Pesquisadores da UFPA testam cinzas da casca de murumuru como aditivo sustentável para concreto, oferecendo soluções ecológicas e estruturais
O murumuru, um fruto típico da Amazônia, está prestes a descobrir um novo destino que vai além da indústria de cosméticos, de acordo com o site tempo. Conhecido por suas propriedades hidratantes, este fruto é amplamente utilizado na fabricação de sabonetes, cremes e xampus. No entanto, pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA) estão explorando o potencial do murumuru na construção civil, especificamente no uso das cinzas da casca do fruto como um aditivo ao concreto. Essa inovação pode não apenas melhorar as propriedades do concreto, mas também oferecer uma solução ambiental significativa.
O impacto ambiental do cimento
O cimento é um dos materiais mais utilizados no planeta, ocupando o segundo lugar em consumo, logo atrás da água. A produção de cimento, contudo, é responsável por uma quantidade alarmante de emissões de dióxido de carbono (CO₂), contribuindo significativamente para o aquecimento global e outros problemas ambientais. De acordo com estudos, a indústria de cimento é responsável por cerca de 8% das emissões globais de CO₂. Portanto, a busca por alternativas sustentáveis é crucial.
O engenheiro civil Milleno Ramos de Souza, orientado pelo professor Marcelo Rassy Teixeira e coorientado pela professora Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro, conduziu a pesquisa com o objetivo de encontrar maneiras de reduzir o impacto ambiental da produção de cimento. Você sabia que pequenas mudanças no processo de construção podem resultar em grandes benefícios para o meio ambiente?
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A pesquisa inovadora
A dissertação, intitulada “Estudo da potencialidade da cinza da casca do murumuru, um resíduo agroindustrial amazônico como filler ao concreto estrutural“, foi defendida em 2022 no Programa de Pós-Graduação em Infraestrutura e Desenvolvimento Energético (PPGINDE) da UFPA, no campus de Tucuruí. A escolha das cinzas da casca do murumuru como aditivo se deve ao seu descarte abundante e à falta de aproveitamento na indústria.
O processo de pesquisa começou com a coleta das cascas em uma cooperativa, onde o murumuru é processado. Após a pré-trituração, o material foi queimado a 200ºC e peneirado para obter um pó fino, conhecido como “filler”, utilizado em concretos e argamassas. Diversos testes físicos e químicos foram realizados para avaliar as propriedades do novo composto e seu comportamento no concreto.
Benefícios do uso de cinzas de murumuru
Os resultados da pesquisa foram bastante promissores. A adição de 6% das cinzas de murumuru ao cimento resultou em um concreto mais leve, com maior resistência à compressão e tração, melhor módulo de elasticidade e menor absorção de água. Esses benefícios são atribuídos ao chamado “efeito filler”, que melhora a compactação e o desempenho do concreto. Imagine como isso poderia transformar a construção de edifícios, pontes e outras estruturas!
Além das vantagens estruturais, essa pesquisa oferece uma solução ambiental dupla: reduz as emissões de CO₂ da indústria de cimento e dá um destino útil aos resíduos do murumuru, que frequentemente são queimados a céu aberto ou descartados em aterros sanitários. Essa abordagem não apenas beneficia os processos de construção, mas também promove a sustentabilidade e a economia circular.
O futuro da construção sustentável
A pesquisa sobre o uso das cinzas de murumuru como aditivo ao concreto é um exemplo claro de como a Amazônia pode contribuir para soluções inovadoras e sustentáveis no setor da construção. O estudo destaca a importância de aproveitar os recursos locais de forma inteligente e criativa. Milleno Ramos de Souza afirma: “Este é um estudo bastante valoroso para o avanço da ciência e da sustentabilidade. A construção civil pode se beneficiar muito de pesquisas que buscam novas aplicações para resíduos regionais, como os da Amazônia.”
Além do potencial ecológico, a utilização de resíduos como o murumuru pode gerar novas oportunidades econômicas para as comunidades locais, promovendo a geração de emprego e a valorização de produtos regionais. Você acredita que o uso de resíduos na construção civil pode gerar um impacto positivo na economia local? Quais outras soluções sustentáveis você gostaria de ver sendo implementadas na construção?
Implicações para o setor da construção
Com o crescimento da demanda por práticas de construção sustentável, é vital que a indústria busque inovações que minimizem o impacto ambiental. A pesquisa sobre o murumuru é um o significativo nessa direção, mostrando que é possível alavancar recursos naturais em harmonia com o meio ambiente. À medida que mais estudos como este surgem, a construção civil pode se tornar um setor pioneiro na adoção de práticas sustentáveis.
Você gostaria de saber mais sobre o potencial de outros resíduos da Amazônia na construção civil? Ou tem alguma dúvida sobre como esse tipo de inovação pode ser implementado em larga escala? Compartilhe suas opiniões e reflexões nos comentários!