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Cientistas descobrem células sanguíneas em fóssil de dinossauro com 70 milhões de anos com potencial para revolucionar tratamento do câncer humano

Escrito por Jefferson S
Publicado em 31/05/2025 às 14:34
Ilustração científica de fóssil de dinossauro com glóbulos vermelhos preservados ampliados, sugerindo ligação com estudos modernos sobre câncer
Descoberta rara: estruturas semelhantes a células sanguíneas encontradas em fóssil de dinossauro podem mudar o rumo das pesquisas sobre câncer.

Pesquisadores britânicos identificaram estruturas semelhantes a células sanguíneas preservadas em um fóssil de dinossauro com cerca de 70 milhões de anos. O achado, realizado por equipes da Anglia Ruskin University (ARU) e do Imperial College London, publicado pela The Independent, sugere novas possibilidades no entendimento do câncer, podendo transformar o desenvolvimento de tratamentos futuros para seres humanos.

Uma descoberta surpreendente e uma investigação inédita

O estudo, publicado recentemente na revista Biology, revelou que o fóssil analisado pertenceu a um Telmatosaurus transsylvanicus, espécie herbívora que habitou a atual Romênia há cerca de 66 a 70 milhões de anos. Os cientistas ficaram especialmente interessados ao identificar estruturas semelhantes a glóbulos vermelhos preservadas no fóssil, abrindo caminho para investigações mais profundas.

A pesquisa começou após a descoberta inicial, em 2016, de um tumor benigno conhecido como ameloblastoma na mandíbula do dinossauro. Esse tipo de tumor também ocorre em humanos, o que aumentou o interesse dos cientistas em investigar possíveis paralelos e compreender melhor a formação dessas condições no ado distante.

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A equipe, liderada pelo professor Justin Stebbing e pela doutora Biancastella Cereser, viajou até a Romênia para obter amostras do fóssil. Com técnicas sofisticadas de microscopia eletrônica, eles identificaram claramente estruturas celulares semelhantes aos glóbulos vermelhos modernos, um resultado inesperado e altamente significativo para estudos biomédicos.

Essas células preservadas indicam que tecidos moles, considerados extremamente frágeis, podem sobreviver por períodos de tempo muito mais longos do que se acreditava anteriormente. Isso representa uma mudança de paradigma em como fósseis podem ser usados para estudar doenças antigas, especialmente tumores.

Os pesquisadores enfatizaram que, embora o DNA não possa ser recuperado desses fósseis devido à degradação ao longo do tempo, proteínas e outras estruturas moleculares podem ser estudadas detalhadamente. Essa abordagem oferece uma visão única sobre a evolução das doenças, incluindo o câncer, e a influência de fatores ambientais.

A inovação dessa descoberta reside na possibilidade inédita de investigar diretamente a composição molecular de tumores pré-históricos, algo impensável até então. Este avanço abre portas para entender como o câncer evoluiu e se manifestou em diferentes períodos geológicos, potencialmente auxiliando em tratamentos modernos.

Como o câncer pode ser estudado em fósseis antigos

O tumor presente no Telmatosaurus foi analisado com microscopia eletrônica de varredura (SEM), revelando formas muito semelhantes aos glóbulos vermelhos atuais. Essa técnica permitiu uma análise sem precedentes de células e tecidos de um organismo tão antigo, sugerindo um grande potencial para estudos semelhantes em outros fósseis.

Professor Stebbing destacou que o estudo de fósseis anteriormente se restringia a partes duras como ossos e conchas. Agora, porém, é possível também analisar tecidos moles preservados, oferecendo uma janela para o ado biológico que pode esclarecer como doenças humanas atuais surgiram e evoluíram.

O foco em estruturas moleculares como proteínas pode trazer informações críticas sobre como diferentes fatores ambientais influenciaram o surgimento e o desenvolvimento do câncer ao longo da história evolutiva. Entender isso melhor poderá levar a tratamentos personalizados mais eficazes.

Os cientistas envolvidos também destacam que essa abordagem não busca reviver organismos extintos, mas entender profundamente os processos biológicos básicos que governam a vida e as doenças, especialmente o câncer, que continua a ser um dos maiores desafios médicos da humanidade.

O potencial dessa pesquisa se estende para além do câncer, podendo oferecer insights sobre outras doenças modernas. A possibilidade de comparar tumores pré-históricos com tumores humanos atuais é particularmente empolgante, proporcionando uma compreensão muito mais ampla sobre o comportamento dessas doenças.

O estudo comprova que as fronteiras tradicionais da paleontologia estão sendo expandidas, integrando áreas como oncologia e biologia molecular, criando um campo de pesquisa inovador e altamente interdisciplinar.

Próximos os e futuro das pesquisas sobre câncer e fósseis

Os cientistas planejam expandir seus estudos para outros fósseis que possam conter tecidos preservados, aprofundando ainda mais a compreensão do câncer ao longo do tempo. Isso ajudará a estabelecer modelos evolutivos robustos que expliquem como e por que determinados tumores se desenvolveram.

Outro objetivo central será determinar quais proteínas e moléculas específicas podem ser isoladas desses fósseis, fornecendo dados comparativos valiosos com amostras contemporâneas. Isso permitirá uma abordagem mais precisa e eficiente na busca por novos tratamentos e medicamentos contra o câncer.

O resultado prático dessa pesquisa pode revolucionar como doenças são tratadas, com tratamentos baseados em um entendimento evolutivo mais sólido dos mecanismos cancerígenos. Dessa forma, pacientes poderão se beneficiar de terapias mais direcionadas e eficazes.

Colaborações internacionais também serão fortalecidas, integrando paleontólogos, oncologistas e biólogos moleculares em projetos conjuntos, garantindo uma visão holística e abrangente sobre o câncer.

Finalmente, pesquisadores enfatizam que essa descoberta deve motivar mais investimentos em pesquisas interdisciplinares que, até recentemente, seriam consideradas improváveis, mas que hoje representam uma nova fronteira na medicina evolutiva.

Ao revelar o potencial inesperado dos fósseis na luta contra o câncer, este estudo promete redefinir a maneira como doenças antigas são compreendidas, abrindo possibilidades inéditas para a saúde humana no presente e no futuro.

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Jefferson S

Profissional com experiência militar no Exército, Inteligência Setorial e Gestão do Conhecimento no Sebrae-RJ e no Mercado Financeiro por meio de um escritório da XP Investimentos. Trago um olhar único sobre a indústria energética, conectando inovação, defesa e geopolítica. Transformo cenários complexos em conteúdo relevante sobre o futuro do setor de petróleo, gás e energia. Envie uma sugestão de pauta para: [email protected]

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