Governo sul-coreano oferece incentivo ao casamento na Coreia do Sul com foco em reduzir a crise de natalidade. Entenda porque jovens sul-coreanos estão ignorando os bônus para casar.
Programa de incentivo ao casamento: Com US$ 14 mil — cerca de R$ 80 mil, é possível quitar dívidas, investir em um pequeno negócio ou até tirar alguns meses para viajar pelo mundo. No entanto, esse valor não tem sido suficiente para convencer jovens da Coreia do Sul a se casarem e formarem famílias. O país, que enfrenta uma das piores crises de natalidade do planeta, tenta reverter esse cenário com políticas de incentivo financeiro, mas os resultados continuam frustrando o governo.
Entre as medidas mais recentes está o bônus para casar jovens na Coreia do Sul, oferecido como uma tentativa de estimular uniões e, com isso, aumentar a taxa de natalidade — que segue em queda livre há anos. Mesmo com valores considerados altos, o programa tem baixa adesão e escancara um problema mais profundo: os mudanças culturais, alta pressão profissional, custo de vida elevado e a relutância crescente em formar famílias tradicionais.
Neste artigo, explicamos como funciona o incentivo ao casamento na Coreia do Sul, por que o bônus não está funcionando e o que essa crise revela sobre o futuro demográfico do país
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Entenda o programa de incentivo ao casamento na Coreia do Sul
Em seu esforço para sair do buraco demográfico que está há alguns anos, o país não hesitou em abrir o bolso. Seu raciocínio é simples, caso a natalidade seja incentivada com dinheiro, o governo está disposto a oferecê-lo.
Nos últimos meses, as autoridades do país propam entregar cheques aos cidadãos, oferecer incentivos fiscais às famílias com filhos, expandir as licenças parentais e até garantir que novas mães tenham o a alimentos selecionados.
Outra das grandes apostas do país tem sido juntar os jovens sul-coreanos. E isso ou tanto por criar programas pensados para que os solteiros encontrem o amor como por facilitar as coisas no plano econômico, oferecendo dinheiro para que o custo de um jantar romântico não seja um obstáculo. Na Coreia do Sul, relacionamento e natalidade andam de mãos dadas. Tanto que menos de 5% dos bebês nascem fora do casamento.
Grande parte dos programas de bônus de casamento no país vem de órgãos regionais, o que faz com que o cenário varie de uma região para outra. Contudo, basta uma busca rápida na internet para encontrar notícias de cidades ou distritos que tentam impulsionar a natalidade com caros programas de emparelhamento.
Programa oferece R$ 80 mil para jovens sul-coreanos
Em Busan, uma das principais áreas metropolitanas da Coreia do Sul e que está sofrendo os efeitos da crise demográfica de forma intensa, o governo resolveu abençoar os novos casais com centenas de dólares.
Dessa forma, o dinheiro deixa de ser um obstáculo para ter um relacionamento. Em junho, o The Korea Herald informou que um dos distritos de Busan, Saha-gu, estava com planos de um projeto com aqueles nascidos em 1981 e 2001, aos quais oferecia R$ 2 mil apenas por “dar match” com alguém.
Ou seja, cada casal que saísse do evento de mãos dadas e com planos de se ver novamente teria R$ 4 mil para investir no romance. Esses R$ 2 mil por pessoa é apenas uma parte do programa.
A ideia era aumentar o apoio à medida que o relacionamento progredisse até chegar ao grande presente de casamento, cerca de R$ 80 mil aos casais que dissessem o sim. O distrito chegou até a se mostrar disposto a oferecer aos recém-casados um valor maior de entrada se decidissem comprar um imóvel ou ajudá-los com o aluguel.
Entenda porque o bônus para casar não funcionou
Segundo o The Wall Street Journal, nem mesmo o incentivo ao casamento na Coreia do Sul consegue fazer com que os jovens sul-coreanos se casem. Apesar da promessa de receber um bônus para casar de 14 mil dólares, o programa da região não teve muito sucesso. O TWSJ afirma que nenhum participante requisitou essa recompensa.
O jornal cita uma pesquisa recente que mostra que três quintos da população com emprego não veem nenhum problema em não se casar, um fator ao qual se somam outras questões econômicas, como as longas jornadas de trabalho, aumento do custo de vida e também dificuldade em criar filhos em uma sociedade marcada por altos níveis de exigência e competitividade.
Outro ponto são as dificuldades que as mulheres enfrentam para retornar ao mercado de trabalho após a maternidade. Na verdade, há programas de namoro que acabaram suspenso justamente por não conseguirem reunir um número de mulheres suficientes e interessadas. Outros jovens simplesmente deixam de se inscrever devido à burocracia pesada que acompanha esse tipo de iniciativa.