Entenda o que são os custos do mercado de trabalho, como surgiram, por que influenciam a economia e o que você precisa saber para compreender seu impacto nas empresas e na vida dos trabalhadores.
O início dos custos do trabalho: uma perspectiva histórica
Entender os custos do mercado de trabalho é essencial para qualquer pessoa que deseje compreender melhor o funcionamento da economia, das relações de trabalho e das decisões tomadas por empresas e governos.
Muitas vezes, quando falamos de trabalho, pensamos apenas nos salários pagos aos empregados. Contudo, os custos envolvidos vão muito além disso.
Eles englobam diversos fatores econômicos, sociais e legais que moldam as estruturas de contratação e os investimentos em capital humano.
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A história revela que o trabalho sempre teve um custo, mesmo quando ainda não existia moeda. Em sociedades antigas, como as do Egito ou da Mesopotâmia, o trabalho era realizado por servos, escravos ou artesãos que recebiam em forma de comida, abrigo ou outros bens.
Com o tempo, especialmente após a Revolução Industrial no século XVIII, o trabalho ou a ser medido em horas e remunerado em dinheiro, dando origem ao que hoje conhecemos como salário.
Esse período, conforme registra o historiador Eric Hobsbawm em “A Era das Revoluções”, foi um marco na mudança das condições de trabalho e da estrutura econômica mundial. Foi nesse momento, portanto, que o conceito de custo do trabalho começou a se consolidar de maneira mais objetiva.
Segundo o site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Revolução Industrial, que teve início no final do século XVIII, provocou uma mudança radical nas condições de trabalho, trazendo novos conceitos de produtividade e remuneração que perduram até os dias atuais.
A transição do trabalho manual para o uso de máquinas gerou uma forte pressão sobre as empresas, que aram a buscar a maximização de lucros através da redução de custos de trabalho.
O que compõe os custos do mercado de trabalho?
Na era moderna, os custos do mercado de trabalho envolvem mais do que apenas o salário direto. Além disso, existem encargos sociais, impostos, custos com benefícios, treinamentos, despesas com recrutamento e seleção, entre outros.
No Brasil, por exemplo, o custo de um trabalhador formalizado é composto por vários elementos.
O empregador paga não apenas o salário bruto, mas também o FGTS, INSS patronal, 13º salário, férias remuneradas com acréscimo de um terço, e, em alguns casos, vale-transporte, vale-refeição, plano de saúde e outros benefícios.
Esses adicionais são conhecidos como encargos trabalhistas e podem representar uma porcentagem significativa sobre o salário base.
De acordo com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), as contribuições previdenciárias são obrigatórias e formam uma parte importante dos custos do trabalho no Brasil.
A Reforma da Previdência, que entrou em vigor em 2019, alterou as regras para a contribuição dos trabalhadores e empregadores, impactando diretamente o valor dos encargos sociais.
O governo brasileiro, por meio do Ministério da Economia, estima que as mudanças feitas pela reforma terão efeito positivo sobre o orçamento da União, reduzindo, em longo prazo, o custo das aposentadorias e benefícios.
Além disso, o custo do mercado de trabalho também envolve a adaptação das empresas às regulamentações locais e setoriais.
As empresas precisam investir em conformidade com as leis trabalhistas, o que pode incluir custos com auditorias, processos de legalização e contratação de profissionais especializados para garantir que estão em conformidade.
Esse tipo de custo, muitas vezes invisível, tem um impacto direto na viabilidade financeira das empresas, especialmente as de pequeno e médio porte.
Leis trabalhistas e diferenças entre países
Se olharmos de forma mais ampla, podemos ver que esses custos refletem o modelo de proteção ao trabalhador adotado por um país.
Em países com legislações trabalhistas mais rígidas, os encargos são mais altos, pois o Estado busca garantir uma rede de segurança ao empregado.
Em países onde a regulamentação é mais flexível, por outro lado, os custos para o empregador podem ser mais baixos, mas isso também pode significar menos garantias para quem trabalha.
A globalização e o avanço tecnológico também transformaram os custos do mercado de trabalho.
Com o surgimento de novas formas de trabalho, como o home office, o trabalho freelancer e os contratos temporários, as empresas aram a buscar alternativas que oferecessem maior flexibilidade e menos encargos.
No entanto, isso também levantou debates importantes sobre precarização, instabilidade e a necessidade de adaptar a legislação às novas realidades do trabalho.
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o avanço da tecnologia e o aumento do trabalho remoto têm causado mudanças significativas nos custos do trabalho em diversos países desde o início da década de 2010.
Em 2020, com a pandemia de COVID-19, esses fenômenos se intensificaram, exigindo rápidas adaptações nas empresas e nos governos para garantir a continuidade das atividades econômicas.
A mudança nas relações de trabalho também reflete um novo cenário econômico global. De fato, com a crescente interdependência entre os mercados internacionais, muitas empresas começaram a buscar alternativas para reduzir os custos de produção e mão de obra.
Isso inclui, por exemplo, a terceirização de serviços e a automação de processos, que acabam impactando diretamente os custos do mercado de trabalho.
Transformações tecnológicas e novas formas de trabalho
A automação e a inteligência artificial, por exemplo, são fatores que afetam diretamente os custos do mercado de trabalho.
Máquinas e softwares podem substituir funções antes realizadas por humanos, reduzindo os custos com pessoal. Porém, essa mudança exige requalificação da mão de obra e cria novos desafios para a inclusão no mercado.
Dessa forma, a educação e a capacitação profissional se tornam, portanto, estratégias fundamentais para reduzir os impactos sociais dessas transformações.
Segundo o Fórum Econômico Mundial (WEF), a automação e a inteligência artificial têm o potencial de substituir até 85 milhões de empregos no mundo até 2025.
Contudo, também criará novas oportunidades em áreas como tecnologia, saúde e educação. Esse cenário demanda, portanto, uma preparação contínua e adaptação das forças de trabalho em todo o mundo.
O custo de oportunidade nas decisões empresariais também é relevante para a compreensão dos custos do mercado de trabalho.
Esse termo é usado para indicar o que uma empresa ou uma pessoa deixa de ganhar ao escolher determinada alternativa.
No caso do trabalho, pode significar o tempo gasto com treinamentos ou mesmo a escolha entre contratar um profissional experiente ou treinar alguém com menos qualificação. São decisões que envolvem investimento, risco e expectativa de retorno.
Nos últimos anos, a pandemia de COVID-19 acelerou o processo de digitalização e transformação dos modelos de trabalho.
Com o aumento do home office, por exemplo, muitas empresas reduziram custos com infraestrutura e viagens, mas também enfrentaram desafios com a adaptação tecnológica e o treinamento remoto.
Esse fenômeno global trouxe novas dimensões para os custos do trabalho, com ênfase nas ferramentas digitais, no trabalho remoto e nas novas demandas de flexibilidade.
Produtividade, desempenho e retorno sobre investimento
O custo do trabalho também está diretamente ligado à produtividade. Quanto mais produtivo for um trabalhador, mais valor ele gera para a empresa.
Em muitos países, há uma tentativa constante de equilibrar salários e produtividade, garantindo que os aumentos salariais venham acompanhados de melhorias no desempenho.
Caso contrário, os custos aumentam sem que haja um retorno equivalente, o que pode prejudicar a saúde financeira do negócio.
Segundo o Banco Mundial, a relação entre produtividade e custo do trabalho tem sido um fator crucial para o desenvolvimento de países emergentes.
Em 2021, por exemplo, o Brasil enfrentou desafios significativos devido à baixa produtividade em comparação com outros países da América Latina, o que aumentou os custos do trabalho e dificultou a competitividade internacional.
Por outro lado, os investimentos em bem-estar e qualificação dos funcionários podem gerar retornos significativos para as empresas.
Treinamentos contínuos, programas de incentivo à saúde mental e física, além de condições de trabalho adequadas, podem aumentar a satisfação e o comprometimento do trabalhador, o que se reflete em um aumento da produtividade e da qualidade do trabalho.
Isso acaba gerando, assim, um ciclo positivo para as empresas que investem em seus colaboradores.
Os sindicatos e as negociações coletivas também exercem papel importante nesse cenário. Ao negociarem reajustes salariais, benefícios ou melhores condições de trabalho, acabam influenciando diretamente nos custos do mercado de trabalho.
Essas negociações são instrumentos legítimos que buscam o equilíbrio entre os interesses dos empregadores e os direitos dos trabalhadores.
O impacto dos custos do trabalho na economia
No campo da economia, os custos do trabalho são analisados em diversas frentes. Eles influenciam o nível de emprego, os índices de inflação, a competitividade de um país e até a política monetária.
Se os custos sobem muito, as empresas podem rear esse aumento para os preços dos produtos e serviços, gerando inflação. Por outro lado, se os custos caem drasticamente, isso pode indicar perda de direitos ou aumento do desemprego.
Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), a relação entre custos de trabalho e inflação é um dos maiores desafios das economias em desenvolvimento.
Durante a década de 2010, a inflação foi frequentemente impulsionada por aumentos nos custos do trabalho.
Especialmente nos países emergentes, que enfrentaram pressões tanto internas quanto externas. Esse impacto também pode ser observado no mercado de trabalho global.