A amostra do asteroide Bennu, trazida pela missão OSIRIS-REx em setembro de 2023, revelou elementos essenciais para a vida, como aminoácidos, nucleobases e minerais evaporíticos. Isso reforça a ideia de que os ingredientes da vida estavam espalhados pelo Sistema Solar primitivo. Será que estamos mais perto de entender como tudo começou? O estudo de Bennu pode revolucionar nossa compreensão sobre a origem da vida na Terra e até levantar novas perguntas sobre a possibilidade de vida em outros planetas.
Uma amostra do asteroide Bennu acaba de virar de cabeça para baixo o que sabemos sobre a vida no Sistema Solar. A missão OSIRIS-REx, da NASA, trouxe para a Terra uma amostra dessa rocha espacial em setembro de 2023, e os primeiros estudos já revelaram dados impressionantes. Cientistas descobriram aminoácidos, nucleobases e minerais chamados evaporitos – ingredientes básicos da vida.
Isso não significa que encontraram vida em Bennu, mas sugere que os elementos fundamentais para que ela surgisse estavam mais espalhados pelo espaço do que imaginávamos. Será que a vida poderia ter começado em outro lugar e viajado até a Terra?
O que é o asteroide Bennu e sua origem?
Bennu pode ser pequeno, mas sua história é gigantesca: remonta a 4,5 bilhões de anos! Ele era parte de um mega-asteroide com cerca de 100 km de largura, que se formou nos confins do Sistema Solar, além da órbita de Júpiter. Em algum momento, esse corpo colossal se fragmentou, e um dos pedaços vagou pelo espaço até se tornar o Bennu que conhecemos hoje.
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A missão OSIRIS-REx foi lançada em 2016 para coletar uma amostra intacta desse asteroide e ajudar a entender melhor os primeiros capítulos da história do nosso Sistema Solar. Em 24 de setembro de 2023, uma amostra de 4,3 onças (cerca de 121 gramas) foi trazida com sucesso à Terra – e foi aí que as descobertas começaram a pipocar.
Amostra de Bennu: o que os cientistas descobriram?
Os primeiros estudos mostraram que Bennu é uma verdadeira cápsula do tempo, guardando segredos fundamentais para a vida. Entre os elementos encontrados estão:
Aminoácidos: compostos que formam as proteínas, essenciais para qualquer ser vivo.
Nucleobases: componentes do DNA e RNA, responsáveis pelo armazenamento e transmissão da informação genética.
Minerais evaporíticos: formados quando a água contendo sais dissolvidos evapora, sugerindo que Bennu já teve contato com água líquida.
A NASA confirmou que a amostra continha 14 dos 20 aminoácidos encontrados na Terra, todas as cinco nucleobases usadas na vida terrestre e altos níveis de amônia, um ingrediente-chave para a formação de aminoácidos.
O que isso significa para a busca por vida no espaço?
Se esses blocos de construção da vida estavam flutuando pelo Sistema Solar há bilhões de anos, então pode ser que a vida tenha tido muitas chances de começar em outros lugares além da Terra. Bennu pode ser apenas um entre muitos asteroides que espalharam esses ingredientes pelo cosmos.
Isso também levanta uma questão intrigante: será que a própria vida na Terra teve uma ajudinha de asteroides? Talvez compostos essenciais tenham chegado até os oceanos primitivos em meteoritos, ajudando no surgimento das primeiras formas de vida.
Creio que essa teoria esteja certa, faz total sentido! Vale a pena continuar buscando por vidas, inclusive nas luas contendo oceanos.