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Tempo de leitura 4 min de leitura Comentários 112 comentários

Construção Civil no Brasil pode sofrer apagão por um motivo simples: está mais caro contratar trabalhadores

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 16/12/2024 às 18:14
Escassez de mão de obra qualificada na construção civil eleva custos e atrasa obras, ameaçando o setor no Brasil.
Escassez de mão de obra qualificada na construção civil eleva custos e atrasa obras, ameaçando o setor no Brasil.

Construção civil enfrenta uma crise que pode abalar sua base: a falta de trabalhadores qualificados. Com custos crescentes, envelhecimento da força de trabalho e dificuldades para atrair jovens, o setor pode enfrentar um apagão.

O Brasil pode estar caminhando para uma crise silenciosa, mas devastadora: a escassez de trabalhadores qualificados na construção civil.

Apesar de ser um dos pilares da economia nacional, o setor enfrenta uma dificuldade crescente para contratar profissionais capacitados, o que ameaça a continuidade de obras importantes e o crescimento do mercado imobiliário.

No último levantamento do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi), feito pelo IBGE, constatou-se um aumento de 69% no custo da mão de obra nos últimos dez anos.

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Este cenário reflete uma ameaça que já é sentida por empresários do ramo: 90% deles relatam dificuldade em encontrar trabalhadores, conforme pesquisa da Grua Insights.

A falta de pedreiros lidera as queixas, seguida por serventes e carpinteiros.

O impacto no setor

Essa crise de mão de obra não é apenas um dado frio em um relatório. Segundo o mesmo estudo, 70% das empresas precisaram adiar a entrega de obras nos últimos seis meses devido à dificuldade de contratar.

Isso gera um efeito cascata que afeta o planejamento de investimentos, como o estimado R$ 1,3 trilhão que poderia ser injetado no setor até 2029, conforme estimativas da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

Renato Correia, presidente da CBIC, destacou durante um evento em Minas Gerais que o problema afeta todo o setor, que emprega cerca de 2,8 milhões de pessoas, segundo o IBGE.

Para ele, uma das soluções seria atrair jovens e trabalhadores informais para a construção civil, que oferece um dos melhores salários de entrada no mercado nacional, perdendo apenas para o funcionalismo público e as áreas de tecnologia.

Jovens não se interessam pela construção civil

Outro ponto levantado é a dificuldade em atrair jovens, cujo perfil tem mudado nos últimos anos.

Hoje, a idade média dos trabalhadores no setor é de 41 anos, segundo a pesquisa da Grua Insights.

Correia acredita que, para conquistar esse público, será necessário modernizar ainda mais o setor, com tecnologias que atraiam os jovens para um mercado cada vez mais industrializado e digital.

“Hoje, o jovem prefere trabalhar na internet, virar influenciador ou buscar profissões que exijam menos esforço físico.

Mas a construção civil está se transformando rapidamente e tem muito potencial para atrair novos talentos”, explicou o presidente da CBIC.

Obras mais caras, imóveis mais caros

Além da escassez de mão de obra, os custos crescentes impactam diretamente o mercado imobiliário.

Em novembro de 2024, o custo do metro quadrado no Brasil alcançou R$ 1.786,82, de acordo com o IBGE.

Em Minas Gerais, o valor médio foi de R$ 1.684,62, mas a alta acumulada nos últimos 12 meses no estado superou a média nacional.

Felipe Boaventura, vice-presidente de Relações Trabalhistas do Sinduscon-MG, destacou que a falta de profissionais aumenta os custos das obras, seja por salários mais altos ou pelo prolongamento do cronograma.

Ele alertou que isso pode esfriar o mercado imobiliário, já que o público de média e baixa renda, que compõe a maior parte dos consumidores, tem baixa tolerância a variações de preço.

“A venda de imóveis em Belo Horizonte subiu 60% no terceiro trimestre de 2024, mas um aumento de custos pode provocar uma retração significativa no futuro”, alertou Boaventura.

Envelhecimento dos trabalhadores agrava o problema

Luiz Henrique Bombinho, empresário da construção em Belo Horizonte, reforçou que os trabalhadores do setor estão envelhecendo e que os mais jovens têm procurado alternativas fora da construção, como os aplicativos de transporte.

Para ele, o setor precisa agir rápido para evitar um apagão no futuro próximo.

“Os profissionais mais experientes estão ficando mais lentos e muitos já estão perto de se aposentar.

Se o setor não atrair novos trabalhadores, teremos um problema ainda maior nos próximos anos”, projetou Bombinho.

Como superar o apagão?

A modernização, aliada à oferta de melhores condições de trabalho e oportunidades de qualificação, é vista como o principal caminho para evitar que o setor entre em colapso.

Renato Correia acredita que investir em tecnologias e na digitalização dos processos pode transformar o setor em algo mais atraente e competitivo para os jovens.

Diante de tantas adversidades, será que a construção civil brasileira conseguirá se reinventar a tempo de evitar um colapso no futuro?

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Eliã Ferreira Avelar
Eliã Ferreira Avelar
16/12/2024 19:48

O problema é que esses trogloditas de Brasília não investem em escolas profissionalizantes no Brasil inteiro, os animais só pensam em roubar e no umbigo. Bando de mentecaptos.

Paulo Fernando
Paulo Fernando
Em resposta a  Eliã Ferreira Avelar
16/12/2024 20:27

Está enganado porque eu entrei na escola técnica o IF aos 44 anos terminei o estudo e me aposentei com 66 anos com um salário de mais de 10 mil reais e não encontrei um jovem que quisesse ocupar meu lugar porque eles não querem sair da vida boa com o papai e a mamãe

Carlos
Carlos
Em resposta a  Paulo Fernando
17/12/2024 06:52

Mais se vc se lascou e deu a vida boa pra os jovens então estamos lascados meu amigo kkkk porque o pensamento dos pais de antes que ferrou os jovens de hoje e do futuro pois eles sempre dizia que era prós jovens estudar pra não fazer o que os pais fazia que era pra se formar doutor ou algo melhor aí deu nisso e a culpa meu amigo é simplesmente dos próprios pais e não do STF ou governo.

Tavares
Tavares
Em resposta a  Paulo Fernando
17/12/2024 20:33

Onde encontra uma aposentadoria de mais que 10.000 ?
Vc deve ter trabalhado numa empresa do governo

Juvenal
Juvenal
Em resposta a  Tavares
17/12/2024 22:03

Com certeza pro exército lá que tem altos salário e pouco serviço

Wanhales
Wanhales
Em resposta a  Tavares
20/12/2024 16:23

Tbm queria saber no mais esse cara nem sabe o que é tijolo kkkk eu sou pedreiro e mestre de obra trabalho a 23 anos no ramo e hj com 40 anos nao me arrependo de me ter formado um profissional da construção civil , pelo contrário to muito orgulhoso eu já formei mais de 9 pedreiros e azulegistas , na verdade o governo investiu muito na educação mas esqueceu que as profissões de pobres antigamente onde ngm dava valor hj sao melhores que as de pessoas que vivem estudando , eu por minha vez acho é bom na falta de profissionais pois só assim o povo aprende a dar valor .

Alípio Novais
Alípio Novais
Em resposta a  Paulo Fernando
18/12/2024 15:47

Com certeza absoluta q a aposentadoria pelo INSS, não foi!
Pq o teto é de 7.784,00.
E para atingir esse teto, vc teria q ter ado, no mínimo, toda a sua vida, recebendo sempre + do q 6 salários mínimos! Ou seja, pelo INSS, a chance é 1 em 100mil!
Agora, pela Previdência Privada, a conversa é outra!

Eliaquim Nunes de oliveira
Eliaquim Nunes de oliveira
Em resposta a  Eliã Ferreira Avelar
16/12/2024 22:06

Aí é tá o pobrema valorização proficional o que voceis chama-o de pedreiros eu o chamo artistas arquitetos uma faxineira não trabalha por menos de 180 uma diária aí eses inscritas querem pagar uma diária de 180 pra um pedreiro artista
Eu trabalho no ramo da construção civil e a mais de 41 anos e por menos de 350 eu não saio do barraco não sou mais troca deses malacos

Fernando Venancio
Fernando Venancio
Em resposta a  Eliaquim Nunes de oliveira
17/12/2024 09:45

Tenho.um.amigo no Rio quevestavdesempregafo. Dai exlporam.eje oara descatregar caçamba querendo pagar 80 reais. Ele foi e demorou 3 dias. Dsi falei.oraveke NÃO ACEITAR que isso e trabalho escravo. Sem pagarem.transporte ou comida. EXPLORAÇÃO. ISSO DEPRIME O SUJEITO.

Cindy
Cindy
Em resposta a  Eliaquim Nunes de oliveira
18/12/2024 01:47

Mas o salário de pedreiro sempre foi igual ao de uma faxineira. A média brasileira ganha 2.500. O pedreiro ganhando 4.000 está ruim? E aqueles q fizeram faculdade e estão ganhando isso também. Estão todos com salário defasado. Sem contar q quanto mais ganha, mais desconto de IRPF terá.

Wanhales
Wanhales
Em resposta a  Cindy
20/12/2024 16:29

Nesse caso a culpa é do governo **** que as pessoas votam e ainda mais pior lá dentro da câmara tudo **** o povo culpa presidentes mas os **** estão vestidos de colarinho branco e capa preta

Sinésio Medeiros
Sinésio Medeiros
Em resposta a  Eliaquim Nunes de oliveira
18/12/2024 07:30

41 anos com esse valor de diária e morando num barraco ?? ..

Wanhales
Wanhales
Em resposta a  Eliaquim Nunes de oliveira
20/12/2024 16:27

Falou e disse , eu sou azulegista do DF, e da minha casa por menos de 300 eu não saio , prefiro ficar em casa bebendo cerveja e fumando cigarro sem contar que no fim de semana compro aquela carne de primeira pra assar , de casa eu não saio por menos de 300 mas nem a **** , mas mesmo assim não me falta clientes e tem mais eu não trabalho por diária na verdade um dia meu no porcelanato não sai menos de 650 por dia não essa é a meta da minha diária , vc está coberto de razão

Edison
Edison
Em resposta a  Wanhales
21/12/2024 11:07

Tá bom tudo bem mais quantos metros quadrados vc acenta em um dia hoje em dia tá cheio de meia boca fala que é azulejista e não sabe o que é um alinhamento e nivelamento de um piso e esquadro

Adelino Souza Lopes
Adelino Souza Lopes
Em resposta a  Eliã Ferreira Avelar
17/12/2024 19:33

Meu amigo eu trabalho em construção civil, a 44 anos, o salário da construção civil não dar pra nada . As empresas pagam um salário de fome, quando vc trabalha com gato, ganha um pouco a mais, mais quando sai não tem nada pra receber, por isso ninguém quer trabalhar na construção civil

Cindy
Cindy
Em resposta a  Adelino Souza Lopes
18/12/2024 01:50

Quem trabalha por conta própria está tirando , no mínimo, 10.000 por mês. Se for dos bons. Isso é mata fome?

Mauro Rocha
Mauro Rocha
Em resposta a  Cindy
23/12/2024 17:11

Mas a matéria se refere ao setor privado. CLT recebendo miséria.

Joel de carvalho dos Santos
Joel de carvalho dos Santos
Em resposta a  Eliã Ferreira Avelar
18/12/2024 08:39

Faltou tudo esses políticos são o câncer do Brasil

Silas Moura
Silas Moura
Em resposta a  Joel de carvalho dos Santos
18/12/2024 14:48

Construção civil nunca pagou bem, e sempre foi desprezada…o que está acontecendo é que o trabalhador está buscando outras opções…. antigamente o nordestino bonha para SP e trabalhava neste ramos por pouco…
Isso já não acontece mais…setor defasado…quem vai trabalhar duro de baixo do sol para ganhar pouco? Os jovens de hoje? Kkkkk fala sério

Adermon
Adermon
Em resposta a  Eliã Ferreira Avelar
20/12/2024 20:56

Parabéns, pelo comentário: “OS POLÍTICOS BRASILEIROS NÃO VALEM O EXCREMENTO DO **** QUE PRIMEIRO SERÁ TORTURADO A ROER AS FRIAS CARNES DO ÂNUS DE VOCÊS.

Os três poderes formam uma organização criminosa, um NARCOESTADO.

Carlos
Carlos
16/12/2024 20:18

O ramo de TI as empresas investiram em cursos, até remunerados, para seus colaboradores. Pergunto. O que as construtoras fizeram todos esses anos para seus colaboradores, nada simplesmente exploraram e engordaram as contas bancárias, agora estão querendo fazer milagres. A conta veio, o povo cansou de ser explorado. Como diz a música “tá vendo aquele prédio moço, eu ajudei a rebocar, e hoje lá eu não posso entrar”

David
David
Em resposta a  Carlos
17/12/2024 12:24

Concordo com vc , não e modernizando nem fornecendo curso, mais q isso , forneça salário q ninguém tem , e vcs verão esse epis**** mudar, ninguém quer trabalhar por salário mínimo! Prefere vender balinha no semáforo, q a trabalhar debaixo do sol escaldante dessas construtoras!

Wanhales
Wanhales
Em resposta a  Carlos
20/12/2024 16:35

Isso eu posso dizer a vc pq os empresários pagam mal e exigem muito da gente que trabalha no ramo eu sou pedreiro azulegista e mestre de obra particular como eu disse em comentários anteriores eu não saio de minha casa pra ganhar menos de 300 reais por dia eu vim da época que as pessoas pagavam ajudantes a 8 reais o dia e eu sai da obra pq tudo o que eu fiz foi dar um serviço de qualidade pro cliente do patrão e ver o patrão rico e eu andando a pé, daí aprendi a pegar obra , pego dois pisos pra revestir e dps de terminar eu recebo e fico parado ou pego outra obra pra fazer e sabe pq , pq eu parei de ser **** kkkk

Dante
Dante
16/12/2024 20:28

Precisamos sair do modelo Casa Grande e Senzala, modernizar o país, investir em educação de base, profissionalizante na sequência, aumentar a produtividade do país; Governo Federal sair a frente, mobilizando a população, auferindo a qualidade dos gastos públicos, envolvendo o congresso nesse processo; Chega de populistas de esquerda, de direita, polarização; Há muito a fazer, sempre com respeito às instituições, Estado de Direito

Evandro
Evandro
Em resposta a  Dante
17/12/2024 18:44

Nossa, faz mais de cinquenta anos que eu ouço esse discurso e NADA mudou. Antigamente dava pra contratar mão de obra de baixa qualificação e pagar salário de fome. É por isso que o empresariado brasileiro tem tanta raiva de crescimento econômico.

Silva
Silva
Em resposta a  Dante
18/12/2024 13:01

Vc acordou de algum sonho? Kkkk

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, agens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: [email protected]. Não aceitamos currículos!

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