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Com milhares de motoristas pelo país, o cenário do trabalho por aplicativo revela histórias de superação, desafios diários e uma transformação que impacta profundamente o mercado informal e a mobilidade urbana no Brasil contemporâneo.
O Brasil se destaca mundialmente por concentrar o maior número de motoristas parceiros da Uber, com cerca de 1,4 milhão de profissionais registrados.
Apesar da crise histórica de escassez de mão de obra em diversos setores, o desemprego ainda é apontado como o principal fator que leva milhares a buscarem na plataforma um meio de sustento.
De acordo com dados atualizados em 2025, o uso do aplicativo de transporte ultraa 125 milhões de brasileiros, o que representa aproximadamente 60% da população do país.
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A plataforma, que chegou ao Brasil às vésperas da Copa do Mundo de 2014, mudou a forma como milhões enxergam o trabalho informal e a renda extra.
Mas quanto, afinal, os motoristas faturam?
E quais são as condições reais de trabalho dessas pessoas que, em muitos casos, dependem exclusivamente da Uber para garantir sua renda?
Uber: uma renda que virou profissão principal para muitos
No início, a promessa da Uber no Brasil era oferecer uma fonte temporária de renda para complementar ganhos ou atender a uma demanda por emprego flexível.
Hoje, porém, muitos motoristas relatam que a atividade se tornou a sua principal ocupação, apesar dos desafios cotidianos.
Segundo a Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), entre maio de 2023 e abril de 2024, os motoristas parceiros aram em média 85 horas por mês realizando viagens, sem contar o tempo de espera entre corridas.
Esse tempo de trabalho se traduz em um ganho bruto médio por hora de R$ 47, um aumento real de 5% em relação ao período de 2021-2022.
No caso dos entregadores por aplicativo, a média de horas trabalhadas cai para 39 horas mensais, com um ganho bruto de R$ 31,33 por hora, também apresentando crescimento real de 5%.
A pesquisa da Amobitec considera aproximadamente 2,2 milhões de motoristas e entregadores em todo o Brasil, dos quais cerca de 800 mil não estão registrados na Uber especificamente, atuando em outras plataformas.
Ainda assim, 42% dos motoristas possuem outra ocupação paralela, enquanto 46% dos entregadores dividem seu tempo com outra atividade profissional, o que reforça o caráter complementar do trabalho para muitos.
Perfil e rotina dos motoristas de aplicativo
Para entender melhor o cotidiano desses profissionais, o site O DIA conversou com motoristas e entregadores que dividem suas histórias e desafios.
Marcus Vinicius Ribeiro, 52 anos, morador de Niterói, trabalha como motorista da Uber há quatro anos e já realizou mais de 14 mil corridas.
Segundo ele, “conhecer bem a cidade é essencial para enfrentar o trânsito e conseguir otimizar o trabalho”.
Ele costuma trabalhar de cinco a oito horas diárias, inclusive aos finais de semana, e informa que seu faturamento bruto gira em torno de R$ 4.500 por mês, com cerca de R$ 1.000 em despesas mensais relacionadas ao veículo.
Para Marcus, o maior problema são os abusos por parte dos ageiros e a agressividade de alguns motoboys, que chegam a ameaçar os motoristas durante as viagens.
Outro exemplo é Marcelo Gomes, 47 anos, que atua há oito anos na profissão e também vive no Fonseca, Niterói.
Ele relata que, no começo, a atividade possibilitava sustentar a família, mas hoje o cenário mudou com o aumento dos custos de combustível, seguro e manutenção do veículo.
Marcelo prefere trabalhar apenas em Niterói para evitar riscos, pois considera a violência no Rio de Janeiro muito elevada.
Ele diz que sua jornada costuma durar até 12 horas, o limite imposto pelo aplicativo, e seu rendimento líquido mensal fica em torno de R$ 3.500.
Já Lucas Helmold, 23 anos, piloto na modalidade “Uber Moto” e entregador freelancer, fala sobre os riscos diários que enfrenta em São Gonçalo.
“É sempre muito arriscado. A gente sai pedindo proteção e volta agradecendo”, diz Lucas, destacando o alto índice de acidentes e assaltos na região.
Além dos perigos no trânsito, ele comenta que até mesmo as blitzes costumam gerar preocupações, pois, segundo ele, os policiais às vezes inventam motivos para apreender a moto, mesmo quando está em condições adequadas.
Para otimizar seus ganhos, Lucas estabelece metas financeiras em vez de metas por horas trabalhadas.
Ele afirma que consegue faturar ao menos R$ 250 em cerca de seis horas de jornada e prefere fazer as principais refeições em casa para economizar.
Desafios do mercado e perspectivas para 2025
O crescimento acelerado do número de motoristas de aplicativo no Brasil coincide com a transformação do mercado de trabalho, que apresenta novas dinâmicas e desafios.
Conforme especialistas em economia e mobilidade urbana, a escassez de mão de obra formal, aliada à alta taxa de desemprego, mantém milhares de brasileiros buscando nos apps de transporte e entrega uma fonte de renda.
No entanto, essa flexibilização vem acompanhada de instabilidade, já que os ganhos podem variar de acordo com fatores externos, como preço dos combustíveis, manutenção dos veículos e condições de segurança.
Além disso, a questão da regulamentação e proteção trabalhista para esses profissionais ainda gera debates intensos entre legisladores, empresas e sindicatos.
A segurança, tanto física quanto jurídica, segue sendo um dos principais desafios para os motoristas e entregadores no país.
Por outro lado, a tecnologia e a expansão do setor indicam que o modelo de trabalho por aplicativo deve continuar crescendo, com potencial para se consolidar como uma alternativa viável para parte da população economicamente ativa.
O que o futuro reserva para os motoristas de aplicativo?
Com o aumento dos custos operacionais e as pressões por melhores condições de trabalho, muitos motoristas buscam estratégias para equilibrar renda e qualidade de vida.
Entre as alternativas estão a diversificação de plataformas, o planejamento das jornadas e o investimento em veículos mais econômicos e seguros.
De acordo com analistas do setor, 2025 será um ano decisivo para a profissionalização do segmento, que poderá ganhar mais reconhecimento e proteção, mas também enfrentará novos desafios regulatórios e de mercado.
Diante desse cenário, a pergunta que fica é: será que o trabalho por aplicativo conseguirá ser uma alternativa sustentável a longo prazo para milhões de brasileiros?
A escassez da mão de obra, acredito que é consequência não dá IA mas de quem faz a programação, e também dos gestores que se vendem por indicação de mão de desqualificada sobrecarregando profissionais atuais e prejudicando profissionais que estão desempregados a procura de recolocação. Fiz uma entrevista para a vaga de Técnico de diagnóstico, colocaram na mesa um relé e dois sensores para fazer a medição, quando olharam meu currículo e a última remuneração disseram que meu perfil não atendia a vaga porque eu recebia 3145 e a vaga de Técnico em diagnóstico era salário de 7000, desde 2013 que trabalho com automação, elétrica industrial e equipamentos nem pediram para eu fazer a medição então expliquei o funcionamento para o engenheiro e o outro técnico, mesmo assim não me deram a vaga, isso é o que? Aguardando a indicação para entregar a vaga, o RH que estava fazendo a seleção inicial não era da empresa mas na segunda etapa era com a Empresa. Então Empresas continuem assim depois reclamem com a falta de mão de obra especializada, quem quer gastar dinheiro se especializando se a situação real é essa, o Uber fica mais fácil né?
Os RHs sáo meio enrolados pelos patröes…. E a CLT esta ultraada..
Essa CLT ultraada é só comparar com a salário mínimo do Brasil com o dos Eua.. Lá é 4 vezes maior…
É só tirarem a mão do bolso e pararem de explorarem os trabalhadores que não vai faltar pagem 5mil p o pedreiro e 3 p o ajudante p vc vê se não consegue diminua o lucro da obra em 10% e acabou o problema