Greve de caminhoneiros-tanque em Minas Gerais pressiona distribuidoras de combustíveis, ameaça abastecimento de postos e aeroportos, e levanta alertas sobre riscos econômicos iminentes caso paralisação persista por mais dias sem acordo entre empresa e motoristas.
Transportadores de combustíveis iniciaram greve por tempo indeterminado em Minas Gerais na madrugada de segunda-feira (9), conforme informou o Sindicato dos Transportadores de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque-MG).
Dezenas de caminhões-tanque estão parados nas imediações da base da Vibra Energia, antiga BR Distribuidora, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Segundo o sindicato, o retorno ao trabalho está condicionado ao atendimento das reivindicações da categoria, que incluem o pagamento integral do Piso Mínimo de Frete e do Vale-Pedágio Obrigatório, conforme previsto na legislação.
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O presidente do Sindtanque-MG, Irani Gomes, declarou que as distribuidoras, entre elas a Vibra, não vêm cumprindo essas obrigações legais.
Ele afirmou que os fretes têm sido pagos com descontos entre 10% e 15% e que o reembolso do pedágio não cobre os custos totais de forma antecipada, como determina a lei.
“Com o descumprimento do piso mínimo de frete e do vale-pedágio obrigatório em Minas, os transportadores vêm acumulando prejuízos incalculáveis”, disse Gomes.
A entidade solicita intensificação da fiscalização pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Impacto no abastecimento de postos e aeroportos
A Vibra é uma das principais fornecedoras de combustíveis no estado, com atuação em postos, aeroportos e setores industriais.
De acordo com informações do setor, alguns postos já apresentam redução nos estoques, o que pode comprometer o fornecimento caso a greve se estenda.
O Sindtanque-MG estima que os reflexos poderão ser sentidos em poucos dias.
“A partir de amanhã, já começa a faltar se o problema não for resolvido”, afirmou o presidente do sindicato.
O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro) acompanha a situação e recomenda que os revendedores se mantenham atualizados.
Há relatos de estoques limitados em postos vinculados à distribuidora.
Aviação e setores logísticos em alerta
Além dos postos, o fornecimento de combustível para aeroportos também pode ser impactado.
A Vibra atua como fornecedora em diversos terminais aéreos de Minas Gerais.
A ausência de reabastecimento pode levar à interrupção de voos em aeroportos regionais, conforme indicam associações do setor.
A greve dos transportadores também pode afetar a distribuição para indústrias e cadeias produtivas que dependem do transporte rodoviário de combustíveis.
Histórico e comparações com a greve de 2018
Em 2018, uma paralisação nacional de caminhoneiros provocou bloqueios em rodovias por nove dias.
Houve desabastecimento de combustíveis, alimentos e medicamentos, além da interrupção de serviços públicos e escolares.
Segundo estimativas da época, o impacto econômico chegou a R$ 30 bilhões em poucos dias.
O governo federal recorreu à atuação das Forças Armadas para liberar rodovias e restabelecer os serviços essenciais.
Especialistas em logística e economia alertam que paralisações prolongadas, mesmo em nível estadual, podem desencadear efeitos semelhantes.
Possíveis impactos econômicos
Caso a greve se prolongue, analistas do setor avaliam que pode haver elevação nos preços dos combustíveis, com repercussões nos custos de transporte e produtos de consumo básico.
Segmentos como transporte coletivo, fretes e o agronegócio podem ser diretamente afetados.
Empresas que dependem do transporte rodoviário para recebimento de insumos ou escoamento da produção enfrentam o risco de atrasos e interrupções.
Consumidores podem encontrar dificuldades para abastecer seus veículos, especialmente em regiões mais afastadas dos centros de distribuição.
Perspectivas e papel das autoridades
O desfecho da paralisação depende de negociações entre os transportadores e as distribuidoras.
A mediação da ANTT é apontada como essencial para garantir o cumprimento das normas de frete e pedágio.
De acordo com especialistas, o governo de Minas Gerais pode adotar medidas preventivas, como monitoramento de estoques e articulação de rotas emergenciais, caso o ime se prolongue.
No plano federal, a situação é acompanhada por órgãos reguladores e pelo Ministério dos Transportes.
Próximos desdobramentos
A greve teve início no dia 9 de junho de 2025 e segue sem previsão de encerramento.
Os primeiros impactos no abastecimento já foram registrados em algumas regiões metropolitanas.
A continuidade da paralisação pode comprometer setores estratégicos e gerar efeitos em cadeia, caso não haja uma resolução nas próximas horas.
Qual deve ser o papel das autoridades públicas diante da continuidade da greve dos transportadores de combustíveis em Minas Gerais?