‘É melhor ganhar um dólar por dia, mas ganhar sempre – Com mais de dois séculos de atuação, a família Safra é hoje um dos maiores nomes da história financeira mundial
No universo da elite financeira global, poucas famílias conquistaram tanto poder, influência e mistério quanto os Safra. Vindos do Oriente Médio, os descendentes de Jacob Safra criaram um império bancário que atravessou séculos, guerras, continentes e escândalos — e que hoje ostenta mais de US$ 100 bilhões em ativos, edifícios icônicos na Europa e uma presença sólida nos mercados mais exigentes do planeta.
Mas como uma família judaica de origem modesta conseguiu se tornar o símbolo máximo da aristocracia financeira mundial? A seguir, revelamos cada detalhe dessa trajetória lendária que começa no Império Otomano e desemboca no coração de Wall Street.
Origem no Império Otomano: os primeiros os da dinastia Safra
A saga dos Safra começa no século XVII, no antigo Império Otomano, onde a família atuava como mercadores e cambistas entre as rotas comerciais da África, Europa e Ásia. Foi em Aleppo, atual Síria, que os negócios realmente prosperaram. Em 1840, fundaram formalmente o banco Irmãos Safra & Companhia, operando entre centros comerciais como Beirute, Istambul e Alexandria com foco em ouro e câmbio internacional.
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Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, a família transferiu parte de suas operações para o Líbano. Lá, Jacob Safra, patriarca da geração moderna, estabeleceu uma nova instituição: o Banco Jacob E. Safra. Um dos trunfos do banco era a manutenção dos registros em árabe antigo, uma estratégia que reforçava a exclusividade e a confiança entre clientes da elite judaica.
Segundo o The New York Times, o banco continua em operação até hoje em território libanês, demonstrando a resiliência e tradição secular da marca.
A chegada ao Brasil e a fundação do Banco Safra
Com o avanço da perseguição aos judeus no Oriente Médio após a criação do Estado de Israel, Jacob Safra decidiu migrar para o Brasil em 1952, fixando residência em São Paulo. Três anos depois, fundou o Banco Safra S.A., inicialmente voltado à istração dos recursos da comunidade judaica local.
Sua visão estratégica o levou a importar para o Brasil tecnologias e práticas bancárias sofisticadas, até então inexistentes no mercado nacional. A confiança em sua liderança atraiu empresários influentes, e o banco ganhou fama de ser “o banco dos banqueiros”.
Em 1956, o clã ampliou seu alcance com a fundação do Trade Development Bank, em Genebra (Suíça), sob comando de Edmond Safra. O objetivo era proteger os ativos de famílias judaicas diante do temor de confisco por parte do governo brasileiro.
“Nosso foco sempre foi proteger patrimônios com solidez e discrição”, declarou Joseph Safra, em uma rara entrevista à revista Exame nos anos 1990.
Banco consolidou-se como um dos principais do Brasil
Com Joseph Safra à frente da operação nacional, o banco consolidou-se como um dos principais do Brasil. A década de 1980 marcou uma nova fase: a entrada na indústria, com investimentos milionários no setor de celulose e papel, que renderiam centenas de milhões em retornos duas décadas depois.
No entanto, nem tudo foram acertos. Em 1998, Joseph investiu mais de US$ 1 bilhão na operadora de telefonia B, numa parceria com o governo paulista. A empreitada faliu em 2003, acumulando prejuízos bilionários.
As tensões internas também marcaram esse período. Moise Safra, irmão de Joseph, rompeu com o banco em 2004 e fundou sua própria instituição financeira, o Banco J. Safra, iniciando uma disputa que culminou na recompra da parte societária de Moise por cerca de US$ 5 bilhões.
O banqueiro das Américas e da Europa
O filho mais velho de Jacob, Edmond Safra, foi responsável pela internacionalização do império. Aos 15 anos, já operava em Milão, e logo acumulou US$ 40 milhões com arbitragem de ouro. Posteriormente, fundou quatro bancos em três continentes.
Em 1966, criou o Republic National Bank of New York, que logo se tornou o terceiro maior banco da região metropolitana de Nova York, com filiais em Londres, Paris e Genebra. Em 1999, vendeu a instituição ao HSBC por US$ 10 bilhões.
Apesar do sucesso, Edmond enfrentou polêmicas. A American Express o acusou de envolvimento com narcotráfico, o que resultou numa retratação pública e pagamento de US$ 8 milhões por danos morais.
Sua morte, em um incêndio em Mônaco no mesmo ano da venda de seu banco, ainda levanta dúvidas. A esposa, Lily Safra, nunca foi totalmente aceita pela família, e rumores de conspirações e interesses ocultos cercam até hoje o episódio. Segundo reportagem da Forbes, o caso permanece envolto em especulações.
Joseph Safra faleceu como o banqueiro mais rico do mundo, com patrimônio estimado em US$ 100 bilhões
Joseph Safra faleceu em 2020, sendo reconhecido na época como o banqueiro mais rico do mundo, com patrimônio estimado em US$ 100 bilhões, conforme dados da Bloomberg Billionaires Index.
Hoje, a gestão do império está nas mãos da nova geração, como Alberto Safra, fundador da ASA Investments, uma gestora de recursos com foco em inovação e alta performance.
A família mantém ativos impressionantes como o prédio Gherkin, em Londres, e a Villa Leopolda, na Riviera sa — esta última considerada uma das casas mais caras do planeta, avaliada em mais de US$ 500 milhões, segundo o Business Insider.
A filosofia da família e o futuro da dinastia
A máxima de Jacob Safra permanece viva entre os herdeiros:
“É melhor ganhar um dólar por dia, mas ganhar sempre.”
Esse mantra resume a mentalidade conservadora e sólida do Banco Safra, focada em clientes de alta solvência, investimentos estratégicos e reputação ilibada — mesmo após décadas marcadas por disputas, escândalos e grandes conquistas.
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Recentemente tiveram um racha entre os irmãos David e Alberto, que inclusive acabou na Justiça. A irmã Esther também rachou com os irmãos, saíndo da sociedade .
Tino comercial, confiança, conhecimento, visão de futuro. Em 150 anos de trabalho e persistência. Esforço próprio e risco também.
Persistência, resiliência e profissionalismo.