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Comprar carro à vista ou fazer consórcio de R$ 130 mil com lance embutido? Veja o que fazer com R$ 90 mil

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 23/05/2025 às 07:07
consórcio, carro à vista
Foto: Reprodução

Entenda os prós e contras de usar R$ 90 mil para comprar um carro à vista ou optar por consórcio com parte do valor investido

Quem tem R$ 90 mil disponíveis pode se perguntar qual a melhor forma de usar esse valor: comprar um carro à vista ou consórcio? Buscar uma estratégia mais elaborada, como entrar em um consórcio e investir parte do valor, é uma das opções.

Neste artigo, analisamos um cenário que viralizou nas redes sociais. Veremos as suas vantagens e desvantagens de fazer esse acordo.

A proposta: consórcio + investimento

A estratégia é a seguinte: ao invés de usar os R$ 90 mil para comprar o carro diretamente, o consumidor entra em um consórcio de R$ 125 mil.

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Ele usa parte do valor como lance, contemplando a carta de crédito, e aplica o restante.

O plano funciona assim:

  • Consórcio de R$ 125 mil
  • Lance embutido de 30% (R$ 37.500)
  • Entrada do próprio bolso de R$ 40 mil
  • Sobra de R$ 50 mil para investir
  • Parcela do consórcio após contemplação: R$ 824 por mês
  • Investimento dos R$ 50 mil rende cerca de R$ 450 mensais
  • Com isso, o custo líquido da parcela cai para R$ 374 por mês

Esse plano busca um equilíbrio entre aquisição de um bem, manutenção de reserva e geração de renda mensal.

Comparando com a compra à vista

A alternativa mais simples seria usar os R$ 90 mil para comprar um carro diretamente. Isso elimina parcelas e preocupação com prazos.

O bem está disponível imediatamente, sem necessidade de sorteio ou lance. O valor é limitado, mas não há outras obrigações financeiras.

Vantagens da estratégia com consórcio

O modelo do consórcio com investimento tem pontos positivos importantes:

Você mantém parte do dinheiro investido: Ao não usar todo o dinheiro na compra, o consumidor ainda tem R$ 50 mil aplicados. Isso garante liquidez e uma reserva de emergência. Além disso, o dinheiro investido continua rendendo, o que ajuda no orçamento mensal.

Redução das parcelas com o rendimento: Com o rendimento de R$ 450 mensais no CDB, a parcela de R$ 824 cai, na prática, para R$ 374.

É como se parte da parcela fosse paga com os juros do próprio dinheiro. Isso torna o valor mais fácil de encaixar no orçamento.

Aquisição de um carro de maior valor: Com a carta de crédito de R$ 125 mil, o comprador pode escolher um veículo mais novo ou de categoria superior. Isso amplia o poder de compra sem recorrer ao financiamento tradicional com juros altos.

Você evita pagar juros bancários: O consórcio tem taxas istrativas, mas não cobra juros como um financiamento. Isso reduz o custo final da operação em comparação com a maioria dos financiamentos de veículos no Brasil.

Riscos e desvantagens

Apesar das vantagens, é preciso atenção a alguns pontos importantes:

Tempo até a contemplação: O plano só funciona plenamente se o participante for contemplado com o lance ou sorteio logo no início. Caso contrário, ele pode ficar meses ou anos sem o carro. Isso pode frustrar quem tem urgência.

O rendimento do investimento pode variar: A estimativa de R$ 450 mensais é baseada em CDBs que pagam cerca de 1% ao mês bruto. Essa taxa pode mudar com o tempo. Uma queda nos juros compromete essa simulação.

É preciso disciplina para manter o investimento: Se o investidor gastar os R$ 50 mil ao longo do tempo, o plano perde o efeito. A disciplina de manter o dinheiro aplicado é essencial para que a estratégia funcione.

Taxas istrativas do consórcio existem: Mesmo sem juros, o consórcio cobra taxa de istração e fundo de reserva. Isso encarece a operação ao longo do tempo. O valor final pago pode superar os R$ 125 mil da carta de crédito.

É um compromisso de longo prazo: Mesmo com ajuda do investimento, o consorciado terá uma parcela mensal durante anos. Isso exige planejamento e estabilidade financeira. Um imprevisto pode comprometer o pagamento.

Comparativo direto entre as opções

CritérioCompra à VistaConsórcio com Investimento
Liquidez após compraZeroR$ 50 mil investidos
ParcelasNenhumaR$ 824 (líquido: R$ 374)
Valor do carroR$ 90 milR$ 125 mil
Tempo de liberação do carroImediatoApós contemplação
Potencial de rentabilidadeNenhumRendimento mensal de R$ 450
ComplexidadeBaixaMédia (depende de contemplação)

Se posso pagar à vista, qual o sentido de entrar em consórcio?

O consórcio envolve o pagamento de taxas istrativas, que podem representar até 20% do valor contratado, além de estar sujeito à correção anual pelo IPCA, o que encarece o crédito ao longo do tempo.

Enquanto isso, o investimento em CDB, usado como contrapeso para aliviar as parcelas, sofre incidência de Imposto de Renda sobre o rendimento e está sujeito à oscilação das taxas de juros.

Na prática, isso significa que o suposto abatimento do valor da parcela pode ser menor do que o estimado inicialmente.

Outro ponto de crítica é a natureza do bem em questão: o carro é um ativo que sofre depreciação contínua. A

o optar por pagar por ele em parcelas corrigidas, o comprador pode terminar desembolsando um valor maior por um bem que já perdeu parte significativa do seu valor de mercado.

É uma decisão complexa

A decisão entre comprar um carro à vista ou adotar uma estratégia que combina consórcio e investimento depende diretamente do perfil financeiro e dos objetivos de cada pessoa.

O modelo com consórcio permite ampliar o valor do bem adquirido, manter parte do capital investido e, com isso, reduzir o impacto mensal das parcelas.

É uma alternativa que pode funcionar bem para quem busca equilíbrio entre aquisição e preservação de patrimônio, decsde que haja paciência para aguardar a contemplação e disciplina para manter o investimento ativo.

Por outro lado, é preciso considerar os custos embutidos nesse modelo, como a taxa de istração, a correção anual pelo IPCA e a tributação sobre os rendimentos do investimento.

Além disso, como o carro é um bem que deprecia com o tempo, o pagamento parcelado corrigido pode tornar a operação mais cara do que parece.

Quem tem o valor total disponível pode encontrar na compra à vista a opção mais econômica, direta e segura. Em resumo, ambas as estratégias têm vantagens e riscos: cabe ao comprador avaliar o que pesa mais — flexibilidade financeira ou simplicidade na aquisição.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail [email protected].

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