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Símbolo máximo da eleição do novo Papa, a fumaça colorida da Capela Sistina usa fórmulas químicas reveladas apenas em 2013
É impossível esquecer a imagem: milhares de olhos voltados para a chaminé da Capela Sistina, corações acelerados, celulares em punho. De repente, uma nuvem branca sobe aos céus do Vaticano, e o mundo inteiro sabe: um novo Papa foi escolhido. Mas o que parece mágico e quase divino tem, na verdade, uma boa dose de ciência por trás.
O segredo por trás da fumaça novo Papa, que intrigou fiéis por décadas, foi finalmente revelado pelo Vaticano em 2013, pondo fim a um dos mistérios mais simbólicos da Igreja Católica. Essa fumaça é muito mais do que um sinal visual: é um ritual de transição que conecta o antigo ao novo, que sela o fim de um conclave e dá início a um novo papado.
Entre os telhados do Vaticano e os olhos atentos na Praça de São Pedro, está uma engenharia precisa, fruto de fórmulas químicas, processos pirotécnicos e tecnologia acoplada à tradição. Mas afinal, como a fumaça novo Papa ganha sua cor e seu significado?
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A tradição da fumaça e a espera pelo novo Papa
A tradição da fumaça surgiu como forma de comunicar ao público, de forma rápida e direta, o resultado de cada votação durante o conclave. Quando não há acordo entre os cardeais para eleger o novo Papa, a fumaça que sai pela chaminé da Capela Sistina é preta. Já quando o sucessor de São Pedro é finalmente escolhido, a fumaça é branca, sinalizando ao mundo que um novo líder espiritual assumirá o trono de Pedro.
Esse sistema visual permite que até quem não compreenda latim ou não esteja dentro da capela compreenda o resultado da votação. O conclave, por definição, é secreto, e a fumaça se torna uma forma simbólica e universal de romper esse silêncio no momento certo. É como se o Vaticano, por meio da fumaça, abrisse uma janela entre o céu e a Terra.
Fumaça novo Papa: o que tem por trás das cores?
Por muito tempo, a origem das cores da fumaça foi mantida sob sigilo. Tradicionalmente, a fumaça preta era produzida com a queima das cédulas misturadas a palha úmida, o que nem sempre gerava o efeito desejado. A fumaça branca, por sua vez, era mais difícil de conseguir de forma precisa e duradoura. Isso levou a episódios de confusão, como o que ocorreu em 1958, quando o público interpretou erroneamente a fumaça e pensou que um novo Papa havia sido escolhido, quando na verdade ainda não havia consenso.
Foi só em 2005, no conclave que elegeu Bento XVI, que o Vaticano começou a utilizar cartuchos químicos, incluindo um especificamente marcado como “fumo bianco”, capaz de gerar fumaça branca por até seis minutos e meio. Mesmo assim, ainda houve dúvidas na época, o que levou o Vaticano a estabelecer que, nas próximas eleições, o toque dos sinos da Basílica de São Pedro acompanharia a fumaça para confirmar oficialmente a escolha.
O segredo revelado em 2013
Durante o conclave de 2013, que resultou na eleição do Papa Francisco, o Vaticano decidiu revelar oficialmente o segredo das fórmulas utilizadas. A fumaça branca é produzida pela combinação de clorato de potássio, açúcar de leite e breu de pinho, todos elementos que ajudam a gerar uma combustão clara e limpa. Já a fumaça preta é resultado de perclorato de potássio, antraceno (derivado do alcatrão de carvão) e enxofre, criando uma fumaça escura e densa, ideal para sinalizar uma votação malsucedida.
Esses compostos são inflamados eletricamente em um fogão especial, introduzido pela primeira vez no conclave de 2005. Ele funciona ao lado de um fogão mais antigo, no qual as cédulas propriamente ditas são queimadas. Ambas as fumaças se misturam e seguem por um longo tubo de cobre até a chaminé no teto da Capela Sistina.
A química por trás da fumaça novo Papa
Cada componente da fumaça novo Papa tem uma função específica. O clorato de potássio e o perclorato de potássio são agentes oxidantes usados para promover a queima. O açúcar de leite serve como combustível de fácil ignição, enquanto o breu de pinho ajuda a sustentar a fumaça branca. Já o antraceno e o enxofre são usados para produzir uma fumaça escura e espessa, criando o efeito de fumaça preta com nitidez.
Um fio de resistência é usado para pré-aquecer a chaminé, garantindo que o sistema funcione corretamente e que a fumaça suba de forma eficiente. Há ainda um ventilador reserva para evitar que qualquer resquício de fumaça invada o interior da capela, preservando o ambiente e mantendo a simbologia apenas visível para o público externo.
Fumaça, sinos e a confirmação oficial
Apesar de toda a tecnologia envolvida, confusões com a cor da fumaça ainda podem ocorrer, especialmente em dias de vento ou má visibilidade. Para evitar qualquer interpretação equivocada, o Vaticano oficializou a tradição de tocar os sinos da Basílica de São Pedro sempre que um novo Papa for escolhido. O som poderoso dos sinos, combinado com a fumaça novo Papa de cor branca, elimina dúvidas e marca o início de uma nova era para os católicos do mundo todo.
Assim, o que antes era apenas uma fumaça carregada de mistério, hoje é o resultado de um equilíbrio preciso entre fé, ciência e tradição, um ritual que, com todas as suas camadas, continua a fascinar o mundo.
Fonte: O globo
