A nova política do governo chinês permitirá viagens de brasileiros com aporte comum, sem necessidade de visto, para estadias curtas com início em 1º de junho
A partir de 1º de junho de 2025, brasileiros com aporte comum poderão visitar a China sem necessidade de visto, desde que a permanência não ultrae 30 dias consecutivos. A decisão foi anunciada oficialmente em 15 de maio de 2025, durante coletiva de imprensa conduzida por Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China. Segundo o governo, a iniciativa tem como objetivo facilitar viagens de curta duração e intensificar a cooperação diplomática e econômica com países sul-americanos, especialmente o Brasil. A medida reflete uma ampliação do o ao país para fins de turismo, negócios e intercâmbio. Além disso, a liberação atende aos critérios de mobilidade internacional adotados pela China para acelerar a retomada das conexões pós-pandemia.
Aplicação da medida e condições
A isenção de visto será aplicável a cidadãos brasileiros com aporte comum, desde que a viagem seja realizada por motivo de lazer, negócios, trânsito em aeroportos chineses, visita a parentes ou atividades culturais. A estadia máxima permitida será de 30 dias por entrada, sem prorrogação, e em caráter experimental até 31 de maio de 2026. No entanto, para finalidades como estudo, trabalho formal ou permanência prolongada, a obtenção de visto consular continua obrigatória. Essa diferenciação visa manter o controle sobre fluxos migratórios mais complexos, sem restringir o o a viagens de curta duração. A medida foi aprovada pelo Conselho de Estado da China, como parte de uma nova fase da política externa do país asiático.
Países contemplados e relação regional
Além do Brasil, a nova política abrange cidadãos da Argentina, Chile, Uruguai e Peru, conforme confirmado pelo Ministério das Relações Exteriores da China. A ampliação da medida a outras nações sul-americanas reforça a estratégia do governo chinês de fortalecer a integração com o continente latino-americano. A China busca consolidar laços diplomáticos mais estreitos, viabilizando não apenas trocas comerciais, mas também fluxos culturais e educacionais. Ao permitir maior mobilidade para países emergentes, o país asiático dá sinais de reconfiguração geopolítica em resposta à crescente importância da América do Sul no comércio internacional. Essa aproximação se intensificou especialmente após os eventos de maio de 2025.
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Contexto da isenção de visto China e investimentos regionais
A decisão ocorre logo após o Fórum China-CELAC, realizado entre os dias 10 e 12 de maio de 2025, em Pequim. Durante o evento, o presidente Xi Jinping anunciou um pacote de investimentos da ordem de US$ 10 bilhões em créditos para países latino-americanos, destinados a projetos de infraestrutura, inovação e logística. Além disso, o governo chinês se comprometeu a facilitar a entrada de estrangeiros, como forma de estimular a cooperação multilateral. A isenção de visto para brasileiros está entre as medidas consideradas fundamentais para promover essa nova fase de integração internacional. O Brasil, maior parceiro comercial da China na região, aparece como protagonista nesse processo.
Impactos práticos da entrada sem visto para brasileiros na China
Desde o anúncio da medida, especialistas e ex-diplomatas avaliaram positivamente a iniciativa, como é o caso de Jorge Heine, ex-embaixador do Chile na China. Em entrevista ao China Daily, ele afirmou que a decisão simboliza abertura e modernização da diplomacia chinesa. A isenção reduz barreiras para a realização de negócios, eventos e parcerias acadêmicas com mais agilidade e menos custo. Cidades como Pequim, Xangai e Shenzhen poderão receber mais brasileiros interessados em intercâmbio e oportunidades comerciais. Contudo, é necessário atender aos requisitos da imigração, como apresentar aporte válido, agem de retorno, justificativa da visita e comprovação financeira. O não cumprimento dessas exigências pode impedir a entrada, mesmo com a dispensa de visto.