Projetos de lei enviados à Câmara preveem renovação da frota com ônibus elétricos e instalação de painéis solares em escolas, postos e terminais, em um plano de ação climática inédito.
A Prefeitura de Curitiba (PR) encaminhou nesta semana à Câmara Municipal dois projetos de lei que solicitam autorização para contratar até R$ 1 bilhão em financiamentos voltados à ampliação da mobilidade sustentável e da geração de energia solar na cidade. A proposta integra o “Plano de Inovação Urbana e Ação Climática de Curitiba” e pretende consolidar a capital paranaense como referência nacional em transição energética e redução de emissões de carbono.
As duas propostas tramitam em regime de urgência, com prazo de até 45 dias para votação. Os recursos serão aplicados na aquisição de ônibus elétricos, implantação de eletropostos e instalação de sistemas fotovoltaicos em prédios públicos.
Projetos de lei solicitam transporte coletivo com ônibus elétricos
Uma das frentes principais do plano é a eletrificação gradual da frota de transporte coletivo, começando pelas linhas estruturais, como a Inter 2, Leste-Oeste e Interbairros II. A substituição dos modelos movidos a diesel por ônibus 100% elétricos visa reduzir a emissão de poluentes e o ruído urbano, além de cortar custos de manutenção e abastecimento.
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O projeto estima que a adoção de veículos elétricos no sistema BRT e em corredores de alta demanda permitirá uma redução de até 15,9 mil toneladas de CO₂ por ano, contribuindo para as metas ambientais do município.
Além da aquisição dos veículos, os projetos de lei incluem a criação de infraestrutura de recarga elétrica em terminais, garagens e eletropostos ao longo das rotas mais movimentadas. O público beneficiado diretamente ultraa os 91 mil ageiros por dia, apenas na linha Inter 2.
Energia solar em prédios públicos
Outro pilar do plano é a geração de energia solar por meio da instalação de sistemas fotovoltaicos em telhados de escolas, postos de saúde, centros istrativos e terminais de transporte. A medida busca reduzir os gastos com eletricidade na istração pública e fomentar o uso de fontes limpas e renováveis.
A estimativa é que a capacidade instalada alcance até 22,8 megawatts (MW), quantidade suficiente para abastecer dezenas de equipamentos públicos com energia limpa, reduzindo a dependência da rede convencional.
Financiamentos nacionais e internacionais
O primeiro projeto protocolado prevê a contratação de até R$ 380 milhões junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), com recursos vinculados ao Novo PAC, dentro do eixo “Cidades Sustentáveis e Resilientes”. Esse valor será utilizado prioritariamente para a renovação da frota elétrica da linha Inter 2 e na implantação de infraestrutura de recarga.
O segundo projeto busca a aprovação para contratar até 100 milhões de euros (cerca de R$ 635 milhões) junto ao banco alemão KfW, reconhecido por financiar projetos sustentáveis em países em desenvolvimento. Os recursos serão usados para adquirir ônibus elétricos adicionais e ampliar a geração fotovoltaica em prédios públicos.
De acordo com a Prefeitura, os contratos só serão firmados após análises técnicas e financeiras de viabilidade, com acompanhamento da Câmara Municipal. A istração também destaca que os financiamentos contarão com prazos longos e condições especiais, alinhados aos compromissos da cidade com a agenda climática global.
Compromisso com a transição energética
A aprovação dos projetos de lei representa um o decisivo para que Curitiba avance na modernização de sua infraestrutura urbana, reduzindo emissões e promovendo maior eficiência energética. A iniciativa também acompanha uma tendência mundial de descarbonização do transporte público e otimização do uso de recursos renováveis.
Se autorizados, os financiamentos representarão um dos maiores investimentos da história recente da capital paranaense em mobilidade elétrica e infraestrutura energética sustentável. A Prefeitura reforça que, além dos benefícios ambientais, o plano deve gerar economias operacionais significativas, além de criar novas oportunidades no setor de tecnologias limpas.
As propostas agora seguem para análise nas comissões permanentes da Câmara. A expectativa do Executivo é de que a tramitação seja célere, garantindo o início das ações estruturantes ainda em 2025.