Makoto Uchida renuncia ao cargo de CEO da Nissan após fracasso em fusão com a Honda e crise interna. Ivan Espinosa assumirá a liderança!
Em uma decisão surpreendente, Makoto Uchida anunciou sua renúncia ao cargo de CEO e presidente da Nissan após mais de quatro anos à frente da companhia. A saída de Uchida ocorre em um momento delicado para a marca japonesa, marcada por uma crise interna e a falha na tentativa de fusão com a Honda, uma das suas principais concorrentes.
A crise, que colocou a empresa em uma posição vulnerável, também resultou em uma reavaliação de sua estratégia global.
Uchida, que comandava a Nissan desde 2019, enfrentou uma pressão crescente de investidores e diretores. Com o fracasso nas negociações para a fusão com a Honda, sua saída já era aguardada há algum tempo, sendo uma decisão tomada após intensos debates dentro da companhia.
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O novo CEO, Ivan Espinosa, atual diretor de planejamento da Nissan, assumirá o cargo a partir de abril, com a expectativa de trazer uma nova abordagem para a gestão da empresa.
Fracasso na fusão com a Honda: o ponto de ruptura
A tentativa de fusão entre a Nissan e a Honda gerou expectativas no mercado automotivo, mas terminou em fracasso.
Inicialmente, as duas empresas haviam discutido uma parceria por meio de uma t venture, mas as negociações se complicaram quando a Honda propôs um modelo em que a Nissan se tornaria uma subsidiária da rival.
Após intensos imes, as duas partes decidiram encerrar as negociações, o que acabou frustrando os planos que poderiam ter colocado a aliança entre as duas marcas como a terceira maior fabricante de veículos do mundo.
Esse revés no processo de fusão teve um impacto significativo na imagem da Nissan, especialmente em um momento em que a empresa buscava consolidar sua posição no mercado global.
Além disso, o fracasso agravou uma situação financeira já delicada, levando a marca a buscar novos investidores para garantir sua sobrevivência.
Crise financeira e redução da participação da Renault
A situação da Nissan piorou ainda mais quando a Renault, sua parceira de longa data, decidiu reduzir sua participação na companhia.
Em 2024, a Renault detinha 47% das ações da Nissan, mas essa participação foi reduzida para menos de 40% em 2025, refletindo a diminuição da confiança nas perspectivas futuras da empresa japonesa.
Além disso, a Nissan entrou em “modo de emergência” no final de 2024, de acordo com informações divulgadas por fontes internas.
A empresa enfrentava uma crise financeira que, segundo análises, colocava a marca em risco de falência caso medidas drásticas não fossem tomadas.
O jornal Financial Times publicou que a Nissan teria entre 12 e 14 meses para sobreviver, dependendo de sua capacidade de atrair novos investidores.
Impacto da crise na produção da Nissan na América do Sul
Embora a crise financeira da Nissan não tenha afetado diretamente a produção no Brasil, onde a empresa anunciou um investimento de R$ 2,8 bilhões em Resende (RJ) para a produção de novos modelos, a situação na Argentina se tornou mais crítica.
O desenvolvimento da nova geração da picape Frontier foi suspenso em Córdoba, o que gerou tensão no mercado local.
O sindicato dos metalúrgicos da região de Córdoba revelou que a decisão de suspender a produção da picape afetou diretamente os empregos na fábrica e levou a Nissan a revisar seus planos de expansão na América do Sul.
A Frontier, um dos modelos mais importantes da empresa, já foi importada do México para o Brasil, mas com a produção suspensa na Argentina, a Nissan pode enfrentar dificuldades em atender à demanda.
Plano de contenção de crise e greve na Argentina
Em fevereiro, a fornecedora argentina Maxion Montich, responsável pela fabricação dos chassis da Frontier, entregou ao governo um plano de contenção de crise, que inclui medidas como lay-off, ajustes de salários, planos de demissão voluntária e antecipação de feriados.
Essa situação gerou uma crescente pressão sobre a Nissan, com o sindicato local ameaçando declarar greve caso a empresa não tome medidas mais eficazes para lidar com a crise.
Diante do exposto, a situação na Argentina é um reflexo das dificuldades globais que a Nissan tem enfrentado nos últimos meses.
A renúncia de Uchida e a mudança de comando com a chegada de Ivan Espinosa indicam que a empresa está se preparando para uma reestruturação estratégica que pode impactar não apenas a produção na América do Sul, mas também sua presença global.