Omoda e Jaecoo estreiam com modelos eletrificados e a BYD acelera a montagem em Camaçari para driblar impostos. Disputa por espaço nos carros elétricos no Brasil se intensifica.
O mercado de carros elétricos no Brasil ganhou dois novos competidores nesta terça-feira (16/04). As marcas chinesas Omoda e Jaecoo, ligadas ao grupo Chery, oficializaram sua chegada ao país com foco exclusivo em eletrificação. E o detalhe: sem parceria com a Caoa, tradicional ponte de entrada de fabricantes chinesas no Brasil.
A Omoda lançou o SUV E5 100% elétrico por R$ 209.990, com autonomia de 345 km (estimativa baseada no ciclo WLTP). A Jaecoo, por sua vez, apresentou o SUV médio híbrido plug-in 7 PHEV, com preço abaixo de R$ 230 mil. As duas apostam em visual moderno, bom pacote tecnológico e uma proposta agressiva para conquistar espaço entre os carros elétricos no Brasil.
Estratégia da BYD quer antecipar montagem nacional de carros elétricos no Brasil
A BYD, atualmente líder entre os carros elétricos no Brasil, se movimenta para manter sua dominância. Em 14 de abril, a empresa solicitou um regime especial para importação no modelo SKD (semi-desmontado), com objetivo de acelerar a montagem de veículos na planta de Camaçari (BA), mesmo antes da produção nacional começar.
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A medida visa driblar a alta no imposto de importação para elétricos, que ou para 18% em janeiro de 2025 e subirá para 25% em julho. Com isso, a BYD garante a presença de seus modelos no mercado enquanto inicia a nacionalização parcial dos carros elétricos no Brasil.
Em 2025, carros elétricos no Brasil são dominados por montadoras chinesas
Segundo a ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), em janeiro de 2025, BYD e GWM responderam por mais de 80% das vendas de veículos plug-in no país. Só a BYD alcançou 63,3% de participação no segmento. Especialistas, como Cassio Pagliarini e Milad Neto, avaliam que a chegada de Omoda e Jaecoo pode até reforçar o domínio chinês entre os carros elétricos no Brasil.
A dúvida agora está na estrutura de pós-venda, rede de concessionárias e nacionalização de peças, especialmente componentes críticos como baterias e sistemas eletrônicos.
Produção local de componentes e crescimento da mobilidade elétrica
A estratégia de nacionalização dos carros elétricos no Brasil avança. A produção da moto elétrica BMW R 1300 GS Adventure em Manaus reforça a capacidade industrial do país. O debate agora é sobre o cronograma para que montadoras como BYD, GWM, Omoda e Jaecoo também internalizem a produção de baterias e motores elétricos.
Sem isso, o Brasil pode ficar vulnerável ao câmbio e à dependência externa, mesmo com a popularização dos carros elétricos no Brasil.
Infraestrutura ainda é desafio para o crescimento dos carros elétricos no Brasil
Mesmo com o aumento de lançamentos e marcas, o país conta com pouco mais de 3 mil pontos de recarga públicos — um número muito abaixo da demanda. A mobilidade elétrica no Brasil só avançará com infraestrutura de recarga, incentivos à produção nacional e políticas públicas que estimulem o setor.