Conheça em detalhes os rodotrens, bitrenzões e outras Combinações de Veículos de Carga (CVCs) que movimentam a economia nacional, suas dimensões, capacidades, os desafios que enfrentam e as rotas que dominam.
O transporte rodoviário é crucial para o Brasil, movimentando a maior parte das mercadorias. Nesse cenário, os maiores veículos de carga do Brasil, como rodotrens e bitrenzões, são essenciais. Essas Combinações de Veículos de Carga (CVCs) otimizam a logística em um país de dimensões continentais. Entender suas características, desafios e rotas é fundamental.
O papel das Combinações de Veículos de Carga (CVCs)
O transporte rodoviário de cargas é a espinha dorsal da economia brasileira. Ele responde pela movimentação da vasta maioria das mercadorias no país. Cerca de 62% de todo o volume de carga no Brasil é transportado por rodovias. Este percentual chega a 85% se excluirmos minérios e combustíveis.
Em um cenário onde o transporte rodoviário gera mais de R$ 40 bilhões, a capacidade dos veículos é protagonista. Os maiores veículos de grande porte são titãs que atendem às demandas logísticas. Configurações como rodotrens e bitrenzões são cruciais. Elas otimizam o transporte de grandes volumes por longas distâncias. A maximização da carga por veículo reduz viagens e custos logísticos.
-
Nova motocicleta da Honda faz mais de 66 km com um litro, surpreende com autonomia de até 700 km e vira xodó dos motoristas com TFT LCD, iluminação Full LED e tecnologia Idling Stop inédita em motos manuais
-
Após 34 anos juntos, idoso vende carro e vídeo emocionante viraliza nas redes
-
A moto pau pra toda obra que lidera vendas no Brasil há anos e faz mais de 50 km/l
-
Este carro híbrido japonês no Brasil faz quase 18 km/l na cidade e desafia os elétricos em economia
Detalhando os CVCs de grande porte
Diversas CVCs de grande porte marcam o cenário rodoviário brasileiro. Elas são projetadas para máxima eficiência no transporte. Destacam-se rodotrens, bitrenzões, tritrens e CVCs especiais para cana-de-açúcar.
O rodotrem é uma configuração imponente e um dos maiores veículos de carga. É composto por um cavalo mecânico tracionando dois semirreboques. Um veículo intermediário, o “dolly“, conecta os semirreboques. Para operar com 74 toneladas de Peso Bruto Total Combinado (PBTC), exige-se cavalo mecânico 6×4.
A configuração mais comum é o rodotrem de 9 eixos. Seu PBTC é de até 74 toneladas. O comprimento varia entre 25 e 30 metros. É usado para transportar grãos, minérios e produtos siderúrgicos. Sua circulação requer Autorização Especial de Trânsito (AET). Fabricantes como Randon, Facchini e Librelato produzem rodotrens.
O bitrenzão, ou super bitrem, é outra CVC de alta capacidade. Difere do rodotrem no acoplamento. O primeiro semirreboque tem uma segunda quinta-roda para acoplar o segundo semirreboque, dispensando o dolly.
O bitrenzão de 9 eixos também possui PBTC de até 74 toneladas. Seu comprimento pode chegar a 30 metros. A configuração típica é um cavalo mecânico 6×4 e dois semirreboques de 3 eixos cada. Suas aplicações são semelhantes às do rodotrem. Também necessita de AET. A Randon oferece o Bitrem 9 Eixos Graneleiro. É importante distinguir do bitrem comum de 7 eixos, com PBTC de até 57 toneladas.
O tritrem é menos comum, mas também é um dos maiores veículos de carga. Consiste em um cavalo mecânico tracionando três semirreboques. Permite atingir 74 toneladas de PBTC. Exige cavalo mecânico com potência mínima de 6 CV por tonelada.
Sua principal aplicação é no transporte florestal, especialmente toras de madeira. Fabricantes como Facchini e Randon listam tritrens em seus produtos.
Uma categoria especial de CVC foi regulamentada para o setor sucroalcooleiro. São composições com PBTC entre 74,1 e 91 toneladas. A Resolução CONTRAN nº 872/2021 estabelece seus requisitos.
A configuração típica possui 11 eixos. É composta por caminhão-trator 6×4, semirreboque de 3 eixos e reboque de 5 eixos. O comprimento varia entre 28 e 30 metros. Exige uso exclusivo para transporte de cana-de-açúcar e AET rigorosa.
A jornada dos maiores veículos de carga do Brasil
A operação dos maiores veículos de carga do Brasil enfrenta obstáculos significativos. A infraestrutura rodoviária e a segurança são pontos críticos. Suas rotas concentram-se em corredores logísticos estratégicos.
A qualidade da malha rodoviária brasileira é um fator crítico. A Pesquisa CNT de Rodovias 2024 mostrou que parte substancial da malha está em condições deficientes. Apenas 33% foram consideradas “Ótima” ou “Boa“. O excesso de carga agrava o desgaste dos pavimentos.
O projeto geométrico das vias, como raios de curva e rampas, também é um desafio. A disponibilidade de Pontos de Parada e Descanso (PPDs) adequados é vital. A segurança na operação é central, com riscos como tombamento lateral e amplificação traseira. O treinamento especializado de condutores é essencial. Tecnologias de segurança e monitoramento, como telemetria, ajudam a mitigar riscos.
Os maiores veículos de carga são mais presentes em rotas estratégicas. O transporte de grãos (soja, milho) no Centro-Oeste para portos depende fortemente dessas CVCs. A MT-130, “Rota dos Grãos”, é um exemplo.
O setor sucroalcooleiro no Centro-Sul utiliza intensamente CVCs especializadas. Cerca de 95% da cana colhida é transportada por rodovias até as usinas. A indústria de celulose e papel também depende de bitrens e tritrens florestais. No Mato Grosso do Sul, cada fábrica de celulose pode receber cerca de 300 bitrens de eucalipto diariamente. O transporte de minérios também utiliza CVCs, principalmente da mina ao ponto de transbordo.
As normas e o futuro dos gigantes da estrada
A circulação e as especificações dos maiores veículos de carga pesada são regidas por um complexo arcabouço legal. Ao mesmo tempo, o setor busca inovações para maior eficiência e sustentabilidade.
O Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) e a Secretaria Nacional de Trânsito (SENATRAN) estabelecem as normas. A Resolução CONTRAN nº 882/2021 define limites gerais de pesos e dimensões. Resoluções específicas, como a nº 872/2021 para CVCs canavieiras, detalham requisitos para configurações maiores.
A Autorização Especial de Trânsito (AET) é indispensável para CVCs que excedem limites de peso e dimensões . O processo de obtenção da AET junto ao DNIT pode ser complexo, especialmente para os maiores veículos de carga.
Fabricantes investem em pesquisa para otimizar as CVCs. O uso de materiais leves e resistentes visa reduzir a tara e aumentar a carga útil. O design aerodinâmico busca reduzir o consumo de combustível.
A busca por alternativas ao diesel é uma tendência. Motores elétricos e a gás natural/biometano estão em desenvolvimento. Para caminhões pesados, a eletrificação enfrenta desafios de autonomia e infraestrutura. A regulamentação, como a Resolução CONTRAN nº 1.015/2024, já se adapta a novas motorizações.