A nova tecnologia permite transformar resíduos de esgoto em fontes renováveis de hidrogênio e proteína para ração, reduzindo impactos ambientais e promovendo alternativas sustentáveis
Pesquisadores da Universidade Tecnológica de Nanyang (NTU), em Cingapura, desenvolveram um novo método para converter lodo de esgoto em hidrogênio verde e proteína unicelular para ração animal. O processo utiliza energia solar e pode reduzir significativamente as emissões de carbono e o consumo de energia em relação aos métodos tradicionais.
O lodo de esgoto é um subproduto das estações de tratamento de água. Segundo a ONU, a produção desse resíduo crescerá com o aumento da população urbana, que deve somar mais 2,5 bilhões de pessoas até 2050.
Atualmente, mais de 100 milhões de toneladas de lodo são geradas por ano e sua destinação é um desafio. A maioria é incinerada ou despejada em aterros, processos caros e poluentes.
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Tratamento de lodo de esgoto: Um processo inovador
O método desenvolvido na NTU segue três etapas principais:
- Separacão mecânica e remoção de metais pesados: O lodo é fragmentado e submetido a tratamentos químicos para eliminar substâncias tóxicas.
- Tratamento eletroquímico solar: Eletrodos especializados convertem materiais orgânicos em ácido acético e gás hidrogênio, ambos com aplicações industriais e energéticas.
- Fermentação biológica: Bactérias fotodependentes transformam os nutrientes restantes em proteína unicelular, adequada para a alimentação animal.
Esse processo maximiza o aproveitamento dos componentes do lodo, convertendo resíduos em produtos de alto valor econômico.
Resultados superiores aos métodos tradicionais de tratamento de esgoto
Nos testes de laboratório, o novo método demonstrou eficiência maior que as técnicas convencionais, como a digestão anaeróbica. Os principais resultados incluem:
- Recuperação de 91,4% do carbono orgânico presente no lodo de esgoto.
- Conversão de 63% do carbono em proteína unicelular, adequada para ração animal.
- Geração de até 13 litros de hidrogênio por hora utilizando energia solar.
- Redução de 99,5% nas emissões de carbono em comparação aos métodos tradicionais.
- Redução de 99,3% no consumo de energia, aumentando a viabilidade econômica.
- Eliminação total de metais pesados, evitando risco de contaminação ambiental.
Esses avanços mostram que a tecnologia pode tornar o tratamento de lodo mais eficiente e sustentável.
Desafios e possibilidades de escalabilidade
Apesar dos resultados positivos, os pesquisadores apontam desafios para a adoção da tecnologia de tratamento de lodo de esgoto em larga escala. Um dos principais entraves é o custo dos processos eletroquímicos, que exigem materiais avançados e infraestrutura específica.
Além disso, a integração do sistema em estações de tratamento de água requer investimentos e adaptações tecnológicas.
A implementação bem-sucedida desse processo pode transformar a gestão de resíduos urbanos e industriais. Ao eliminar a necessidade de incineração ou aterros sanitários, a tecnologia reduz impactos ambientais e abre caminho para uma economia circular, onde resíduos se tornam recursos valiosos.
Com mais pesquisas e apoio do setor industrial, essa solução poderá ser incorporada a sistemas de saneamento em diversas partes do mundo. A possibilidade de gerar energia limpa e alimentos a partir de resíduos representa um avanço rumo à sustentabilidade.
Com informações de Ecoinventos.