas. A Votorantim Cimentos vai reativar uma linha de argila calcinada de 0,32 Mtpa em Nobres (MT), reduzindo em até 16% as emissões do cimento. Por sua vez, a Mizu Cimentos implantará unidades de pirólise em Aracajú para substituir combustíveis fósseis por biomassa residual. Essa iniciativa pode reduzir as emissões em até 32%. Enquanto isso, o consórcio Eco Fusion, formado por Argo Tech, Apodi Cimentos, CTEC e Self Energy, implantará gaseificadores na unidade de Quixeré (CE), utilizando resíduos como fonte energética. A meta inicial é atingir uma redução de 10% nas emissões por tonelada de cimento.
Indústria do alumínio foca em redução drástica das emissões com novas tecnologias
Embora o Brasil já possua uma das menores emissões de CO₂ por tonelada de alumínio, dois projetos buscam reduzir ainda mais esse impacto. A Alcoa, por exemplo, pretende eletrificar as caldeiras da refinaria Alumar, em São Luís (MA), podendo cortar emissões para apenas 0,6 tCO₂ por tonelada. Enquanto isso, a CBA desenvolve uma tecnologia pioneira de captura e armazenamento de carbono (CCUS), aplicada à planta de 0,43 Mtpa em Alumínio (SP). Com isso, a meta é reduzir emissões para menos de 2 toneladas por tonelada de alumínio líquido, impulsionando, portanto, a eficiência ambiental da produção. Além disso, o acordo assinado entre ITA e MDIC em julho de 2024 beneficiará diretamente os dois projetos. Graças a esse acordo, o Brasil se tornou o primeiro parceiro do programa internacional, reforçando sua liderança industrial. Logo depois, o ITA firmou novas parcerias no Oriente Médio e Norte da África, como nos Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Egito. Consequentemente, o país segue na dianteira da transição industrial verde, consolidando seu protagonismo em inovação sustentável.