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China lança Tianwen-2 para coletar amostras de asteroide e estudar cometa raro

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 29/05/2025 às 12:16
asteroide
Foto: Reprodução

Missão Tianwen-2 busca coletar amostras de asteroide próximo à Terra e estudar cometa raro até 2035, em operação inédita da China no espaço profundo.

A China deu um novo o em sua jornada espacial. Nesta quarta-feira, 28, foi lançada com sucesso a missão Tianwen-2, considerada a mais ambiciosa do país no espaço profundo.

A decolagem ocorreu a partir do Centro de Lançamento de Satélites de Xichang, na província de Sichuan.

A bordo de um foguete Longa Marcha 3B, a sonda partiu com dois alvos: um asteroide próximo à Terra e, depois, um cometa raro no cinturão principal.

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Missão em duas fases

A missão Tianwen-2 é composta por duas etapas. A primeira delas é o encontro com o asteroide 469219 Kamoʻoalewa, também conhecido como 2016 HO3.

Este pequeno corpo rochoso orbita próximo à Terra e tem entre 40 e 100 metros de diâmetro. Os cientistas acreditam que ele seja um fragmento da Lua. A expectativa é que a sonda chegue ao asteroide em 2026.

Após a chegada, a Tianwen-2 realizará uma coleta de amostras da superfície. Serão utilizados três métodos diferentes, dependendo das condições do solo: coleta flutuante, sondagem e perfuração ancorada.

As amostras devem retornar à Terra em 2027. Após isso, a missão continua, com novo destino: o cometa 311P/PANSTARRS, com previsão de chegada por volta de 2035.

Operação de alta complexidade

A navegação até pequenos corpos celestes exige precisão extrema. Segundo o engenheiro da ESA, Franco Perez-Lissi, esses astros possuem campos gravitacionais fracos e irregulares, o que impede o uso de órbitas tradicionais.

Para coletar amostras com sucesso, a Tianwen-2 terá que combinar sua velocidade e rotação com a do asteroide.

Perez-Lissi comparou essa operação a “tentar atracar um barco com uma montanha flutuando no espaço e caindo de forma realmente imprevisível e quase sem gravidade”. Isso ilustra o desafio técnico envolvido.

Instrumentos e estudos

A sonda Tianwen-2 está equipada com 11 instrumentos científicos. Entre eles, câmeras de alta resolução, espectrômetros, sensores de partículas, sonar de radar e detectores de campo magnético.

Os equipamentos vão estudar a composição, características geológicas e interações com o vento solar tanto no asteroide quanto no cometa.

Esses dados devem ampliar o conhecimento sobre a formação do sistema solar e podem até contribuir para estudos sobre a origem da vida.

Missões anteriores, como OSIRIS-REx da NASA e Hayabusa2 da JAXA, trouxeram à Terra substâncias como aminoácidos e nucleobases.

Expansão do programa espacial chinês

A missão Tianwen-2 dá continuidade ao avanço da China no setor espacial. Ela sucede a missão Tianwen-1, que foi enviada a Marte, e está inserida em um plano mais amplo.

A China já anunciou missões futuras para trazer amostras de Marte, estudar Júpiter e explorar Vênus. Também estão nos planos a construção da Estação Lunar Internacional de Pesquisa e o envio de astronautas à Lua.

A estação espacial chinesa Tiangong já está em operação, e o país continua a investir fortemente em novas tecnologias. Segundo a agência estatal Xinhua, o chefe da CNSA, Shan Zhongde, destacou a expectativa de descobertas inovadoras e de avanço no conhecimento sobre o universo.

Um marco para o “sonho espacial”

Com o sucesso do lançamento confirmado pela Corporação de Ciência e Tecnologia Aeroespacial da China (CASC) e pela CNSA, a missão Tianwen-2 representa um novo marco. Os painéis solares da sonda foram abertos corretamente, sinalizando bom funcionamento inicial.

Ao perseguir dois corpos celestes distintos — um possível fragmento lunar e um cometa híbrido — a China demonstra ambição e capacidade técnica.

O projeto pode colocar o país em posição de destaque na corrida por conhecimento científico fora da Terra.

O lançamento da Tianwen-2 reforça o chamado “sonho espacial” promovido pelo governo chinês. E se os objetivos forem atingidos, o impacto científico pode se estender muito além das fronteiras nacionais.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail [email protected].

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