China, o gigante asiático, detém mais de 65% da capacidade de energia eólica mundial e abriga quatro das cinco maiores fabricantes globais de aerogeradores
A estrela da vez é a turbina SI-270150, com uma capacidade impressionante de 15 megawatts. Só pra você ter ideia do que isso representa: suas hélices medem 131 metros cada uma, formando um rotor de 270 metros de diâmetro. Isso é maior do que três campos de futebol enfileirados! Para comparação, o One Tower, prédio mais alto do Brasil, tem 290 metros de altura. A turbina da Sany só é 20 metros mais baixa — e não estamos falando de um edifício, e sim de uma estrutura giratória!
A primeira unidade foi conectada à rede em outubro de 2023 e entrou em operação total no dia 16 de novembro. Desde então, ela tem capacidade para gerar cerca de 56 milhões de kWh por ano, o suficiente para abastecer dezenas de milhares de residências chinesas.
Movimento das enormes hélices podem estar interferindo na circulação do ar na região
Quando se fala em energia eólica, o impacto ambiental geralmente é considerado mínimo. No entanto, no caso dessa turbina gigante, algo curioso começou a acontecer. Cientistas chineses perceberam alterações nos padrões locais de vento e na distribuição de temperatura em torno da instalação. Localizada em Tongyu, na província de Jilin, a turbina está em um parque de testes, onde seus efeitos estão sendo cuidadosamente observados.
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A suspeita é de que o movimento das enormes hélices esteja interferindo na circulação do ar na região. Segundo pesquisas anteriores, esse tipo de interferência pode alterar o balanço térmico de áreas vizinhas, o que levanta questões sobre a sustentabilidade de turbinas tão grandes no longo prazo.
Poderosa turbina da China: Uma fase de testes rigorosa
Antes de ser lançada para uso comercial, a turbina SI-270150 vai ar por uma bateria de testes que inclui mais de 2 mil simulações em condições reais. A expectativa da Sany é que a vida útil do equipamento varie entre 25 e 30 anos, o que a coloca entre as mais duráveis do mercado.
Segundo a própria empresa, o foco agora é entender o desempenho do projeto em diferentes cenários climáticos e operacionais. Isso inclui medir o nível de ruído, eficiência em baixas velocidades de vento e, claro, os impactos que ela está gerando no ambiente ao redor.
Corrida com a Europa: quem vai mais longe?
Enquanto a China segue investindo pesado em modelos cada vez maiores e mais potentes, os europeus estão encontrando obstáculos para acompanhar o ritmo. A logística para transportar componentes gigantescos, aliada à dificuldade em obter licenças ambientais e urbanísticas, torna inviável instalar turbinas onshore desse porte em muitos países da Europa Ocidental.
Atualmente, a China detém mais de 65% da capacidade eólica mundial e abriga quatro das cinco maiores fabricantes globais de aerogeradores. Além da Sany, outra empresa chinesa, a Mingyang Smart Energy, instalou recentemente o maior aerogerador offshore do mundo, com 20 MW de potência. Em comparação, os parques eólicos europeus ainda utilizam modelos com capacidade entre 6 e 12 MW, como mostra este relatório da WindEurope.
A aposta da China em turbinas gigantescas
A aposta da China em turbinas gigantescas como a SI-270150 não é apenas uma questão de ostentação. Trata-se de uma estratégia para reduzir custos por megawatt e aumentar a produtividade em áreas com menos vento. Segundo especialistas da Universidade de Tsinghua, “a escalabilidade pode ser a chave para viabilizar economicamente a transição energética em países de grande extensão territorial”.
Além disso, a China está acelerando a construção de parques eólicos em regiões do interior, conectando-os a redes inteligentes que otimizam a distribuição de energia. Isso pode mudar completamente o cenário global nos próximos anos, como aponta um relatório da Agência Internacional de Energia.
Um futuro de hélices gigantes (e climas diferentes?)
Ainda é cedo para dizer se os impactos no microclima vão se confirmar como um problema ambiental ou apenas um fenômeno ageiro. Mas o fato de que uma única turbina pode alterar a dinâmica do vento em uma região já levanta discussões importantes sobre os limites da engenharia e as consequências ambientais do avanço tecnológico.
Com testes rigorosos, dados sendo coletados e o mundo de olho nas decisões da China, o futuro da energia eólica onshore está sendo desenhado agora — e é feito de hélices do tamanho de um prédio.
E você, o que acha de turbinas tão grandes mudando até o clima? Deixe seu comentário aqui embaixo ou compartilhe este conteúdo com alguém que se interessa por energia limpa e tecnologia de ponta!