Descoberta de ovos fossilizados de dinossauros em Utah revela detalhes sobre um ecossistema perdido, ajudando cientistas a reconstruir a história da era dos dinossauros
Uma nova descoberta na Formação Cedar Mountain, em Utah, trouxe evidências inesperadas sobre a biodiversidade do período Cretáceo na América do Norte.
Pesquisadores encontraram ovos fossilizados que indicam a presença de várias espécies de dinossauros e até mesmo de um antigo parente dos crocodilos, antes registrado somente na Europa.
Tesouro fóssil escondido
Durante décadas, cientistas acreditavam que o Membro Mussentuchit da Formação Cedar Mountain continha somente um tipo de ovo de dinossauro.
-
Via Láctea pode escapar de colisão fatal com Andrômeda, revela nova simulação da NASA
-
WhatsApp clonado? Descubra os sinais e proteja sua conta agora
-
Astrônomos descobrem planeta próximo com sinais de água e chance de abrigar vida
-
Cientistas se inspiram na natureza e criam “supermaterial” forte como aço e leve como pena
Essa visão mudou quando uma equipe internacional escavou mais de 4.000 fragmentos de cascas de ovos fósseis em 20 locais diferentes. A análise revelou uma diversidade maior do que se imaginava para a região há cerca de 100 milhões de anos.
Utilizando microscopia eletrônica de varredura e outras técnicas de análise, os pesquisadores identificaram pelo menos seis espécies distintas de ovos fósseis, conhecidas como ootaxa. Isso sugere que múltiplos tipos de dinossauros coexistiram na área durante o Cretáceo.
Diversidade de dinossauros
Entre os ovos descobertos, muitos pertenciam à família Elongatoolithidae, associada aos oviraptorossauros. Esses dinossauros tinham penas e eram semelhantes a aves. Outro grupo identificado foi o Spheroolithus, ligado aos ornitópodes, dinossauros herbívoros bípedes.
A descoberta mais surpreendente foi a do Mycomorphoolithus kohringi. Até então, esse tipo de ovo só havia sido encontrado na Europa. Sua presença na América do Norte indica que crocodilomorfos, antigos parentes dos crocodilos, viviam nessa região durante o Cretáceo.
O que isso muda na ciência dos dinossauros
Essas descobertas desafiam hipóteses anteriores sobre os ecossistemas da época. Segundo o Dr. Josh Hedge, professor visitante de Biologia no Lake Forest College, os cientistas tendiam a pensar que somente uma espécie de dinossauro ocupava cada nicho ecológico. No entanto, os novos fósseis sugerem que várias espécies do mesmo grupo podiam coexistir.
A presença de ovos de diferentes tamanhos e características indica que pelo menos dois ou três tipos de oviraptorossauros viviam na mesma área e colocavam ovos quase ao mesmo tempo. Isso reforça a ideia de que os ecossistemas do Cretáceo eram mais dinâmicos do que se pensava.
A descoberta do ovo de crocodilomorfo europeu em Utah levanta questões sobre como essas espécies se espalharam pelo planeta. Esse achado pode indicar conexões entre os continentes e padrões de migração que ainda não foram completamente compreendidos.
Um ecossistema mais complexo
Os ovos fósseis também ajudam a reconstruir o ambiente do Cretáceo. A variedade de cascas encontradas sugere que diferentes espécies compartilhavam áreas de nidificação.
Isso aponta para um ecossistema rico, onde dinossauros e outros répteis competiam por recursos e interagiam de maneiras ainda desconhecidas.
Com cada nova descoberta, os cientistas montam um retrato mais detalhado do ado. A formação de Cedar Mountain não somente guarda fósseis, mas também revela um mundo onde a diversidade era maior do que se imaginava, expandindo o conhecimento sobre os dinossauros e sua história evolutiva.
Com informações de Daily Galaxy.