1. Início
  2. / Curiosidades
  3. / Cidade brasileira tem construções proibidas com prédios-caixão
Localização PE Tempo de leitura 5 min de leitura Comentários 0 comentários

Cidade brasileira tem construções proibidas com prédios-caixão

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 20/03/2025 às 11:42
Prédios-caixão ameaçam Recife! Construções proibidas seguem desabando, deixando um rastro de tragédias e moradores sem indenização.
Prédios-caixão ameaçam Recife! Construções proibidas seguem desabando, deixando um rastro de tragédias e moradores sem indenização.

Um pesadelo estrutural assombra essa cidade brasileira! Os prédios-caixão, construções populares sem segurança, seguem desmoronando e ceifando vidas.

Em Pernambuco, a história dos prédios-caixão é marcada por tragédias e um alerta sobre as consequências de construções irregulares que, décadas após sua construção, continuam a representar riscos para milhares de famílias.

Segundo reportagem do portal G1, esses edifícios, que abrigaram parte significativa da população do Grande Recife, se tornaram sinônimo de insegurança e dor, especialmente depois de diversos desabamentos que deixaram um rastro de vítimas fatais e danos irreparáveis.

A a Rosângela Costa, de 60 anos, é uma das muitas vítimas desse pesadelo.

Dia
ATÉ 90% OFF
💘 Dia dos Namorados Shopee: até 20% OFF com o cupom D4T3PFT! Só até 11/06!
Ícone de Episódios Comprar

Em 1984, quando o Conjunto Beira-Mar, em Paulista, na Região Metropolitana do Recife, ainda estava em construção, ela viu uma oportunidade única de realizar o sonho da casa própria.

Na época, o mercado oferecia condições facilitadas, como a isenção de entrada e o parcelamento sem juros.

Contudo, o que parecia ser uma conquista da vida, logo se transformou em um tormento, quando o que parecia ser uma moradia ideal se revelou um grande erro de engenharia.

Rosângela comprou um dos apartamentos localizados em um prédio que, hoje, é um exemplo trágico de como a falta de fiscalização e a construção apressada podem levar a consequências fatais.

Segundo Luiz Fernando Bernhoeft, engenheiro civil do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE), o edifício foi um “prédio-caixão”, uma construção concebida de maneira totalmente irregular, que não seguiria as normas mínimas de segurança e durabilidade.

Ao longo das décadas, esses prédios começaram a demonstrar sérios sinais de fragilidade.

Em 2023, pelo menos 11% da população do Grande Recife residia em edificações desse tipo.

Esses prédios, que não respeitavam as normas básicas da engenharia, como a utilização de vigas, pilares e concreto armado, aram a ser um risco iminente.

Desde a década de 1970, Pernambuco viu a proliferação dessa tipologia de construção, impulsionada por interesses comerciais, sem a mínima preocupação com a segurança dos moradores.

Até hoje, o problema não está resolvido. Mesmo após a proibição dos prédios-caixão em 2005, a população ainda convive com os resquícios dessas construções irregulares, muitas delas abandonadas ou ocupadas de forma precária.

Os moradores e ex-moradores ainda aguardam por indenizações, mas a sensação de impotência é crescente, pois muitos sabem que as chances de serem compensados por tudo o que perderam são mínimas.

Prédios-caixão ameaçam Recife! Construções proibidas seguem desabando, deixando um rastro de tragédias e moradores sem indenização. Foto: Roberto Stuckert Filho/Agência Brasil

O que são os prédios-caixão?

A história dos prédios-caixão não é única de Pernambuco, mas, com certeza, o estado se tornou um dos principais exemplos das consequências de construções mal planejadas e executadas.

A falta de fiscalização, associada ao uso de materiais inadequados e à pressão de sindicatos de ceramistas na década de 1970, acelerou o processo de construção de prédios com até quatro andares, mas sem qualquer tipo de segurança estrutural.

O que são, afinal, os prédios-caixão? São construções feitas sem a utilização de concreto armado, vigas ou pilares.

A ideia era criar edificações de “alvenaria resistente” que, sem os materiais essenciais para garantir a segurança das estruturas, tornavam-se, com o tempo, instáveis.

Por isso, o nome “prédio-caixão”: a forma simples, quadrada e sem detalhes arquitetônicos, que se assemelha a uma caixa, é a característica que mais se destaca nas construções dessa tipologia.

O formato de caixa e a estrutura frágil não são os únicos problemas, no entanto.

A política urbana de solo da época determinava que os prédios não precisavam de elevadores e, por isso, eram limitados a apenas quatro andares.

Isso fazia com que a construção fosse mais barata, mas, ao mesmo tempo, extremamente vulnerável a danos estruturais.

O formato das construções favorecia o uso de materiais de péssima qualidade, como cerâmica mal fabricada e outros componentes de baixo custo.

Essas práticas visavam a viabilização financeira da obra, mas ignoravam os riscos à segurança.

O problema atual

Um dos maiores exemplos dessa tragédia é o Conjunto Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes.

Com 2.200 apartamentos, o residencial, que foi erguido ainda na década de 1980, foi interditado em 2014 e demolido em 2020.

O problema não era exclusivo de um único empreendimento, mas uma condição sistêmica que afeta milhares de pessoas até hoje.

Estimativas apontam que, em todo o Grande Recife, existem cerca de 5.300 prédios-caixão, muitos dos quais com grandes chances de desabar, devido à precariedade de suas estruturas.

Estudos realizados pelo Instituto de Tecnologia de Pernambuco (ITEP) apontam que ao menos 226 imóveis apresentam um risco muito alto de desabamento, e outros 2.120 estão em risco alto.

Isso ocorre, em grande parte, por conta da utilização de materiais inadequados e de construções feitas diretamente sobre solos instáveis, o que agrava ainda mais o problema com o ar dos anos.

Tragédia e consequências

As consequências dessas falhas não são apenas teóricas.

Em agosto de 2023, o pesadelo se concretizou para os moradores do Conjunto Beira-Mar.

Parte do prédio onde morava Rosângela Costa desabou, levando à morte de 14 pessoas e deixando outras 21 feridas.

Essa tragédia, que poderia ter sido evitada se as construções tivessem seguido as normas técnicas básicas, evidencia a gravidade do problema e a necessidade urgente de uma solução para o que ainda é um drama vivido por milhares de pernambucanos.

A triste realidade das vítimas e ex-moradores é uma constante em Pernambuco.

Como Rosângela Costa, muitas pessoas compraram seu imóvel com a esperança de alcançar a estabilidade e realizar o sonho da casa própria.

Mas esse sonho se transformou em pesadelo para aqueles que viveram por anos em prédios construídos sem a mínima preocupação com a segurança.

Muitos, como Rosângela, aram décadas acreditando que estavam protegidos, mas ao final enfrentaram a dura realidade de um imóvel que, em vez de oferecer um lar, acabou se tornando um risco à vida.

Prédios-caixão ameaçam Recife! Construções proibidas seguem desabando, deixando um rastro de tragédias e moradores sem indenização. Foto: Roberto Stuckert Filho/Agência Brasil

Soluções e ações

A solução para este problema exige uma ação mais rigorosa dos órgãos competentes, além de uma maior conscientização sobre a importância de seguir normas de segurança em projetos habitacionais.

Embora os prédios-caixão tenham sido proibidos há quase 20 anos, o legado dessa construção malfeita ainda assombra muitas famílias.

Inscreva-se
Entre com
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais antigos
Mais recente Mais votado
s
Visualizar todos comentários

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, agens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: [email protected]. Não aceitamos currículos!

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x