Uma expedição motorizada entrelaçando o vibrante litoral ao místico interior baiano, através da monumental Cordilheira do Espinhaço, revelando paisagens ímpares e tesouros naturais.
A Bahia, alma multifacetada, convida a uma exploração que transcende o comum. Das praias efervescentes, imbuídas da herança afro-brasileira, ao vasto e enigmático Sertão, delineia-se um chamado à aventura. Esta jornada automobilística une universos díspares, norteada pela majestosa Cordilheira do Espinhaço. Esta se revela rota ancestral e corredor de biodiversidade colossal, prometendo descortinar formações geológicas singulares e opulência natural.
A propantida “única cordilheira” brasileira?
A Serra do Espinhaço, imponente cadeia montanhosa, serpenteia pelo cerne do Brasil, testemunho da longa história geológica sul-americana. Com gênese no Pré-Cambriano, estende-se por cerca de 1100 km de Minas Gerais à Bahia, crucial divisor de águas entre a bacia do São Francisco e rios atlânticos. Sua rocha diversificada inclui quartzitos e formações vulcânicas.
A designação “única cordilheira” do Brasil, embora popular, difere da terminologia geológica, que reserva “cordilheira” a formações jovens como os Andes, enquanto o relevo brasileiro é mais antigo. Classificações como a de Jurandyr Ross utilizam “serra”. Contudo, a vasta extensão, altitude e importância ecológica do Espinhaço justificam o destaque popular, mesmo que academicamente seja uma “serra” de magnitude ímpar.
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Sua importância ecológica é chancelada pela UNESCO como Reserva da Biosfera, abrangendo Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga. Os Campos Rupestres, ecossistemas emblemáticos, exibem alto endemismo e abrigam espécies ameaçadas. Ademais, a Cordilheira do Espinhaço é vital fonte hídrica.
A gema da Cordilheira do Espinhaço na Bahia
Engastada na porção baiana da Cordilheira do Espinhaço, a Chapada Diamantina amalgama imponência geológica, exuberância ecológica e riqueza histórica. Seus planaltos, vales, cachoeiras e cavernas seduzem aventureiros. A jornada desde Salvador, ando pelo Recôncavo, prepara para os contrafortes da Serra.
Lençóis é o principal portal, cidade histórica charmosa, complementada por Palmeiras, Vale do Capão, Mucugê e Rio de Contas. As rodovias BR-324 e BR-242 são as vias de o principais, com trechos revitalizados. A Chapada ostenta maravilhas como a Cachoeira da Fumaça (380m), os poços Encantado e Azul, com suas águas translúcidas, e o complexo de Iraquara (grutas Lapa Doce, Pratinha). O Morro do Pai Inácio oferece vistas panorâmicas icônicas.
Este éden é um mosaico de ecossistemas: Campos Rupestres nas altitudes, Matas de Altitude e de Galeria, e a confluência de Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica. O Marimbus, “pantanal” local, é refúgio de fauna. A região é ideal para trekking, como no Vale do Pati, e espeleologia.
Explorando o espinhaço boreal e a transição para o sertão
A jornada pela Cordilheira do Espinhaço na Bahia prossegue ao norte da Chapada, em trechos menos explorados, rumo ao Sertão, revelando novas facetas geológicas e ecossistemas adaptados à aridez.
A Serra do Espinhaço Setentrional abriga picos como o das Almas e o do Barbado (o mais alto do Nordeste), com formações como São Marcos e Sítio Novo, e minerais como manganês e ametista. As estradas, como a BA-148, podem ser desafiadoras. A paisagem gradualmente se transforma, com campos rupestres cedendo à Caatinga.
No norte baiano, o Parque Nacional Boqueirão da Onça protege a biodiversidade da Caatinga, incluindo a Toca da Boa Vista, maior caverna do Brasil. Geologicamente, este parque não integra o sistema Cordilheira do Espinhaço, situando-se em outro complexo serrano.
Juazeiro e a força vivificante do Rio São Francisco após a Cordilheira do Espinhaço
Alcançar o Sertão Baiano é imergir numa paisagem de beleza austera e cultura resiliente. Juazeiro surge como oásis às margens do Rio São Francisco, o “Velho Chico”, artéria vital que plasma a vida sertaneja, marcada pela Caatinga e por uma rica herança cultural.
Juazeiro pulsa com vida: a orla fluvial, a Ponte Presidente Dutra (conexão com Petrolina-PE), o Museu Regional do São Francisco e a Ilha do Rodeadouro são destaques. O Rio São Francisco é a alma local. Para chegar, partindo da Chapada, opções incluem a BR-242 e conexões (BR-407/BR-235), ou a cênica BA-160 (com a nova Ponte Barra-Xique-Xique) e a BA-210, mais ao norte, acompanhando o rio.
Planejando sua expedição pela Cordilheira do Espinhaço
Uma expedição pela Cordilheira do Espinhaço requer planejamento. A melhor época para a Chapada Diamantina é a estação seca (maio-setembro); para o Sertão, também de maio a outubro. Um carro com boa altura do solo é recomendado; 4×4 é útil, mas não essencial, especialmente para trechos mais rústicos. Inclua roupas leves e agasalhos, calçados de trilha, protetor solar, repelente, lanterna e kit de primeiros socorros.
Hospedagem é farta em Lençóis e cidades-base da Chapada. Abasteça em cidades maiores. No Sertão, planeje combustível e paradas com cuidado. Guias locais são recomendados na Chapada para segurança e enriquecimento da experiência. Informe-se sobre as estradas e pratique turismo responsável. A Serra do Espinhaço é um elemento fulcral da identidade natural e cultural brasileira, de valor inestimável.