1. Início
  2. / Indústria
  3. / Cabotagem: BR do Mar obriga navios a compor parte da tripulação com mão de obra de marítimos brasileiros e incentiva geração de empregos no setor, mas armadores da indústria naval dividem opiniões
Tempo de leitura 3 min de leitura

Cabotagem: BR do Mar obriga navios a compor parte da tripulação com mão de obra de marítimos brasileiros e incentiva geração de empregos no setor, mas armadores da indústria naval dividem opiniões

Escrito por Paulo Nogueira
Publicado em 18/08/2020 às 07:29
Brasil cabotagem navios empregos BR do Mar
Armadores preferem Filipinos e Indianos por serem mão de obra barata

A nova PL assinada pelo Governo Federal e enviada ao Congresso visa favorecer a cabotagem com redução de impostos, além de aumentar demanda de navios navegando na costa brasileira. Mas a obrigatoriedade de contratar 2/3 de mão de obra nacional divide opiniões entre armadores

No dia 11 de agosto, o segmento de marítimo brasileiro teve um vislumbre positivo a cabotagem. O Governo Federal assinou e enviou ao Congresso Nacional a tão famosa do momento, denominada de “BR do Mar”, cujo objetivo é estimular a geração de empregos, aumentar operações portuárias em nossa costa, maximizar fluxo de navios e desburocratizar / diminuir impostos. Porém, obrigatoriedade de contratar 2/3 de mão de obra do Brasil para compor a tripulação de cada embarcação foi um dos trends topics em uma rede social corporativa na ultima segunda-feira. Assistam o vídeo da aqui.

Tripulação brasileira é cara, armadores internacionais preferem ocupar seus navios com filipinos e indianos

Um fator relevante e favorável a cabotagem nacional é que temos grandes armadores brasileiros que operam navios e já movimentam cargas em nossa costa, inclusive algumas delas detém tripulação 100% nacional. Exemplo de algumas conhecidas

  • Aliança Navegação e Logística Ltda.
  • Companhia de Navegação Norsul
  • Flumar Transp. de Químicos e Gases Ltda
  • Hidrovias do Brasil – Cabotagem Ltda.
  • Log-In Logística Intermodal S.A
  • Mercosul Line Navegação e Logística Ltda
  • NorsulCargo Navegação S/A (Grupo Norsul)

Acontece é que o mercado internacional tem uma preferência por algumas nacionalidades: filipinos e indianos que na maior parte das vezes, são destinados à guarnição. O motivo principal por incrível que pareça não é só redução de custos pois os salários são parecidos com o nosso. Acontece é que o contrato deles não geram os mesmos encargos que nós brasileiros temos, sendo os mesmos encerrados a cada desembarque, diferente de nossa CLT, que após 90 dias o contrato se torna indeterminado.

Dia
Xaomi 14T Pro tá um absurdo de potente e barato! Corre na Shopee e garanta o seu agora!
Ícone de Episódios Comprar

Para eles não ha rescisão de contrato se a empresa não quiser mais que o tripulante embarque, simplesmente não embarca mais. Além disso, eles são muitos em todas as funções, ou seja, extremamente dependentes da empresa e do emprego, pois não há garantia de retornar para bordo.

Filipinos e Indianos trabalham em navios de longo curso e cabotagem de outros países, porque normalmente não tem trabalho nos seus, e dificilmente irão reclamar de condições de trabalho, salários e etc. Já poloneses e noruegueses tem cargos de chefia nos navios por terem experiencia operacional, sendo raro outras nacionalidades conseguirem promoção a bordo. Sem obrigação, é praticamente impossível colocar brasileiros a bordo pois não há vantagem para o armador.

Mas a BR do Mar é Bom o Ruim para a Cabotagem Brasileira?

Para os marítimos brasileiros 2/3 de tripulação é ótimo, já para as empresas “uma dor de cabeça” dada à potencial e redução de lucros, mesmo que de forma indireta, ou seja, um ime. Mesmo sendo contrato internacional, essa exigência ainda não agrada os armadores, pois quebra o tabu das nacionalidades preferidas. Os armadores terão que manter condições de higiene, alimentação, salários, treinamentos e boas práticas, o que não vão gostar muito.

É mais fácil manter um navio “pirata” padrão internacional (tirando algumas raras exceções) do que ter que ficar lidando com reclamações no Ministério do trabalho e Policia Federal sobre falta de comida, salários e condições a bordo. É impossível ter cabotagem com brasileiros a bordo? Não! É mais trabalhoso? Sim! Diversas empresas de bandeira nacional atuam sem problema e tendo lucros.

Leiam também

Considerações Por Wendell Torres, Segundo Oficial de Máquinas

Comentários fechados para esse artigo.

Mensagem exibida apenas para es.

Paulo Nogueira

Eletrotécnica formado em umas das instituições de ensino técnico do país, o Instituto Federal Fluminense - IFF ( Antigo CEFET), atuei diversos anos na áreas de petróleo e gás offshore, energia e construção. Hoje com mais de 8 mil publicações em revistas e blogs online sobre o setor de energia, o foco é prover informações em tempo real do mercado de empregabilidade do Brasil, macro e micro economia e empreendedorismo. Para dúvidas, sugestões e correções, entre em contato no e-mail informe@clickpetroleoegclickpetroleoegas-br.diariodoriogrande.com.br. Vale lembrar que não aceitamos currículos neste contato.

Compartilhar em aplicativos