Em reunião ministerial, bloco Brics destaca a importância de combustíveis alternativos e cobra apoio de nações desenvolvidas para a descarbonização do setor de transportes.
Os países do Brics manifestaram um forte apoio ao uso de combustíveis alternativos no setor de transportes. A medida é vista como crucial para a transição energética. O grupo enfatizou o respeito às prioridades de cada nação, abrindo caminho para investimentos em biocombustíveis. Esta posição foi consolidada em declaração conjunta.
Transição energética com foco em alternativas sustentáveis
Na 2ª Reunião Ministerial de Transportes do Brics, realizada em Brasília em 14 de maio, os países membros defenderam o uso de combustíveis alternativos. O encontro focou em descarbonização, conectividade e infraestrutura resiliente. A declaração conjunta aprovada reflete o compromisso do Brics com a transição energética, respeitando as “circunstâncias e prioridades nacionais”. O Brics, atualmente composto por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã, reconheceu a urgência da mudança. O documento salienta a “necessidade de transição para tecnologias de energia limpa no transporte público”. Também destaca o uso de veículos com emissão zero ou baixa na mobilidade urbana e a promoção da mobilidade verde com ênfase em combustíveis alternativos.
Brics mira em SAF, portos verdes e transporte marítimo sustentável
Entre os temas centrais da reunião do Brics estiveram as políticas para o desenvolvimento de combustíveis sustentáveis de aviação (SAF). A descarbonização de portos e do transporte marítimo também recebeu atenção especial. Estas áreas são consideradas vitais para alcançar as metas de um transporte mais limpo.
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Infraestrutura resiliente e liderança brasileira na promoção de biocombustíveis
A discussão sobre infraestrutura resiliente e sustentável foi um ponto alto. Houve a proposta de criação de um instituto voltado à mobilidade e logística do Brics. A conectividade entre os países do bloco também foi pauta. Mariana Pescatori, secretária-executiva e ministra substituta do Ministério de Portos e Aeroportos do Brasil, afirmou: “Chegamos a um acordo entre os países para que possa ser apresentado na questão de produção de biocombustíveis”. Ela ressaltou a relevância disso para uma aviação mais sustentável e menos poluente. Pescatori lembrou da articulação brasileira junto à Organização da Aviação Civil Internacional (Icao) e à Organização Marítima Internacional (IMO). O objetivo é promover biocombustíveis na aviação e no transporte marítimo. A Agência Nacional de Avião Civil (Anac) tem defendido os biocombustíveis de primeira geração nos fóruns da Icao, que enfrentam críticas, especialmente da Europa, por suposta competição com a produção de alimentos.
Brics cobra transferência de tecnologia e avaliação justa para biocombustíveis
A declaração conjunta do Brics defende “uma abordagem técnica e neutra da Icao”. Essa abordagem visa avaliar a sustentabilidade e contabilizar as emissões de carbono do uso desses combustíveis. Nitin Gadkari, ministro dos Transportes da Índia, reforçou a missão do Brics. “Como podemos reduzir a poluição no mundo, proteger o meio ambiente e preservar a vida por meio do uso de combustíveis alternativos e biocombustíveis, especialmente no setor de transportes e também na aviação”, disse ele. Além disso, o documento reafirmou a necessidade da “transferência de tecnologia de países desenvolvidos para países em desenvolvimento”. Esta é uma cobrança baseada em compromissos firmados na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC).
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