Atualmente, a China lidera o setor de energia renovável no mundo. No entanto, diante de um crescimento acelerado, o governo decidiu reduzir gradualmente os subsídios para projetos de energia solar e energia eólica.
Esse movimento ocorre em um momento estratégico, já que o país atingiu sua meta de energia limpa para 2030 com seis anos de antecedência, em 2024, conforme anunciado pela istração Nacional de Energia da China.
O Crescimento da Energia Solar e Eólica na China
O crescimento da energia renovável na China se intensificou a partir de 2010, quando o país começou a investir fortemente em infraestrutura e tecnologia para fontes limpas.
Em 2015, o governo lançou o 13º Plano Quinquenal, que estipulou metas ambiciosas para a energia solar e energia eólica. Como resultado, entre 2016 e 2020, o país adicionou mais de 250 GW de energia solar e cerca de 150 GW de energia eólica à sua matriz.
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Em 2023, a China ultraou os 800 GW de capacidade instalada em energia solar e 400 GW em energia eólica, de acordo com dados da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA). No ano seguinte, em 2024, esse número cresceu ainda mais, atingindo 887 GW em solar e 430 GW em eólica, conforme divulgado pela istração Nacional de Energia da China.
Diante desse avanço expressivo, a China adotou políticas públicas eficientes. Como consequência, a construção de usinas fotovoltaicas e parques eólicos disparou.
Entretanto, considerando o avanço acelerado do setor, o governo chinês agora implementa uma nova abordagem. Em outras palavras, os subsídios serão reduzidos gradualmente, enquanto o mercado se tornará mais competitivo.
Por esse motivo, muitas empresas precisarão se adaptar. Afinal, a ausência de subsídios exige inovação e eficiência para garantir a viabilidade econômica dos projetos.
Dessa forma, especialistas do China Renewable Energy Engineering Institute avaliam que, mesmo sem incentivos, a energia solar e a energia eólica continuarão em expansão.
A Nova Estratégia Energética e os Impactos no Mercado Chinês
Para tornar o setor mais sustentável financeiramente, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC) e a istração Nacional de Energia da China introduziram um novo sistema de licitação.
A partir de junho de 2024, os preços da eletricidade gerada por fontes renováveis aram a ser definidos pelo próprio mercado.
Com essa nova estratégia, os projetos de energia solar e energia eólica não dependerão mais de subsídios. Assim, a competição com fontes convencionais de energia aumentará.
Como esperado, essa mudança estimula avanços tecnológicos, ao mesmo tempo em que elimina distorções no mercado.
Por consequência, apenas os projetos mais eficientes prosperarão. De maneira geral, essa decisão fortalece o setor de energia renovável, garantindo um crescimento sustentável no longo prazo.
Nesse sentido, a China se posiciona como pioneira na transição energética global.
O Impacto Global da Decisão Chinesa sobre Energia Renovável
Sem dúvida, a decisão chinesa influencia o mercado global de energia renovável.
Antes de tudo, outros países que ainda dependem de subsídios para expandir suas fontes limpas podem sentir os efeitos dessa mudança.
Ao mesmo tempo, a China pode se tornar um modelo para nações que buscam novas estratégias para impulsionar o setor energético.
Além disso, o setor fotovoltaico enfrenta um novo desafio. Isso porque muitas empresas dependem da alta demanda chinesa para manter os custos baixos.
Agora, com a transição para um mercado sem incentivos, a concorrência entre fabricantes de painéis solares e turbinas eólicas pode aumentar.
O relatório da BloombergNEF, publicado em março de 2024, apontou que o mercado global de painéis solares pode enfrentar ajustes de preços significativos devido à menor demanda por parte da China.
A tendência é que novas estratégias de exportação sejam adotadas, redistribuindo parte da produção para países emergentes da Ásia e da América Latina.
Por outro lado, a China segue batendo recordes na capacidade instalada de energia solar e energia eólica.
Dessa maneira, reafirma sua liderança global e reforça a importância da transição energética para um futuro sustentável.
O Futuro da Energia Limpa e a Liderança da China no Setor
Mesmo com a redução dos subsídios, a China não pretende desacelerar seus investimentos em energia renovável.
Pelo contrário, o país já planeja novas estratégias, como o avanço no armazenamento de energia e a implementação de redes inteligentes.
Com isso, busca otimizar a distribuição e aumentar a eficiência da energia solar e energia eólica.
Além do mais, a adoção de um modelo baseado no mercado não deve ser vista como um retrocesso.
Muito pelo contrário! Essa mudança representa uma evolução.
Afinal, a China prova que a energia renovável pode se manter economicamente viável sem incentivos estatais. Dessa forma, estabelece um novo paradigma para o setor energético global.
Portanto, ao reforçar seu compromisso com a sustentabilidade e a descarbonização, a China consolida sua posição como potência mundial em energia limpa.
A cada nova decisão, o país influencia o rumo do mercado global e se destaca como referência na transição para um futuro mais verde.
A China se planejou para ser competitiva mundialmente, pois fez o seu dever de casa com investimentos na sua infraestrutura, na sua logística e na sua matriz energética. Resultado o país hoje é o país mais competitivo do mundo na produção industrial.