Uma descoberta impressionante acaba de ser anunciada por autoridades egípcias: arqueólogos encontraram uma cidade de mineração de ouro enterrada sob as areias do Egito. O assentamento, conhecido como Cidade Perdida de Ouro, tem cerca de 3.000 anos e pode revelar informações valiosas sobre a vida no Egito Antigo.
A Cidade Perdida de Ouro de Aton, localizada próxima a Luxor, já havia sido parcialmente descoberta em 2021. Na época, especialistas consideraram a descoberta uma das mais significativas desde a tumba de Tutancâmon. Agora, após anos de escavações, a cidade foi completamente desenterrada, revelando um cenário detalhado das atividades de mineração e da organização social daquela época.
A história e o propósito da Cidade Perdida de Ouro de Aton
A cidade de Aton foi um importante centro de extração de ouro durante o reinado de Amenhotep III, faraó que governou entre 1391 e 1353 a.C. Esse período foi marcado pelo avanço das técnicas de mineração, que permitiram a extração eficiente do ouro presente no deserto egípcio.
Arqueólogos acreditam que a descoberta pode fornecer novos insights sobre os métodos utilizados pelos antigos egípcios para obter ouro e processá-lo. A cidade pode oferecer uma visão detalhada da economia e da organização social dos trabalhadores da mineração durante essa época.
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Evidências arqueológicas encontradas
As escavações revelaram um assentamento extenso e bem preservado, evidenciando um processo de mineração sofisticado. Entre as estruturas encontradas, destacam-se:
- Estações de moagem e bacias de filtragem, utilizadas para separar o ouro das rochas;
- Fornos de argila, fundamentais para o processamento do minério extraído;
- Óstracos inscritos, fragmentos de cerâmica e pedra contendo escritos em hieróglifos, demótico e grego, sugerindo a presença de uma sociedade alfabetizada;
- Moedas de bronze da era ptolomaica (305-30 a.C.), indicando que o local permaneceu ativo por muito tempo, mesmo após o período faraônico.
Uma civilização avançada e sua organização
Além das estruturas relacionadas à mineração, os arqueólogos descobriram indícios de um complexo urbano bem planejado. Foram encontrados edifícios, templos religiosos e casas de banho, mostrando que a cidade não era apenas um local de extração, mas também uma comunidade organizada.
A presença de estatuetas de terracota humanas e animais, além de esculturas de pedra de divindades, revela uma sociedade criativa e profundamente religiosa. Esses achados reforçam a importância da cidade tanto para a economia quanto para a cultura do Egito Antigo.
O impacto da descoberta para a arqueologia e a história do Egito
O Ministro do Turismo e Antiguidades do Egito, Sherif Fathy, afirmou que o projeto de escavação da Cidade Perdida de Ouro faz parte de um esforço maior para preservar a herança cultural egípcia. Ele destacou que a descoberta não apenas amplia o conhecimento sobre o Egito Antigo, mas também impulsiona iniciativas de desenvolvimento nacional e turismo.
O Dr. Mohamed Ismail Khaled, Secretário-Geral do Conselho Supremo de Antiguidades, ressaltou a importância das estruturas encontradas. Segundo ele, a presença de estações de moagem e filtragem comprova que os egípcios dominavam técnicas avançadas para separar o ouro do quartzo. Para Khaled, esse achado oferece “informações valiosas sobre a vida social, religiosa e econômica dos mineradores de ouro ao longo da história”.
Essa descoberta é uma das mais relevantes dos últimos anos e representa um avanço significativo para a arqueologia egípcia. A Cidade Perdida de Ouro não apenas reforça a riqueza do Egito Antigo, mas também ajuda a desvendar como a mineração de ouro influenciou o desenvolvimento econômico e social da civilização egípcia.