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Descoberta arqueológica revela o pão de 5.000 anos na Turquia, da Idade do Bronze, e inspira produção local

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 02/06/2025 às 22:00
pão - descoberta - fóssil - arqueologia
foto/reprodução: Yasin AKGUL /AFP

Pão carbonizado foi encontrado em escavação e leva à recriação de uma receita ancestral com ingredientes locais e sustentáveis

Recentemente, uma descoberta arqueológica surpreendeu o mundo da arqueologia ao revelar um pedaço de pão carbonizado de aproximadamente 5.000 anos, de acordo com o site G1/Globo. Este fóssil alimentar foi encontrado em Küllüoba, perto da cidade de Eskisehir, na atual Turquia, e remonta à Idade do Bronze. O pão, que foi enterrado sob uma casa recém-construída, foi preservado em grande parte de sua forma original devido ao processo de queima e enterramento.

O arqueólogo e diretor das escavações, Murat Türkteki, comentou: “Este é o pão assado mais antigo descoberto em uma escavação. Normalmente, só encontramos migalhas, mas aqui ele foi preservado porque foi queimado e enterrado”. A descoberta foi feita em setembro de 2024, quando o pão foi encontrado carbonizado com cerca de 12 centímetros de diâmetro, lembrando uma hóstia.

O significado da descoberta

pão - descoberta - fóssil - arqueologia
foto/reprodução: Yasin AKGUL /AFP

O fato de que um pedaço de pão foi arrancado antes do enterramento sugere que poderia ter havido um ritual de abundância associado à construção da casa. A falta de evidências escritas sobre a civilização anatólia de Küllüoba torna a análise ainda mais intrigante. Você já parou para pensar em como um simples alimento pode nos conectar com práticas e tradições de civilizações antigas?

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Os hatianos, um povo que habitou a Anatólia antes dos hititas, eram conhecidos por suas atividades comerciais e artesanais. A região de Eskisehir, onde o pão foi encontrado, era uma aglomeração urbana com uma estrutura social bem definida. Essa descoberta não apenas fornece uma visão da dieta da época, mas também das práticas culturais e sociais de seus habitantes.

A importância da preservação cultural

A preservação de itens como o pão Küllüoba é fundamental para o entendimento das práticas culturais das civilizações antigas. A forma como os habitantes da região se alimentavam, as plantas que cultivavam e até os rituais que realizavam são indícios valiosos da vida cotidiana. Que outros alimentos você acha que poderiam ser descobertos em escavações futuras? Como isso poderia mudar nossa percepção sobre o ado?

Impulsionados pela excitação em torno da descoberta, a prefeitura de Eskisehir decidiu recriar a receita original do pão Küllüoba. Embora o trigo farro, utilizado na receita original, não exista mais na Turquia, a prefeitura optou por usar uma variedade semelhante, o trigo Kavilca, além de bulgur e lentilhas. “Enquanto conversava com nosso diretor de escavações, fiquei me perguntando se poderíamos reproduzir este pão”, disse Ayse Ünlüce, prefeita de Eskisehir.

A recriação do pão antigo

pão - descoberta - fóssil - arqueologia
foto/reprodução: Yasin AKGUL /AFP

Na padaria local Halk Ekmek, conhecida como “Pão do Povo”, 300 pães Küllüoba são produzidos artesanalmente todos os dias. “A combinação de farinha de trigo antiga, lentilhas e bulgur produz um pão rico, com baixo teor de glúten e sem conservantes”, afirmou Serap Güler, diretora da padaria. Os primeiros lotes de pães Küllüoba, vendidos em embalagens de 300 gramas por 50 liras turcas (aproximadamente R$ 7,21), esgotaram rapidamente.

Os consumidores mostraram grande entusiasmo pela nova oferta, e muitos comentaram sobre a importância de preservar a herança cultural através da alimentação. “Corri porque tinha medo de não sobrar mais nada. Fiquei curiosa para saber qual era o gosto desse pão antigo”, disse uma cliente. É fascinante pensar em como a comida pode servir como uma ponte entre o ado e o presente, não é mesmo?

A importância da agricultura sustentável

A descoberta desse pão fóssil também trouxe à tona a necessidade de repensar práticas agrícolas na região, que atualmente enfrenta uma crise climática. “Estamos enfrentando uma crise climática, mas ainda cultivamos milho e girassol, que exigem muita água“, explicou a prefeita Ünlüce. “Devemos, como nossos ancestrais, focar em culturas que exijam menos água”.

Um dos objetivos da prefeita é reavivar o cultivo do trigo Kavilca, que é resistente à seca e doenças. “Precisamos de políticas públicas muito fortes para esta questão. Cultivar trigos ancestrais seria um avanço simbólico nesse sentido“, enfatizou. Essa iniciativa não apenas preserva a herança cultural, mas também promove práticas agrícolas sustentáveis que podem beneficiar as futuras gerações.

Reflexões sobre o futuro

A descoberta do pão Küllüoba nos convida a refletir sobre o nosso relacionamento com a comida e a agricultura. À medida que enfrentamos desafios climáticos, é essencial que olhemos para o ado em busca de soluções. Você acredita que aprender com as práticas agrícolas antigas pode nos ajudar a enfrentar os desafios atuais? O que mais podemos aprender sobre sustentabilidade a partir de descobertas arqueológicas?

Você também se sente inspirado por essa descoberta e pelas iniciativas de sustentabilidade associadas a ela? Compartilhe suas ideias e opiniões nos comentários!

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Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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