1. Início
  2. / Ciência e Tecnologia
  3. / Corrida espacial ganha novo capítulo: por que a construção de uma usina nuclear na Lua por China e Rússia pode abalar a liderança da NASA
Tempo de leitura 5 min de leitura Comentários 0 comentários

Corrida espacial ganha novo capítulo: por que a construção de uma usina nuclear na Lua por China e Rússia pode abalar a liderança da NASA

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 21/05/2025 às 15:20

A aliança entre China e Rússia para construir uma usina nuclear lunar revela uma nova fase da exploração espacial, levantando impactos geopolíticos e científicos que prometem transformar as estratégias e o futuro da corrida pela Lua.

A cooperação entre China e Rússia para a construção de uma usina nuclear na Lua até 2035 promete mudar o equilíbrio da corrida espacial internacional.

Segundo um memorando assinado recentemente entre a agência espacial russa Roscosmos e a istração Espacial Nacional da China (CNSA), o objetivo é fornecer energia para a Estação Internacional de Pesquisa Lunar (ILRS), uma base científica planejada para o satélite natural da Terra.

Este avanço pode colocar em xeque a hegemonia da NASA e seus aliados no programa Artemis, a iniciativa norte-americana que busca consolidar a presença humana sustentável na Lua.

Dia
ATÉ 90% OFF
💘 Dia dos Namorados Shopee: até 20% OFF com o cupom D4T3PFT! Só até 11/06!
Ícone de Episódios Comprar

A base lunar estratégica da ILRS

O projeto ILRS prevê a instalação de uma estação lunar a cerca de 100 quilômetros do polo sul da Lua, uma região de interesse estratégico para exploração espacial por apresentar condições propícias para instalações permanentes.

De acordo com a Roscosmos, a base operará com sistemas autônomos para pesquisas de longo prazo e também receberá missões tripuladas de curta duração, ampliando as possibilidades de experimentação científica e tecnológica fora da Terra.

Mais de uma dezena de países já manifestaram interesse na ILRS, incluindo nações emergentes como Paquistão, Venezuela e Senegal, além de outros parceiros tradicionais como Belarus e África do Sul.

Artemis e o desafio americano

Enquanto isso, o programa Artemis, liderado pela NASA com o apoio de 55 países e organizações como a Agência Espacial Europeia (ESA), planeja lançar sua estação espacial lunar orbital chamada Gateway a partir de 2027.

O Artemis busca criar uma infraestrutura para a presença humana continuada no satélite natural, com foco em exploração científica e testes para futuras missões a Marte.

Porém, o avanço da China e da Rússia em um projeto tão ambicioso como a ILRS tem gerado questionamentos sobre o futuro da liderança americana no espaço.

China e Rússia planejam usina nuclear na Lua, ameaçando a liderança da NASA na exploração lunar e mudando a dinâmica da corrida espacial global.
China e Rússia planejam usina nuclear na Lua, ameaçando a liderança da NASA na exploração lunar e mudando a dinâmica da corrida espacial global.

A energia nuclear como diferencial lunar

A construção da usina nuclear lunar é um componente crucial desse esforço sino-russo.

Segundo especialistas consultados, a energia fornecida pela usina será vital para ar as operações contínuas da ILRS, garantindo energia estável para os sistemas científicos, habitats e veículos espaciais.

A escolha da energia nuclear reflete a necessidade de fontes potentes e confiáveis, já que a energia solar apresenta limitações significativas durante as longas noites lunares, que podem durar até 14 dias terrestres.

Os recursos da Lua e seus potenciais

A Lua é muito mais do que um local para pesquisas científicas.

Conforme relatam geólogos espaciais, seu solo – conhecido como regolito – contém óxidos metálicos valiosos, terras raras essenciais para tecnologia moderna e depósitos potenciais de hélio-3, um isótopo considerado um combustível promissor para a energia de fusão nuclear limpa.

A exploração desses recursos pode representar um salto tecnológico e econômico sem precedentes para qualquer país que consiga dominá-los.

Ambições espaciais da China

A China, por sua vez, tem mostrado ambição crescente no setor espacial.

Desde 2013, o país asiático envia missões não tripuladas à Lua, avançando em pesquisas e mapeamentos detalhados do satélite, incluindo o lado oculto da Lua, região que nunca foi diretamente observada da Terra.

Em junho de 2024, a China se tornou o primeiro país a coletar amostras diretamente do lado escuro lunar, um feito histórico que a agência estatal Xinhua qualificou como “inédito na exploração lunar humana”.

Com o lançamento da missão Chang’e-8, prevista para 2028, o país pretende iniciar a montagem das primeiras estruturas da ILRS e dar os primeiros os para o pouso de astronautas chineses no solo lunar.

Esse movimento faz parte de uma estratégia ampla para que a China assuma uma posição de liderança na exploração espacial global, rivalizando diretamente com os Estados Unidos e seus parceiros.

YouTube Video

Projeto 555 e diplomacia espacial

Além disso, o Projeto 555 da China prevê convidar até 50 países, 500 instituições científicas e 5 mil pesquisadores para participarem das operações da ILRS, ampliando a cooperação internacional sob liderança chinesa.

Essa diplomacia espacial também reforça a ambição de Pequim em criar uma rede de alianças científicas e tecnológicas que fortaleçam sua posição no cenário espacial.

A nova geopolítica da corrida lunar

No contexto geopolítico, o avanço conjunto da China e da Rússia na Lua evidencia um momento delicado, marcado por rivalidades intensas e por um novo padrão de cooperação entre potências não ocidentais.

A NASA, embora mantenha sua iniciativa Artemis em alta, precisará lidar com esse cenário de competição ampliada, que traz à tona não apenas questões técnicas, mas também estratégicas e diplomáticas.

Com a exploração lunar entrando em uma nova fase, a energia nuclear como base para instalações permanentes pode ser o diferencial que decidirá quem dominará a Lua nas próximas décadas.

Você acredita que a aliança sino-russa mudará para sempre a dinâmica da corrida espacial, ou a NASA ainda tem cartas na manga para retomar a liderança lunar?

Inscreva-se
Entre com
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais antigos
Mais recente Mais votado
s
Visualizar todos comentários

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, agens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: [email protected]. Não aceitamos currículos!

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x