Gigante da tecnologia surpreende ao anunciar uma iniciativa ousada e espacial que promete transformar a forma como o mundo inteiro se conecta à internet.
Constelação de mais de 3 mil satélites pretende levar conexão rápida a qualquer ponto do planeta, inclusive regiões sem cobertura tradicional
A corrida pela dominância da internet via satélite ganhou um novo e poderoso competidor.
Depois do sucesso da Starlink, da SpaceX de Elon Musk, a Amazon prepara o lançamento da sua própria constelação espacial, com a promessa de levar conexão de alta velocidade a qualquer lugar do mundo — inclusive a áreas remotas onde a internet tradicional não chega.
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O projeto ambicioso da gigante do e-commerce, batizado de Projeto Kuiper, prevê a instalação de mais de 3.200 satélites em órbita terrestre baixa (LEO), criando uma malha de cobertura global para fornecer internet rápida, estável e de baixa latência.
O primeiro grande o acontecerá no dia 9 de abril de 2025, quando a Amazon colocará em órbita os primeiros 27 satélites da missão KA-01, a partir da Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida, Estados Unidos.
O lançamento será realizado com o foguete Atlas V, da United Launch Alliance (ULA).
Avanços tecnológicos e menor impacto visual
Segundo a própria Amazon, os novos satélites são tecnologicamente superiores aos protótipos testados em outubro de 2023, trazendo inovações como processadores de última geração, antenas de matriz faseada, painéis solares mais eficientes e links ópticos para comunicação entre satélites.
Pensando na comunidade científica, os engenheiros da empresa também buscaram reduzir a poluição visual no céu noturno, aplicando um revestimento com filme espelhado dielétrico que reflete menos luz solar.
Essa medida atende a críticas feitas à Starlink, cujos satélites interferem na observação astronômica.
Outro ponto de destaque é o sistema de propulsão ativo, que permite controle individual de cada satélite, desde o lançamento até o posicionamento final e a operação em órbita, aumentando a segurança e a precisão na formação da constelação.
Três tipos de antena para três perfis de usuário
A internet da Amazon será ível por meio de terminais do cliente, que funcionam como antenas receptoras.
A empresa vai disponibilizar três modelos diferentes, cada um voltado para um tipo específico de usuário.
O modelo mais compacto, com cerca de 500 gramas, foi projetado para atender usuários residenciais, empresas de pequeno porte e aplicações móveis, como embarcações e veículos em movimento.
Esse terminal promete velocidades de até 100 Mbps.
Já a versão intermediária, que pesa em torno de 5 kg, oferece uma velocidade superior, chegando a 400 Mbps.
Por fim, o terminal mais robusto e potente, com formato retangular, será destinado a empresas e agências governamentais, com capacidade de entrega de até 1 Gbps de velocidade.
Satélites em órbita baixa garantem menor latência
Uma das principais vantagens do Projeto Kuiper é o posicionamento estratégico dos satélites.
Eles estarão a apenas 450 km da superfície terrestre, distância que garante menor latência e maior velocidade de resposta — um dos principais diferenciais da internet via satélite em comparação com redes tradicionais ou satélites geoestacionários.
Além disso, a Amazon está investindo em uma robusta infraestrutura terrestre, com antenas de gateway espalhadas por diferentes pontos do globo, capazes de enviar e receber dados dos satélites e retransmiti-los para os usuários.
A central de operações do sistema está localizada em Redmond, no estado de Washington, nos Estados Unidos.
O nome vem do espaço, e a ambição é galáctica
O nome do projeto não foi escolhido por acaso.
Kuiper é uma referência ao Cinturão de Kuiper, uma região do Sistema Solar situada além da órbita de Netuno, rica em corpos gelados e cometas.
A escolha reforça o caráter espacial e visionário da iniciativa.
Desde a fundação do projeto em 2019, a Amazon tem reforçado seu compromisso com a inclusão digital global.
A proposta é oferecer uma alternativa viável de conexão em regiões onde operadoras convencionais não atuam, como áreas rurais, florestas, desertos, zonas de conflito e comunidades isoladas.
Quanto vai custar a nova internet da Amazon?
Embora a Amazon ainda não tenha divulgado oficialmente os preços do serviço, a expectativa é de que os valores sejam mais íveis do que os praticados pela concorrência, em especial pela Starlink.
Segundo informações disponíveis na página do projeto, a empresa pretende adotar a mesma filosofia de baixo custo aplicada em outros produtos da marca, como os dispositivos Echo e os leitores Kindle.
O valor estimado do terminal de cliente mais básico será de aproximadamente US$ 400 (cerca de R$ 2.276 na cotação atual).
Já a mensalidade do serviço variará conforme o plano de velocidade contratado.
A ideia é que os testes com clientes corporativos e usuários selecionados comecem ainda este ano, conforme o cronograma divulgado pela Amazon.
A operação comercial em larga escala está prevista para começar no final de 2025, inicialmente em regiões específicas.
No Brasil, a empresa já conta com a autorização da Anatel para oferecer internet via satélite, concedida em 2022. No entanto, a data de início das operações no país ainda não foi divulgada.
O embate entre gigantes: Amazon vs Starlink
Com o Projeto Kuiper, a Amazon entra oficialmente em um mercado dominado por Elon Musk, cuja Starlink já conta com mais de 5 mil satélites em operação e milhões de usuários em dezenas de países.
No entanto, especialistas apontam que a concorrência pode ser positiva para os consumidores, forçando a redução de preços e melhorias constantes na qualidade dos serviços.
Outro diferencial da Amazon é a possibilidade de integração com seus outros serviços, como AWS (nuvem), dispositivos inteligentes e soluções para internet das coisas (IoT), o que pode impulsionar a adoção em setores como agronegócio, logística, defesa e educação.
Você gostaria de ter uma internet que funciona até no meio da floresta ou em alto-mar?
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