Em meio a um cenário global desafiador, o Banco Mundial surpreende ao elevar a projeção de crescimento do PIB brasileiro para 2,8% em 2024. No entanto, a instituição alerta para os riscos fiscais decorrentes do aumento dos gastos previdenciários e da dívida pública.
Em meio a um cenário econômico global repleto de desafios, o Brasil se destaca com projeções otimistas, mas com ressalvas importantes sobre sustentabilidade fiscal.
Segundo o relatório “Perspectivas Econômicas Globais” do Banco Mundial, divulgado em outubro de 2024, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro foi revisado para 2,8% em 2024, superando as expectativas anteriores de 2% feitas em junho do mesmo ano.
Contudo, os gastos previdenciários crescentes e o aumento da dívida pública continuam a ser pontos de atenção para o futuro.
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Banco Mundial ajusta projeções para o Brasil
O Banco Mundial destacou que o crescimento do PIB para 2024 reflete a recuperação de setores-chave e a estabilização da inflação. Para 2025, a previsão permanece em 2,2%, indicando uma desaceleração moderada, enquanto 2026 viu um ajuste positivo de 2% para 2,3%.
Esses números, embora animadores, estão acompanhados de avisos importantes: o aumento dos gastos previdenciários e a elevação da dívida pública podem limitar a capacidade de investimento do governo.
Desafios fiscais: uma questão estrutural
A sustentabilidade fiscal é uma preocupação central no relatório. Conforme apontado, os gastos previdenciários representam um dos maiores desafios para as contas públicas, exigindo atenção especial.
Além disso, o aumento na relação dívida/PIB, que chegou a 62,8% em 2024, reflete a necessidade de reformas que garantam maior eficiência no uso dos recursos públicos.
Inflação e política monetária
Outro fator relevante para o desempenho econômico foi o controle da inflação. A taxa inflacionária do Brasil fechou 2024 em 4,83%, dentro das expectativas do mercado, mas ainda acima da meta central do Banco Central, de 3%.
Para lidar com isso, a taxa Selic foi elevada para 12,25% ao ano, sinalizando o compromisso da autoridade monetária em conter as pressões inflacionárias.
América Latina: um panorama regional
No contexto latino-americano, as projeções do Banco Mundial para 2024 mostram um crescimento de 1,9% para a região, ligeiramente superior à previsão anterior de 1,8%.
Porém, desafios semelhantes ao Brasil, como altos níveis de dívida e baixos investimentos, também afetam outros países.
De acordo o portal Uol, a Argentina, por exemplo, mantém uma expectativa de crescimento de 5% para 2024, mas enfrenta incertezas políticas que podem impactar seu desempenho econômico.
Investimentos privados e estrangeiros
A falta de investimentos privados e estrangeiros na América Latina é outro ponto destacado no relatório. O Banco Mundial enfatiza que a região precisa aproveitar melhor oportunidades como o “nearshoring” — a realocação de cadeias produtivas para países mais próximos dos mercados consumidores.
Contudo, para que isso aconteça, é fundamental que os países implementem reformas que tornem o ambiente de negócios mais atrativo.
Sustentabilidade e crescimento econômico
Embora o crescimento econômico previsto para o Brasil seja positivo, ele não está livre de riscos. A manutenção desse desempenho dependerá de uma combinação de fatores, incluindo controle de gastos, eficiência fiscal e políticas públicas voltadas para o aumento da produtividade.
Sem essas medidas, o país pode enfrentar dificuldades em manter sua trajetória de crescimento a longo prazo.
As projeções atualizadas do Banco Mundial oferecem uma visão mista sobre o futuro do Brasil. Enquanto o crescimento do PIB para 2024 traz otimismo, os desafios fiscais associados à dívida pública e aos gastos previdenciários continuam a exigir atenção.
A questão central agora é como o governo enfrentará esses problemas para garantir um equilíbrio entre crescimento econômico e sustentabilidade fiscal.
E você, acredita que o Brasil conseguirá conciliar crescimento econômico e responsabilidade fiscal nos próximos anos?
De grande importância para não sermos enganados.